Pular para o conteúdo principal

Punk Marketing e a propaganda ultrapassada

O publicitário Mark Simmons é um dos autores do polêmico Punk Marketing. No livro, lançado recentemente nos Estados Unidos e sem previsão de chegada ao Brasil, ele prega a necessidade de uma revolução na mentalidade e na atitude das agências e companhias para acompanhar a evolução das novas mídias e do comportamento dos consumidores. Confira a entrevista concedida pelo publicitário ao Portal Exame.

O que significa punk marketing?
O movimento punk foi revolucionário no final dos anos 70, rejeitando toda a cultura musical fabricada na música pop. Pregamos a necessidade de os profissionais de marketing fazerem o mesmo em sua área. Eles precisam romper com os padrões vigentes, pois os meios de comunicação mudaram, assim como o comportamento dos consumidores.

Como é possível romper com os padrões vigentes no mundo do marketing?
Muitas agências estão ainda apegadas à idéia de que os anúncios na TV representam o centro do universo. Hoje, para atingir o público-alvo, você tem de trabalhar muito mais, incluindo no pacote da campanha mídias como YouTube e blogs.

Mas as agências de propaganda não estão atentas a essas mídias digitais?
A maioria dos profissionais de marketing usa a internet, mas não em todo o seu potencial. As campanhas para as mídias digitais ainda são muito primitivas. Um erro comum é forçar o encaixe de uma propaganda desenvolvida para a TV numa mídia como o YouTube. Os consumidores interagem com mídias diferente de modo dramaticamente distintos.

Por que está demorando tanto tempo para as agências utilizarem todo o potencial da internet?
Um erro comum é ficar tentando usar um formato novo mais porque ele parece uma moda passageira e menos porque alcança as pessoas que você deveria alcançar. Montar um website e colocar alguns anúncios não é o suficiente.

Do ponto de vista do impacto nos consumidores, as novas mídias têm alguma vantagem em relação às tradicionais?
A mídia digital é um meio verdadeiramente interativo. Isso representa uma oportunidade para engajar os consumidores de um modo muito mais profundo do que os comerciais de TV.

Existem empresas que já perceberam essa mudança e vêm trabalhando bem com as novas mídias?
Sim. Recentemente, a marca de desodorantes Axe criou uma série animada online chamada City Hunters ("Caçadores da cidade", em português), com personagens que faziam referências ao universo das fragrâncias. Igualmente interessante foi a idéia do Burger King de lançar games online.

Além de ver menos TV e navegar mais tempo pela internet, quais são as outras características importantes das novas gerações de consumidores?
O que caracteriza a nova geração de consumidores é como eles agora têm o controle do diálogo, de um modo que nunca tiveram antes. Eles decidem quais produtos querem consumir. Escolhem também onde, em que momento e a forma que desejam consumir. As marcas estão acostumadas a competir entre si. Agora, precisam brigar também pela atenção do consumidor.


Fonte: Por Taiana Gianini, in portalexame.abril.com.br

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De

Conselho Federal de Marketing?

A falta de regulamentação da profissão de marketing está gerando um verdadeiro furdunço na Bahia. O consultor de marketing André Saback diz estar sendo perseguido por membros do Conselho Regional de Administração da Bahia (CRA/BA) por liderar uma associação – com nome de Conselho Federal de Marketing e que ainda não está registrada – cujo objetivo, segundo ele, é regulamentar a profissão. O CRA responde dizendo que Saback está praticando estelionato e que as medidas tomadas visam a defender os profissionais de administração. Enquanto André Saback, formado em marketing pela FIB - Centro Universitário da Bahia -, diz militar pela regulamentação da profissão, o Presidente do CRA/BA, Roberto Ibrahim Uehbe, afirma que o profissional criou uma associação clandestina, está emitindo carteirinhas, cobrando taxas e que foi cobrado pelo Conselho Federal de Administração por medidas que passam até por processar Saback, que diz ter recebido dois telefonemas anônimos na última semana em tom de ameaç