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Empresas vigiam funcionários com GPS

Funcionários monitorados por transmissores do sistema de posicionamento global (GPS). É assim que Larry Overley, presidente da Landtech Contractors, nos Estados Unidos, acompanha cada um dos 50 caminhões operados pela empresa de jardinagem, informando em tempo real sobre a localização dos funcionários.

"Isso reduz a quantidade de funcionários que deixam o local de trabalho. Ajuda a empresa com os custos de folha de pagamento porque o pessoal não consegue falsificar a planilha de horas. Sabemos quando chegam ao trabalho e sabemos quando saem do trabalho", afirmou.

O sistema, em operação há seis anos, reduziu os custos de mão-de-obra da empresa de paisagismo sediada em Aurora, estado do Colorado, em cerca de 3% no primeiro ano.
Esta é apenas uma dentre as inúmeras empresas que estão começando a utilizar o GPS para monitorar os funcionários, afirmou Chad Orvis, advogado do Mountain States Employers Council, que presta consultoria às empresas sobre práticas de recursos humanos.

As empresas empregam essa tecnologia, desenvolvida pelo Departamento de Defesa dos EUA, para monitorar os funcionários que estão em serviço externo, reduzir os custos de combustível e elevar a produtividade, contou Orvis.

E a privacidade?
Além do GPS, as empresas monitoram outras atividades relacionadas ao trabalho – por exemplo, o uso de e-mail e internet. A tecnologia de identificação por rádio-freqüência é usada em crachás, o que possibilita que o empregador saiba quando uma pessoa passou pela catraca. Os chips dotados dessa tecnologia podem inclusive ser inseridos no corpo humano – mas isso é raro e usado sobretudo em ambientes de segurança máxima.

O uso cada vez mais difundido dessa tecnologia provoca preocupação entre alguns defensores da privacidade.

"Não há nenhuma lei trabalhista que impeça um empregador de adotar a rotina de monitorar um funcionário, afirmou Marc Rotenberg, diretor executivo da Electronic Privacy Information Center. "Acho que a legislação é apropriada. Do ponto de vista da privacidade, mais medidas poderiam ser adotadas para proteger os usuários do GPS", afirmou.

"Trata-se de uma tecnologia maravilhosa, mas o ponto principal, sobretudo à medida que a tecnologia baseada em telefones se torna mais sofisticada, deve ser que os usuários sejam capazes de usá-la para se localizar, e não para serem localizados".

A questão torna-se ainda mais delicada quando a pessoa que está sendo vigiada não consegue desligar o aparelho de GPS ao final do dia, revelou Philip Gordon, diretor da divisão especializada em privacidade da firma de advocacia Littler Mendelson, em Denver. "Algum dia poderá haver queixas de que o monitoramento ficou tão disseminado que se enquadraria em perseguição, mas até agora não há jurisprudência que embase essa teoria", declarou Gordon.

Ele e Orvis aconselham as empresas que planejam monitorar seus funcionários a informá-los sobre o que estão fazendo, explicar os motivos e certificar-se de que a prática não se estenda após o horário de trabalho.

"Em alguns setores, a reação dos funcionários será negativa ao saberem que está havendo rastreamento", previu Gordon. "O maior problema é o moral do funcionário. Os americanos odeiam ser vigiados ou terem a sensação de que estão sendo vigiados”.

James Smallwood, gerente de manutenção paisagística, contratado na Landtech há mais de um ano, revelou que no início teve dificuldade com o monitoramento por GPS. Mas Smallwood, que dirige uma Silverado 2006 da empresa equipada com uma pequena antena transmissora de GPS presa no vidro traseiro, agora acha o sistema útil.

Ele contou que durante as épocas de pico, supervisiona 50 funcionários e coordena a operação de até 20 caminhões. "Isso me ajuda a organizar minhas equipes e seu itinerário", declarou. "Era uma preocupação, achava que seria uma poderosa ferramenta de micro-gerenciamento. Mas sou honesto e não vou roubar a empresa ou sentar embaixo de uma árvore e tirar uma soneca". Na maioria dos casos, o GPS é usado para aumentar a produtividade, explicou Orvis, da Mountain States.

A desentupidora Roto-Rooter, que conta com 1.500 técnicos em todos os EUA, começou a equipá-los com telefones celulares dotados de GPS há mais de um ano, disse Steve Poppe, diretor de informática da empresa sediada em Cincinnati.

O sistema atualmente é usado por cerca de 390 funcionários em diversas cidades. Ele garante que a pessoa mais próxima de um cliente que ligou solicitando um serviço seja aquela que irá atendê-lo. Os motoristas também podem usá-lo como guia de ruas.

Muitos funcionários da Roto Rooter trabalham por comissão e não recebem quando estão dirigindo de e para o local do chamado, contou Poppe. O sistema os ajuda a maximizar seu rendimento. O sistema GPS usado pela Roto-Rooter fica conectado a impressoras móveis usadas para gerar faturas nos locais onde os clientes estão.

Quando um técnico começa a gerar uma fatura, o sistema comunica a central de expedição. O sistema de expedição de alta tecnologia resultou num aumento de 20% nos chamados, informou Orvis.

Segundo Poppe, muitos funcionários estavam meio relutantes em relação a esses equipamentos modernos até começarem a usá-los.

"Trata-se de uma mudança que passa do lápis e papel para a agilidade eletrônica. Depois de ter acesso a isso tudo, a maioria aprova. Estamos tentando oferecer o melhor serviço aos nossos clientes e precisamos saber quem está aonde".

Fonte: www.g1.com.br

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