Os especialistas Warren Bennis, Michael Useem, John Kotter, Jeffrey Sonnenfeld, Marian Krauskopf e Noel Tichy em entrevista a revista Fast Company revelaram seu pensamento sobre o que é ter coragem na administração de um negócio. Trancrevo aqui alguns trechos da entrevista publicada no HSM On-line. Vale a pena conferir:
"As definições sobre coragem variam não apenas entre culturas, como também entre indivíduos. Para alguns, coragem é a falta de medo em uma situação que, normalmente, geraria esse sentimento. Outros sustentam que quem tem medo e o supera é que demonstra coragem".
"A coragem tem grande importância para quem aspira a tornar-se líder, principalmente porque tanto sua ausência como seu excesso criam problemas de enormes proporções nas organizações. Carecer de coragem é sinônimo de covardia, e ninguém segue um líder covarde; tê-la em dose demasiada pode levar à irresponsabilidade, um atributo que nenhuma empresa deseja ter".
O que é coragem?
Warren Bennis: Uma qualidade instintiva. Não provém do cérebro, mas do coração. Até que ponto você confia em seu instinto, seu desejo visceral, seu coração. Por que não dá ouvidos a seu coração?. Essa é uma maneira alternativa de tomar uma decisão difícil.
John Kotter: A coragem é um forte compromisso emocional – e “emocional”, aqui, é a palavra-chave – com algumas idéias. Essas idéias podem representar a visão da posição para a qual queremos levar a empresa ou os valores que consideramos importantes. Quando as pessoas, além de pensar que suas idéias estão certas, estão comprometidas emocionalmente com elas, defendem-nas a ferro e fogo. Isso é coragem. E, quanto mais altas forem as barreiras que se interpõem a seus ideais, mais oportunidades haverá para atos de coragem. Os indivíduos que fazem história como grandes líderes sempre passam por essas provas de fogo.
Podemos – e devemos– simular coragem?
Michael Useem: Em um período de crise, a demonstração de coragem pode ser vital para infundir energia nas pessoas. No entanto, não é possível simular nada em uma posição de liderança. As pessoas percebem. Eu diria até que sentem o cheiro. Se alguém tenta parecer-se com George Patton, as pessoas pensam: “Que falso!”. E, em conseqüência, sua credibilidade desaparece. O essencial, isso sim, é ter confiança e otimismo, inclusive nos momentos mais difíceis, quando tudo parece sombrio.
A coragem é uma resposta individual ou de grupo?
Warren Bennis: Exceto em situações-limite, a coragem não é produto de uma conduta individual. As pessoas fazem coisas mais ousadas quando estão em grupo. E os líderes determinam metas e as personificam por meio de um comportamento simbólico, para que sua gente os siga. Quando Cícero falava, as pessoas se maravilhavam; quando César falava, as pessoas se colocavam em marcha. É preciso coragem para conseguir que outros se perfilem atrás das idéias que alguém transmite.
Marian Krauskopf: O bom líder se caracteriza por avaliar que respaldo um ato de coragem terá. A diretoria e o conselho de administração apóiam o que ele está prestes a fazer? Seus subordinados estão com ele? Não é comum assumir atitudes ousadas sem saber como é a provável rede de proteção ao redor. É assim que se avalia a coragem.
Noel Tichy: É preciso assegurar um grupo mínimo de seguidores fiéis, pessoas capazes de encarregar-se da resistência e de compartilhar alguns atos de audácia. Caso contrário, a tarefa é muito solitária e está destinada ao fracasso.
Como se relacionam os valores com a coragem?
Michael Useem: Quando alguém está prestes a tomar uma decisão rápida sobre um tema importante, deve lembrar-se dos princípios que defende, porque a tentação de violar os compromissos mais básicos costuma ser grande sob a pressão do momento. O exemplo que mais influenciou meu pensamento é o do general Peter Pace, que, na Guerra do Vietnã, era um oficial de apenas 22 anos. Certo dia, no comando de um exercício de reconhecimento de rotina, o soldado que o acompanhava foi ferido de morte por um franco-atirador de um povoado próximo. Pace se comunicou com o operador de rádio para ordenar uma descarga de artilharia sobre o povoado. Nesse instante, um sargento de 20 anos fitou-o como se fosse um assassino. Pace captou a mensagem. Quais seriam os habitantes do povoado? E cancelou o ataque. Aproximaram-se do povoado com cuidado e viram que ele era habitado apenas por mulheres e crianças. O franco-atirador já tinha ido embora.
Como se pode definir a liderança corajosa na atualidade?
Jeffrey Sonnenfeld: Hoje a coragem que se aprecia é do tipo cauteloso e reflexivo. O conceito de audácia foi distorcido por essa geração de aventureiros que embarcaram em uma aquisição atrás da outra. Eles ficaram viciados em águas agitadas. Não houve lógica nem coragem empresarial no que fizeram.
