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Ivete Sangalo é uma festa para o marketing

Ainda faltam alguns dias para o início do carnaval, mas o carnaval da mídia já tem a cara da cantora Ivete Sangalo. A artista está atualmente em pelo menos cinco campanhas publicitárias para as marcas Corpus (Danone), Garnier (L’Oreal), Grendha (Grendene), Nova Schin (Grupo Schincariol) e Cartões Bradesco. Embora seja assediada para ações de marketing durante todo o ano, é nesta estação que a imagem da cantora ganha ainda mais força.

"A movimentação em torno de Ivete Sangalo é maior pelo próprio período do verão e também em função da música baiana estar mais em evidência com a proximidade do carnaval", afirma o diretor de marketing e novos negócios da Caco de Telha - empresa que administra a carreira da cantora - Alexandre Sangalo. "A imagem de Ivete está associada à saúde, energia, família. Mas há alguns produtos (anunciados por ela) que são sazonais e que têm um consumo maior no verão", completa o diretor-executivo da companhia, Ricardo Martins. Este é o caso da Nova Schin e das sandálias da marca Grendha, por exemplo.

No fim de janeiro, a cerveja Nova Schin lançou uma campanha com a primeira participação de Ivete Sangalo neste ano. A artista, aliás, já era garota-propaganda da marca e teve seu contrato renovado no segundo semestre de 2006. "Já havia a previsão de uma ação com a cantora na época do verão e do carnaval. Ivete Sangalo é uma marca valiosa e uma ferramenta importante neste período em que a cerveja tem suas vendas acentuadas", comenta o sócio da agência Famiglia, Átila Francucci. O criativo explica que o conceito "Ou seja: cerveja" terá continuidade durante toda a comunicação. "A idéia é variar a forma, mas mantendo conteúdo", afirma Francucci.

"Ivete Sangalo é uma personalidade nacional, confiável e ligada à alegria, ritmo, musicalidade. É positivo colar o produto a alguém com características como essas", diz o criativo, que abriu sua agência no ano passado com a polpuda conta do Grupo Schincariol no portfólio.

"A cantora tem um mix de atributos de imagem que é interessante para as marcas de consumo. Ela consegue unir diversão, dinamismo e encantamento com características que não são muito comuns, como modernidade e estilo", avalia o diretor de inteligência de mercado da Y&R, Cesar Ortiz. Em 2005, a agência realizou um estudo, por meio do projeto Brand Asset Valuator (BAV), que analisou a imagem das celebridades. Na ocasião, foram ouvidos 3 mil consumidores brasileiros entre 18 e 64 anos de idade, das classes A a D.

A pesquisa indicou, por exemplo, que Ivete Sangalo é a terceira celebridade mais estimada pelo público, atrás apenas de Ayrton Senna e Ronaldinho Gaúcho. A cantora fica uma posição à frente do jogador Ronaldo, que acaba de ser contratado pelo AC Milan e é um fenômeno de marketing. O estudo aponta ainda que a artista baiana é 30% mais dinâmica do que a média nesta categoria. No atributo glamour, ela supera a média em 43%. A artista está também na segunda posição entre as celebridades mais divertidas, atrás de Bussunda. Vale lembrar que o projeto foi executado em 2005, portanto antes da morte do humorista.

Ortiz, da Y&R, explica que as empresas procuram atrelar seus produtos às celebridades por dois motivos: ter mais visibilidade e emprestar os atributos da personalidade às marcas. "No caso de Ivete Sangalo, ela possibilita as duas coisas", comenta o diretor de inteligência de mercado.

Para Átila Francucci, a cantora é um ícone dos brasileiros em geral, conseguindo atingir o público jovem, infantil e adulto. Ortiz concorda. "Ana Maria Braga, por exemplo, é mais especializada em dona de casa, e no público mais velho. Ivete, por sua vez, atinge um espectro maior de classe social e idade", comenta o diretor.

No ano passado, Ivete Sangalo foi responsável por 70% do faturamento da Caco de Telha, o que corresponde a uma receita de R$ 28 milhões associada à cantora baiana. Para 2007, a expectativa é de que os negócios da companhia - que representa outros artistas como Margareth Menezes, Netinho, Araketu, e atua em nove segmentos - apresentem um crescimento entre 10% e 15%.


Fonte: Por Camila Teich, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 6

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