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Consumer-generated Media mudando lentamente o Marketing

Nunca em nenhum momento a Comunicação e o Marketing passaram por tantas mudanças. O pivô destas mudanças é o consumidor e a amada, odiada e temida Mídia Gerada por este. Ou como nossos amigos lá da América do Norte chamam: consumer-generated media (CGM).

A CGM vai provocar mudanças profundas nos próximos 5 anos e estamos exatamente no meio do furacão de tudo isso. Ou seja, a partir do caos serão criadas oportunidades. Muita coisa vai para o ralo, mas muita coisa nova vai surgir. Abaixo sintetizo minha visão:

O fim da Propaganda e a ascenção das Relações Públicas
Al Ries já havia pregado o fim da propaganda, sob o olhar feroz dos publicitários, aqui mesmo no Brasil. Não acho que isso vá se concretizar, mas a ascenção da mídia gerada pelo consumidor tem feito muita agência de propaganda brasileira de peso se especializar em Relações Públicas. Ou seja, vamos deixar o anúncio de lado e passar a “construir, manter ou reformar a reputação positiva de uma instituição, seja ela um produto, uma marca, uma empresa, uma entidade, uma pessoa física etc;”. Aliás, este é um dos objetivos do profissional de RP, segundo a Wikipedia.

A comunicação boca-a-boca no mix de comunicação
Kotler e todos os teóricos do Marketing não colocam a comunicação no mix de comunicação de marketing, composto por Propaganda, Relações Públicas, Marketing Direto, Promoção de Vendas, Vendas Pessoais e Marketing On-line. As razões para a exclusão é apenas uma: como planejar algo que não se vê. Ou seja, a comunicação boca-a-boca é invisível. Acontece que com a Internet pelo menos 6% do boca-a-boca se faz pela internet e se torna transparente. Se antes ao indicar um restaurante para um amigo esta informação desaparecia no ar, hoje ao deixar um scrap no Orkut indicando o restaurante ou uma foto do meu produto favorito no Flckr expresso minhas opiniões e influencio de forma transparente. Ou seja, esta transparência cria novas oportunidades não apenas para o mix de comunicação crescer mas para surgirem novos negócios especializados em Word of Mouth Marketing. Um exemplo: a BzzAgent.

Novos formadores de opinião
Muita gente vive e viverá do que escreve no seu blog. Algumas pessoas que dominam uma área específica, seja tecnologia ou dietas para emagrecimento conseguirão reunir em torno de si cada vez mais gente interessada naquele tema. Estas pessoas reunidas em clusters gravitarão ao redor destes influentials. Os influentials por sua vez serão alvo das agências de Propaganda ou Relações Públicas (ou qualquer meio termo) e serão tão importantes para qualquer estratégia de comunicação de marketing quanto os jornalistas. Convidem os jornalistas, mas não esqueçam dos blogueiros.

Novas métricas e novos serviços
As agências de comunicação e RP terão que trocar todas as suas métricas. Sairão de cena a centimetragem por coluna e entrarão métricas e terminologias novas como scale-free networks, trackback e hubs. Ou seja, não há como ser profissional de comunicação em 2007 sem entender um pouco de tecnologia. O que é ameaça para alguns se tornará oportunidade para outros. Será que já existe alguma agência de comunicação que entenda de blog? A maioria diz que entende, mas conheço poucas que realmente falam a verdade.

Monitoração será essencial
Não querendo puxar a sardinha para a E.LIFE, pois isso é feio, mas alguém tem alguma dúvida que será essencial monitorar o boca-a-boca on-line para:

- Monitorar percepção dos consumidores sobre imagem da Marca e concorrentes.
- Monitorar ações de comunicação antes, durante e depois - medindo o boca-a-boca gerado sobre produtos e Campanhas (media tracking).
- Monitoração de crises em processo embrionário - saber antes o que a Imprensa saberá depois
- Monitoração, identificação e relacionamento com formadores de opinião.
- Insights do consumidor para lançamento de produtos e serviços


Fonte: Por Alessandro Barbosa Lima, in blog.elife.com.br

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