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Pesquisa revela tendências e contradiz crenças criadas pela internet

Cada vez mais consolidada no cotidiano das pessoas, a internet continua sendo objeto de estudos de profissionais da área de comunicação visando desenvolver estratégias que atinjam o consumidor. Questões como, a mídia tradicional está morrendo, ou se os blogs irão dominar a comunicação, são sempre freqüentes. Buscando resposta a essas perguntas, a agência de relações públicas internacional Ketchum, em parceria com o Centro de Relações Públicas Estratégicas Annenberg, da Universidade do Sul da Califórnia realizou recentemente uma pesquisa entre a população americana e profissionais do setor para saber até onde essas crenças são reais.

Segundo a pesquisa, idéias como de que o jovem não lê jornal, de que blogs estão dominando o universo da internet ou que adultos não utilizam sites de relacionamentos não condizem com a realidade do mercado. “O estudo mostra que os profissionais de comunicação das empresas devem personalizar a comunicação e ampliar seu mix de mídia, já que as necessidades dos consumidores variam e eles utilizam diversos canais para obter informação”, afirma o CEO da Ketchum, Raymond L. Kotcher.

De acordo com o resultado apresentado, 73% dos consumidores assistem aos noticiários locais, enquanto que 69% não abrem mão de ler jornal. Essa realidade é válida em todas as gerações, variando de 52% na faixa que vai de 18 a 24 anos a mais de 83% com pessoas acima de 65 anos. Vale destacar ainda que 16% do grupo mais jovem lêem mais de um jornal por dia. A pesquisa revela também que apenas 13% dos consumidores utilizam os blogs como ferramenta de informação. Nesse caso, o grande obstáculo seria a credibilidade. Em uma escala de 0 a 10, os consumidores atribuíram nota 5,2 para esse canal, enquanto deram 7,3 para os jornais e 7,4 para os noticiários de TV.

Para Jerry Swerling, fundador e diretor do Centro de Relações Públicas Estratégicas Annemberg, da USC, o estudo também traça o perfil de influenciadores, ou seja, de editores de informação que são responsáveis por delinear as atitudes dos consumidores. “Essas pessoas devoram todas as mídias ao mesmo tempo, desde a propaganda boca-a-boca até a adoção de novas mídias. Eles costumam utilizar a mídia em níveis muito superiores aos da população em geral. Como resultado, as empresas devem dominar a maneira como participar desse ciclo de influências, o que torna os novos canais de mídia uma nova opção”, relata Swerling.

Ao analisarem-se os resultados, verifica-se que os consumidores procuram diversas fontes de informação quando procuram orientações sobre compras. Por exemplo, ao considerarem a compra de um carro novo, a maioria das pessoas (35%) confia nos conselhos de amigos. Se o assunto é aquisição de ações, 26% dos consumidores entram em sites de notícias econômicas e de negócios, e 20% na web de empresas. Ao escolherem a indicação de uma marca, a busca é realizada em noticiários de TV (14,3%) e nos sites dos fabricantes (11,7%).

A pesquisa identifica ainda que os sites das empresas ainda não são os principais meios para transmitir informações corporativas. Isso demonstra claramente que os comunicadores devem ser mais ousados e criativos, adotando um mix de marketing diversificado, juntamente com uma variedade de canais de mídia, para se comunicarem com os consumidores e com aqueles que os influenciam.

No Brasil que tem um público com particularidades muito diferentes em relação aos outros, onde ferramentas de relacionamento como Orkut, Blogs, Fotologs e programas de mensagens instantâneas são extremamente utilizados, provavelmente muitas dessas respostas trariam alguns resultados diferentes, porém para a diretora Executiva da Ketchum Patrícia Pan (foto), a pesquisa realizada será de bastante importância para o mercado nacional. “Eu não saberia dizer se essa pesquisa pode ser aplicada ao público brasileiro, o que eu prefiro é ver isso por um outro ângulo. Na minha concepção é mais importante encarar esse estudo como uma tendência mercadológica”, conclui a executiva.


Fonte: www.jornaldacomunicacao.com.br

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