Fonte: www.hsm.com.br
"As definições sobre coragem variam não apenas entre culturas, como também entre indivíduos. Para alguns, coragem é a falta de medo em uma situação que, normalmente, geraria esse sentimento. Outros sustentam que quem tem medo e o supera é que demonstra coragem".
"A coragem tem grande importância para quem aspira a tornar-se líder, principalmente porque tanto sua ausência como seu excesso criam problemas de enormes proporções nas organizações. Carecer de coragem é sinônimo de covardia, e ninguém segue um líder covarde; tê-la em dose demasiada pode levar à irresponsabilidade, um atributo que nenhuma empresa deseja ter".
O que é coragem?
Warren Bennis: Uma qualidade instintiva. Não provém do cérebro, mas do coração. Até que ponto você confia em seu instinto, seu desejo visceral, seu coração. Por que não dá ouvidos a seu coração?. Essa é uma maneira alternativa de tomar uma decisão difícil.
John Kotter: A coragem é um forte compromisso emocional – e “emocional”, aqui, é a palavra-chave – com algumas idéias. Essas idéias podem representar a visão da posição para a qual queremos levar a empresa ou os valores que consideramos importantes. Quando as pessoas, além de pensar que suas idéias estão certas, estão comprometidas emocionalmente com elas, defendem-nas a ferro e fogo. Isso é coragem. E, quanto mais altas forem as barreiras que se interpõem a seus ideais, mais oportunidades haverá para atos de coragem. Os indivíduos que fazem história como grandes líderes sempre passam por essas provas de fogo.
Podemos – e devemos– simular coragem?
Michael Useem: Em um período de crise, a demonstração de coragem pode ser vital para infundir energia nas pessoas. No entanto, não é possível simular nada em uma posição de liderança. As pessoas percebem. Eu diria até que sentem o cheiro. Se alguém tenta parecer-se com George Patton, as pessoas pensam: “Que falso!”. E, em conseqüência, sua credibilidade desaparece. O essencial, isso sim, é ter confiança e otimismo, inclusive nos momentos mais difíceis, quando tudo parece sombrio.
A coragem é uma resposta individual ou de grupo?
Warren Bennis: Exceto em situações-limite, a coragem não é produto de uma conduta individual. As pessoas fazem coisas mais ousadas quando estão em grupo. E os líderes determinam metas e as personificam por meio de um comportamento simbólico, para que sua gente os siga. Quando Cícero falava, as pessoas se maravilhavam; quando César falava, as pessoas se colocavam em marcha. É preciso coragem para conseguir que outros se perfilem atrás das idéias que alguém transmite.
Marian Krauskopf: O bom líder se caracteriza por avaliar que respaldo um ato de coragem terá. A diretoria e o conselho de administração apóiam o que ele está prestes a fazer? Seus subordinados estão com ele? Não é comum assumir atitudes ousadas sem saber como é a provável rede de proteção ao redor. É assim que se avalia a coragem.
Noel Tichy: É preciso assegurar um grupo mínimo de seguidores fiéis, pessoas capazes de encarregar-se da resistência e de compartilhar alguns atos de audácia. Caso contrário, a tarefa é muito solitária e está destinada ao fracasso.
Como se relacionam os valores com a coragem?
Michael Useem: Quando alguém está prestes a tomar uma decisão rápida sobre um tema importante, deve lembrar-se dos princípios que defende, porque a tentação de violar os compromissos mais básicos costuma ser grande sob a pressão do momento. O exemplo que mais influenciou meu pensamento é o do general Peter Pace, que, na Guerra do Vietnã, era um oficial de apenas 22 anos. Certo dia, no comando de um exercício de reconhecimento de rotina, o soldado que o acompanhava foi ferido de morte por um franco-atirador de um povoado próximo. Pace se comunicou com o operador de rádio para ordenar uma descarga de artilharia sobre o povoado. Nesse instante, um sargento de 20 anos fitou-o como se fosse um assassino. Pace captou a mensagem. Quais seriam os habitantes do povoado? E cancelou o ataque. Aproximaram-se do povoado com cuidado e viram que ele era habitado apenas por mulheres e crianças. O franco-atirador já tinha ido embora.
Como se pode definir a liderança corajosa na atualidade?
Jeffrey Sonnenfeld: Hoje a coragem que se aprecia é do tipo cauteloso e reflexivo. O conceito de audácia foi distorcido por essa geração de aventureiros que embarcaram em uma aquisição atrás da outra. Eles ficaram viciados em águas agitadas. Não houve lógica nem coragem empresarial no que fizeram.
Fonte: www.hsm.com.br
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