Pular para o conteúdo principal

Publicidade online deve mudar para acompanhar a Web 2.0

“As agências de publicidade ainda não valorizam mais a mídia online porque a natureza humana evita mudanças, não gosta do novo.” A afirmação é do norte-americano Kirk McDonald, vice-presidente da agência de mídia online Atlas, que veio ao Brasil para participar do Proxxima, feira de comunicação digital realizada em São Paulo.

“O desafio das agências é entender como reestruturar seu negócio para as mudanças trazidas com a publicidade online”, explica o executivo, que sugere que as transformações no mercado de anúncios, introduzidas pela internet, são irreversíveis.

A principal delas é a criação e a veiculação dos anúncios. Isso está intimamente ligado ao fato de a produção do conteúdo na web estar migrando das empresas de comunicação para os próprios usuários, parte do que se convencionou chamar de Web 2.0. “Os usuários têm mais controle simplesmente porque eles agora também publicam seu próprio conteúdo”, explica. Com essa pulverização, as agências têm que respeitar o poder do internauta. “Se não fizerem isso, estarão fora do mercado.”

Quando isso acontecer, a divisão do bolo publicitário para os meios online – que no Brasil ainda gira em torno de 2% do total – deslanchará, acompanhando o volume de internautas, que cresce em ritmo muito mais acelerado. É o que aconteceu na Inglaterra, onde a fatia da publicidade online já superou a de jornais e de revistas. “O Reino Unido tem uma infra-estrutura de mercado de publicidade menor que a dos EUA. Além disso, a Europa adota tecnologias mais rapidamente”, explica McDonald. “Do ponto de vista de mercado, eles estão um passo à frente.”

Naturalmente essas mudanças também impactam todas as outras mídias, não apenas na publicidade, mas em seu próprio conteúdo. “Não estamos sugerindo que impressos e TV desaparecerão, mas eles estão mudando”, deixa claro o executivo. Além disso, a entrega e a verificação da publicidade ganhou em um novo patamar. Anunciantes descobriram, nas mídias digitais, um nível de controle e confiabilidade até então inexistente e isso começa a ser exigido das outras mídias. “Na televisão, nós assumimos que as pessoas estão assistindo um determinado programa ou comercial. Na internet, nós somos capazes de coletar informação como nunca. Toda mídia tem que ser mais mensurável”, explica.

Não se trata de um interesse meramente tecnológico. Quem fizer isso de maneira mais eficiente trará melhores resultados para cada real investido em publicidade. A tecnologia passa a ser uma importante aliada não apenas para que as empresas saibam quais anúncios são mais eficientes, mas também onde, quando e como elas são exibidas, permitindo uma rápida correção de curso, se necessário.

Para McDonald, a capacidade de coletar eficientemente esse tipo de informação já serve como diferencial para empresas de comunicação e agências de publicidade. “Os dados estão se transformando em moeda para que uma agência seja melhor que outra. A diversidade, qualidade e flexibilidade desses dados fará a diferença.”


Fonte: portalexame.abril.com.br/marketing

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De

Conselho Federal de Marketing?

A falta de regulamentação da profissão de marketing está gerando um verdadeiro furdunço na Bahia. O consultor de marketing André Saback diz estar sendo perseguido por membros do Conselho Regional de Administração da Bahia (CRA/BA) por liderar uma associação – com nome de Conselho Federal de Marketing e que ainda não está registrada – cujo objetivo, segundo ele, é regulamentar a profissão. O CRA responde dizendo que Saback está praticando estelionato e que as medidas tomadas visam a defender os profissionais de administração. Enquanto André Saback, formado em marketing pela FIB - Centro Universitário da Bahia -, diz militar pela regulamentação da profissão, o Presidente do CRA/BA, Roberto Ibrahim Uehbe, afirma que o profissional criou uma associação clandestina, está emitindo carteirinhas, cobrando taxas e que foi cobrado pelo Conselho Federal de Administração por medidas que passam até por processar Saback, que diz ter recebido dois telefonemas anônimos na última semana em tom de ameaç