Pular para o conteúdo principal

Empresas buscam perfis de liderança, trabalho em equipe, comunicação e bom relacionamento

Competência e conhecimento técnico ainda são fundamentais, é claro. Mas, cada vez mais, as empresas valorizam os profissionais dotados de habilidades comportamentais como liderança, capacidade de trabalhar em equipe, comunicação e relacionamento interpessoal, iniciativa e proatividade e, ainda, foco em resultados. Tais características estão entre as mais citadas na pesquisa realizada pela DM Recursos Humanos, junto a 76 executivos, de 33 companhias de grande porte, 90% delas com sede em São Paulo. As áreas consultadas incluem energia, alimentos e bebidas, química e petroquímica, siderurgia, mineração, farmacêutica, telecomunicações, agronegó-cio, saúde, engenharia, papel e celulose, automotiva, tecnologia e financeira.

O levantamento teve como objetivo saber o que as empresas esperam dos executivos, dos analistas e dos seus profissionais com alto grau de especialização. A gerente da divisão executivos da DM Recursos Humanos, Sonia González, diz que a idéia da pesquisa surgiu a partir da constatação de que, nos últimos anos, as companhias têm procurado executivos com capacidades que extrapolam a capacitação técnica. "Os comportamentos hoje são tão ou mais valorizados que os conhecimentos técnicos, principalmente no que se refere aos relacionamentos interpessoais - como saber trabalhar com outras pessoas, se expressar e tirar o melhor dos outros."

Mas isso, segundo ela, não significa dizer que o domínio técnico tenha sido abandonado. Neste sentido, um dos fenômenos mais relevantes detectados é que praticamente todas as áreas exigem conhecimentos financeiros, inclusive aquelas que aparentemente não têm relação direta com a área financeira das organizações. "Em marketing, por exemplo, é preciso lidar bem com custos, dominando analises financeiras", comenta Sonia.

Para a executiva, os resultados provam que os serviços estão mais valorizados. "As empresas perceberam que vão se diferenciar pelas pessoas. O produto em si é uma exigência tão básica, que não é mais diferencial."

Além disso, a presença de profissionais com aptidões como visão sistêmica, proatividade, foco em resultados e visão do negócio em vários níveis hierárquicos melhora as tomadas de decisão. "As empresas perceberam que as decisões tomadas por várias pessoas são mais acertadas que as tomadas por apenas uma pessoa, como era antes", explica Sonia.

Conforme o estudo, muitas habilidades valorizadas pela empresa não são detectadas nos processos seletivos. Entre elas, as principais são conhecimento técnico, proatividade, relacionamento, liderança e domínio de idiomas. Com isso, os profissionais que, nas entrevistas de emprego conseguem demonstrar algumas destas aptidões acabam se diferenciando dos concorrentes.

A pesquisa também apontou os cursos de graduação mais valorizados. Os mais votados foram Administração de Empresas (29,8%), Engenharia de Minas, Mecânica, Civil, Elétrica, Metalúrgica e Eletro-Eletrônica (juntas, somam 26,3%), Economia (7%), Ciências Contábeis (5,3%), Medicina, Marketing, Ciências da Computação e Análise de Sistemas (3,5% cada).

Entre os cursos de pós-graduação e MBA, os mais valorizados são Marketing (20%), Gestão Empresarial e Gestão de Projetos (ambos com 11,4%), Finanças e Administração (ambos com 8,6%) e Logística (5,7%). "Marketing é uma área muito forte em qualquer empresa. Já Gestão Empresarial e de Projetos são áreas bem genéricas. Qualquer profissional pode se interessar por esses cursos, que ajudam a ter uma visão mais ampla, tornam o executivo mais generalista e capaz de visualizar a companhia como um todo. Isso tem tudo a ver com a visão atual das empresas", finaliza Sonia.


Fonte: Por Marcelo Monteiro, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 9

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De

Conselho Federal de Marketing?

A falta de regulamentação da profissão de marketing está gerando um verdadeiro furdunço na Bahia. O consultor de marketing André Saback diz estar sendo perseguido por membros do Conselho Regional de Administração da Bahia (CRA/BA) por liderar uma associação – com nome de Conselho Federal de Marketing e que ainda não está registrada – cujo objetivo, segundo ele, é regulamentar a profissão. O CRA responde dizendo que Saback está praticando estelionato e que as medidas tomadas visam a defender os profissionais de administração. Enquanto André Saback, formado em marketing pela FIB - Centro Universitário da Bahia -, diz militar pela regulamentação da profissão, o Presidente do CRA/BA, Roberto Ibrahim Uehbe, afirma que o profissional criou uma associação clandestina, está emitindo carteirinhas, cobrando taxas e que foi cobrado pelo Conselho Federal de Administração por medidas que passam até por processar Saback, que diz ter recebido dois telefonemas anônimos na última semana em tom de ameaç