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E-mail marketing ou spam?

Embora seja um excelente canal de comunicação, empresas transformam o e-mail marketing em verdadeiros spams.

De acordo com o relatório de março do Forrester Research, "E-mail Marketing Alcança a Maturidade", 97% dos consumidores e 94% dos profissionais de marketing usam e-mail. O que demonstra uma grande oportunidade para estratégias de comunicação e interação por meio desse canal.

Porém, essa oportunidade está comprometida. 77% dos respondentes da pesquisa disseram que recebem e-mails demais. Houve um aumento em relação aos 71% verificados no estudo de 2003.

Além disso, 72% dos pesquisados apagam a maior parte dos e-mails de propaganda sem lê-los, e apenas 5% compra produtos ou serviços oferecidos por promoções via e-mail.

O grande problema constatado é a falta de uma estratégia de longo prazo.

Muitos profissionais encaram o e-mail como um canal de mídia de massa e não como uma maneira de se conectar individualmente com os clientes. Por isso, usam as mesmas táticas adotadas na mídia impressa, com newsletters e cupons de desconto, ao invés de tirar vantagem das características que fazem do e-mail uma ferramenta poderosa.

Para Chris Baggott, co-fundador do provedor de serviços de e-mail ExactTarget, quando integrado com ferramentas de CRM, POS (Point of Sale) e Web Analytics, o e-mail pode alavancar o potencial dos dados do cliente e proporcionar um diálogo real.

Baggott conta que uma grande companhia aérea envia a ele, semanalmente, uma lista de vôos com descontos, mas nenhum dos vôos parte de lugares próximos da residência dele. Ele conclui que existe pouca diferença entre um spam não solicitado e um e-mail marketing completamente irrelevante, mesmo que o destinatário tenha feito opt-in para recebe-lo. É o chamado "permission spam" (em alusão ao conceito de marketing de permissão), tática que muitas empresas usam quando apenas as receitas de curto prazo são levadas em conta.

O pensamento predominante é que quanto mais e-mails forem enviados, maiores serão os lucros. Uma "estratégia" que com o passar do tempo se torna negativa. Afinal, a reação dos clientes é muito simples – apagam ou lêem. Não há meio termo.

A perspectiva do consumidor é a seguinte: "me respeite, me ouça e tratarei você muito bem. Me ignore, seja inconveniente, gaste o meu tempo e sofra as conseqüências". Essa conseqüência pode ser ignorar a marca ou a empresa, ou até falar mal dela aos quatro cantos da Terra.

Todo e-mail que uma companhia envia deve ser relevante. Para isso, ela precisa planejar conteúdo, timing e canal corretamente. O uso dessa ferramenta deve construir a confiança e o valor do cliente em longo prazo, não importa se a comunicação trata sobre um pedido, solicita informações ou permissão para enviar outros comunicados.

O valor que o consumidor percebe no primeiro e-mail recebido é importante. Ele pode ser destruído ou desenvolvido, dependendo do e-mail seguinte. Isso é determinante para a continuidade da leitura dos e-mails. "Cada experiência influencia a próxima experiência", diz Stephanie Miller, vice-presidente de serviços estratégicos do provedor de serviços de e-mail Return Path.


Fonte: Por Peppers & Rogers Group, citado por Tatiana Alcalde, in www.consumidormoderno.com.br

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