Pular para o conteúdo principal

Empresa entra na justiça contra consumidor

Empresas têm direito de receber indenização por danos morais quando são criticadas por consumidores em fóruns de discussões na internet? A resposta é não para o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, que analisou o processo da Digital Web Comércio movido contra um cliente.

Tudo começou porque o consumidor pediu para a atendente que enviasse dados específicos sobre um dos produtos da empresa por e-mail. Por considerar que a resposta demonstrou falta de conhecimento técnico da funcionária, ele resolveu publicá-la no fórum de discussão do site Guia do hardware.net com o título: Nunca compre na GoldLine, diálogo maluco com atendente louca!. A empresa, naturalmente, não gostou e foi à justiça. Perdeu a batalha em primeira e segunda instâncias, mas ainda pode recorrer.

Para o advogado Omar Kaminski, especialista em direito informático, a decisão consagra o direito da liberdade de expressão na internet. Ele representou o site Guia do hardware.net no processo. O site, também processado pela empresa, se livrou da condenação. A justiça entendeu que ele não deveria responder por crítica feita pelo consumidor.

O advogado diz que as empresas devem tomar cada vez mais cuidado com os produtos e serviços prestados para evitar as reclamações de consumidores. Kaminski lembra que, há alguns anos, empresas conseguiam tirar do ar sites que tinham como slogan eu odeio a empresa tal. Mas agora, segundo o advogado, o poder de mobilização virtual dos clientes está aumentando.

Kaminski diz que o tiro pode sair pela culatra para empresas que processam consumidores insatisfeitos com os serviços. Além das chances de derrota na justiça, elas passam a não serem vistas com bons olhos pelos clientes.


Fonte: Por Débora Pinho, in Blog Leis & Negócios, portalexame.abril.com.br

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De

Conselho Federal de Marketing?

A falta de regulamentação da profissão de marketing está gerando um verdadeiro furdunço na Bahia. O consultor de marketing André Saback diz estar sendo perseguido por membros do Conselho Regional de Administração da Bahia (CRA/BA) por liderar uma associação – com nome de Conselho Federal de Marketing e que ainda não está registrada – cujo objetivo, segundo ele, é regulamentar a profissão. O CRA responde dizendo que Saback está praticando estelionato e que as medidas tomadas visam a defender os profissionais de administração. Enquanto André Saback, formado em marketing pela FIB - Centro Universitário da Bahia -, diz militar pela regulamentação da profissão, o Presidente do CRA/BA, Roberto Ibrahim Uehbe, afirma que o profissional criou uma associação clandestina, está emitindo carteirinhas, cobrando taxas e que foi cobrado pelo Conselho Federal de Administração por medidas que passam até por processar Saback, que diz ter recebido dois telefonemas anônimos na última semana em tom de ameaç