Transcrevo aqui alguns trechos da entrevista concedida pelo consultor de comunicação e marketing Mário Persona à Revista Negócios da Comunicação, onde aborda sobre as obras de autores nacionais no segmento editorial da comunicação corporativa.
Revista Negócios da Comunicação - O que é publicado no Brasil (autores nacionais) atende às necessidades atuais da comunicação corporativa?
Mario Persona - Não. Vejo uma carência muito grande de títulos e autores de comunicação corporativa, mas acho que o problema já começa na hora de conceituar a comunicação. No Brasil comunicação virou sinônimo de jornalismo e propaganda. Então temos os livros de comunicação que são focados na imprensa e os livros consumidos pelas faculdades e profissionais de comunicação com os dois pés no mercado de propaganda. Até mesmo quando se fala em comunicação corporativa logo vem à mente a propaganda institucional.
Faça uma busca em uma livraria on-line qualquer e você verá que o problema não é apenas de falta de autores nacionais de comunicação empresarial, mas até mesmo de títulos traduzidos. Isso parece apontar para um paradigma já criado dentro das próprias editoras, já que há um volume grande de títulos estrangeiros que não chegam ao Brasil.
É claro que se as editoras se mantêm nos trilhos desse paradigma é porque o mercado não tem procurado por esse material, até por força da cultura vigente, de que a palavra comunicação na capa de um livro significa que seu recheio é formado por imprensa, propaganda e, eventualmente, lingüística.
Revista Negócios da Comunicação - Os livros servem mais aos profissionais ou aos estudantes da área?
Mario Persona - Acredito que o que encontramos no mercado hoje é muito voltado para o mundo acadêmico. Há livros que não passam de uma versão de alguma monografia ou tese defendida pelo autor e acabam lidos pelas traças se colocados nas estantes do mundo corporativo. É preciso entender que empreendedores, comerciantes, homens e mulheres de negócios são pessoas dinâmicas e objetivas. Não têm tempo a perder com linguagem floreada, com as profundezas do pensamento acadêmico. Precisam de soluções e precisam delas já, talvez na forma de alguns poucos tópicos de aplicação imediata. Ou na forma de uma agradável experiência de leitura, algo como um romance.
Acho que temos falta de autores que escrevam sobre o tema, porém não em estilo acadêmico ou arraigados naquela cultura de comunicação que ser formou por aqui. O Brasil é um país cuja cultura da comunicação escrita e falada foi formada principalmente nos cursos de direito; quero dizer, um país onde falar e escrever bem acabaram sendo consideradas habilidades de advogados.
Revista Negócios da Comunicação - Qual área da comunicação está mais bem servida e qual a mais carente de informação?
Mario Persona - Se pensarmos em comunicação como propaganda, publicidade e assessoria de imprensa, acredito que já temos bastante coisa nessa área, porém com capas ainda amareladas de uma era que antecedeu a comunicação via Internet. É preciso entender que hoje a comunicação não é mais privilégio de jornalistas, assessores de imprensa, relações públicas ou agências de propaganda. Ela está literalmente e efetivamente na boca do povo -- eu diria até no teclado do povo.
Se antigamente, para atingir mais de cem mil pessoas por mês eu precisava ser dono de jornal, hoje consigo isso com meu site e blog na Web que recebem mais de 3 mil visitantes únicos por dia. No início da Internet era comum (e ainda é) encontrarmos sites que reproduziam aquilo que era produzido pelos meios convencionais de comunicação. Hoje jornais e TVs estão contratando blogueiros para levar para esses veículos suas experiências de sucesso no ciberespaço. Não há muita literatura ainda sobre essa revolução, mas ela está acontecendo e deve definir como será a comunicação corporativa daqui para frente.
Fonte: www.mariopersona.com.br
Revista Negócios da Comunicação - O que é publicado no Brasil (autores nacionais) atende às necessidades atuais da comunicação corporativa?
Mario Persona - Não. Vejo uma carência muito grande de títulos e autores de comunicação corporativa, mas acho que o problema já começa na hora de conceituar a comunicação. No Brasil comunicação virou sinônimo de jornalismo e propaganda. Então temos os livros de comunicação que são focados na imprensa e os livros consumidos pelas faculdades e profissionais de comunicação com os dois pés no mercado de propaganda. Até mesmo quando se fala em comunicação corporativa logo vem à mente a propaganda institucional.
Faça uma busca em uma livraria on-line qualquer e você verá que o problema não é apenas de falta de autores nacionais de comunicação empresarial, mas até mesmo de títulos traduzidos. Isso parece apontar para um paradigma já criado dentro das próprias editoras, já que há um volume grande de títulos estrangeiros que não chegam ao Brasil.
É claro que se as editoras se mantêm nos trilhos desse paradigma é porque o mercado não tem procurado por esse material, até por força da cultura vigente, de que a palavra comunicação na capa de um livro significa que seu recheio é formado por imprensa, propaganda e, eventualmente, lingüística.
Revista Negócios da Comunicação - Os livros servem mais aos profissionais ou aos estudantes da área?
Mario Persona - Acredito que o que encontramos no mercado hoje é muito voltado para o mundo acadêmico. Há livros que não passam de uma versão de alguma monografia ou tese defendida pelo autor e acabam lidos pelas traças se colocados nas estantes do mundo corporativo. É preciso entender que empreendedores, comerciantes, homens e mulheres de negócios são pessoas dinâmicas e objetivas. Não têm tempo a perder com linguagem floreada, com as profundezas do pensamento acadêmico. Precisam de soluções e precisam delas já, talvez na forma de alguns poucos tópicos de aplicação imediata. Ou na forma de uma agradável experiência de leitura, algo como um romance.
Acho que temos falta de autores que escrevam sobre o tema, porém não em estilo acadêmico ou arraigados naquela cultura de comunicação que ser formou por aqui. O Brasil é um país cuja cultura da comunicação escrita e falada foi formada principalmente nos cursos de direito; quero dizer, um país onde falar e escrever bem acabaram sendo consideradas habilidades de advogados.
Revista Negócios da Comunicação - Qual área da comunicação está mais bem servida e qual a mais carente de informação?
Mario Persona - Se pensarmos em comunicação como propaganda, publicidade e assessoria de imprensa, acredito que já temos bastante coisa nessa área, porém com capas ainda amareladas de uma era que antecedeu a comunicação via Internet. É preciso entender que hoje a comunicação não é mais privilégio de jornalistas, assessores de imprensa, relações públicas ou agências de propaganda. Ela está literalmente e efetivamente na boca do povo -- eu diria até no teclado do povo.
Se antigamente, para atingir mais de cem mil pessoas por mês eu precisava ser dono de jornal, hoje consigo isso com meu site e blog na Web que recebem mais de 3 mil visitantes únicos por dia. No início da Internet era comum (e ainda é) encontrarmos sites que reproduziam aquilo que era produzido pelos meios convencionais de comunicação. Hoje jornais e TVs estão contratando blogueiros para levar para esses veículos suas experiências de sucesso no ciberespaço. Não há muita literatura ainda sobre essa revolução, mas ela está acontecendo e deve definir como será a comunicação corporativa daqui para frente.
Fonte: www.mariopersona.com.br
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