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Deixe de ser bom para se tornar grandioso

"O bom é inimigo mortal do grandioso. A grande maioria das empresas nunca irá ser grandiosa simplesmente porque são boas; e aceitam isso." Com esta afirmação, Jim Collins, autor de livros de negócios mais lidos na atualidade, iniciou sua videoconferência nesta terça-feira, 26 de junho, durante o Fórum Mundial de Alta Performance, realizado pela HSM.

De acordo com Jim, as empresas devem ter grandes aspirações para se tornarem grandiosas e atingirem objetivos com esta amplitude. "Algumas empresas deixaram de ser excelentes para se tornarem boas porque mudaram em excesso, e mudaram em coisas erradas. A assinatura da mediocridade não é a falta de mudança, mas, sim, uma inconsistência crônica", denunciou. Para ele, o grande totem é "preservar o lucro e estimular o progresso por meio da manutenção de valores essenciais e da mudança de práticas".

Porém, o que torna uma empresa grandiosa? Segundo Collins, a razão para isso passa muito longe das circunstâncias e da forma com que foram criadas. "A grandeza é simplesmente uma questão de escolha consciente e de disciplina", sentenciou.


Pense antes nas pessoas - A característica fundamental dessas escolhas conscientes gira em torno das pessoas dentro de uma corporação. "Aqueles que conseguem fazer empresas grandes primeiro pensam no ‘quem’ e apenas depois no ‘quê’." Para ilustrar esta idéia, o palestrante apresentou uma metáfora, sugerindo que os assentos ocupados em um ônibus e quem está ao volante são fundamentais para que a companhia (o próprio veículo) siga um curso vencedor.

Para auxiliar os participantes do congresso no sentido de apresentar características importantes que os funcionários de uma companhia de sucesso devem ter, Collins enumerou seis itens fundamentais dessas pessoas:

- Se encaixam com os valores da empresa;
- Não precisam ser geridas;
- Não entendem que têm um emprego, mas sim responsabilidades;
- Sempre fazem o que dizem que vão fazer;
- Apontam algo para fora a fim de justificar o sucesso; e para si quando há algo errado;
- Demonstram paixão pela companhia.


Liderança - Para Collins, buscar um grande líder, um grande CEO, tem de ser primeiro uma busca interna da empresa. "Mais de noventa por cento (90%) dos grandes CEOs vieram de dentro de suas companhias. As pessoas de dentro são os grandes agentes de mudança das corporações", destacou.

Collins apresentou outro elemento importante que deve ser levado em conta pelas empresas no momento de se selecionar um líder. "Já vi grandes líderes que eram reservados, e grandes personalidades muitas vezes ficaram em empresas que não se destacaram", salientou.

Então, qual a característica fundamental de um líder de sucesso? Para responder a essa difícil questão, o palestrante trouxe o exemplo de Peter Drucker. "Quando o conheci, me surpreendi ao ver que o maior pensador de gestão em todo o mundo morava numa casa simples, com a porta a pintar", lembrou.

Mais importante do que suas observações, porém, foi a conversa que teve com Drucker. "Ele fez perguntas para mim durante quase toda a nossa conversa, e depois apresentou algumas observações muito especiais", contou. "Depois disso, percebi que os maiores líderes são em primeiro lugar os maiores alunos, eles sempre querem saber mais. Eles são ambiciosos, não para si, mas para um grande objetivo e uma grande realização", salientou.


Pense no que não fazer - Collins apresentou um desafio para os participantes do evento. Pediu para que levantassem primeiro a mão aqueles que sempre fazem uma lista do que fazer, e depois aqueles que fazem uma lista do que não fazer mais. Enquanto no primeiro momento a grande maioria dos presentes se manifestou, para a segunda questão, poucos ergueram as mãos.

"Quem não faz uma lista do que não fazer é indisciplinado", sentenciou. Segundo Collins, a lista que contém o que não fazer é mais importante do que a lista de afazeres. "Ninguém tem mais de vinte e quatro horas no dia. O trabalho é infinito e o tempo é finito. Temos de gerenciar o nosso tempo e não o nosso trabalho", asseverou.

Para exemplificar esta idéia, o palestrante apresentou o exemplo da Southwest Airlines, uma das empresas mais lucrativas dos últimos anos. Segundo Collins, o que fez a companhia colher resultados tão bons foi mais uma lista do que não fazer do que fazer. "Eles determinaram tópicos como: ‘Não vamos mais oferecer primeira classe’; ‘Não vamos mais oferecer alimentação’; ‘Não vamos mais fazer cargas’, dentre outros", enumerou. "Isso fez com que a empresa alcançasse resultados impressionantes", concluiu.


Fonte: www.hsm.com.br

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