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Meta da Samsung é ser a número um no Brasil

No comado do marketing institucional da Samsung no Brasil há pouco mais do que um mês, Carlos Werner possui missões bem definidas para transformar a marca em uma das mais conhecidas no País. Entre elas está uniformizar a comunicação das quatro unidades de negócios que a companhia possui por aqui: eletrônica de consumo (linha branca, TVs, DVDs e home theaters), telecomunicações (celulares), tecnologia da informação, monitores e discos rígidos e impressoras e soluções de impressão.

Com um faturamento de US$ 1,6 bilhão no ano passado, um valor 33% maior do que o do ano anterior - o faturamento global da empresa foi de US$ 63,4 bilhões -, a Samsung do Brasil aposta em três pilares para se transformar na marca referência para o consumidor brasileiro: o apoio ao esporte (a empresa é patrocinadora do Sport Club Corinthians Paulista, por exemplo), interatividade do consumidor com a tecnologia, por meio da loja Experience, e o uso das ferramentas de marketing para fixar os conceitos da marca. Em entrevista exclusiva a este jornal, o executivo conta como pretende transformar a Samsung na marca número um de eletroeletrônicos no Brasil.

Gazeta Mercantil - Sua missão no comando do marketing da Samsung é desafiadora. Fale mais sobre o projeto.
Carlos Werner - Queremos manter uma comunicação uniformizada entre as quatro unidades de negócios. Com isso, vamos posicionar a Samsung como uma empresa de ponta, que oferece soluções inovadoras nos segmentos em que atua.

Gazeta Mercantil - Como atingir esse objetivo?
A companhia, em todo o mundo, trabalha com três pilares que são o apoio ao esporte, a loja conceito Experience, presente em cinco cidades de todo o mundo incluindo São Paulo, e o uso das ferramentas de marketing e comunicação.

Gazeta Mercantil - Qual o conceito das lojas Experience?
É permitir que o consumidor tenha contato com o que há de mais moderno nos segmentos que a empresa atua. Não há um envolvimento comercial, uma vez que os produtos não são vendidos, estão lá para demonstração. Um outro fator interessante é que na loja de São Paulo o consumidor tem contato com a TV digital de alta definição. Há um aparelho que está transmitindo os sinais experimentais da Rede Globo em alta definição, com um protótipo de um decodificador desenvolvido por nosso centro de desenvolvimento de tecnologia.

Gazeta Mercantil - Quanto investem nestas lojas conceito?
Hoje temos cinco, que ficam em São Paulo, Moscou, Seul, Tóquio e Nova York. Por aqui, o investimento anual na loja é de US$ 1 milhão.

Gazeta Mercantil - Qual o investimento da companhia nos centros de desenvolvimento?
Globalmente, a verba anual para desenvolvimento de produtos é de 8% do faturamento. No Brasil são três centros, o de Manaus e Campinas (SP), onde estão localizadas as fábricas da empresa no País, e um em São Paulo, dedicado, exclusivamente, para a tecnologia da TV digital. Esse segmento recebeu da Samsung um investimento global de US$ 15 milhões.

Gazeta Mercantil - Existe a possibilidade de a Samsung, então, se transformar em uma produtora de decodificadores para o sinal digital de alta definição?
A companhia já possui essa tecnologia, mas não posso afirmar que será um novo negócio da empresa no Brasil.

Gazeta Mercantil - Em relação ao apoio ao esporte, quais são as ações da companhia?
O apoio ao esporte faz parte dos valores da Samsung, que patrocina as Olimpíadas e os Jogos Pan-Americanos. No Brasil, a empresa desenvolveu um projeto que vai patrocinar três atletas, com idade entre 12 e 15 anos. Cada um possui sua história no site da empresa. Os internautas podem votar em qual a companhia deve investir mais. A verba do patrocínio é de R$ 100 mil, e ela será dividida entre os três atletas, proporcionalmente aos votos recebidos na rede.

Gazeta Mercantil - Ficam ou saem como patrocinadores master do Corinthians?
O contrato está em fase de renovação com interesse das duas partes na continuidade da parceria.

Gazeta Mercantil - Há interesse mesmo com a fase ruim que o time vem passando no futebol e na administração?
Sim, a parceria, que custou US$ 12,7 milhões, foi um sucesso. O Corinthians possui cerca de 35 milhões de torcedores que hoje vêem a marca com mais simpatia. Trata-se de um investimento importante para aproximar a Samsung das pessoas.

Gazeta Mercantil - Há planos de ampliar o patrocínio para outros clubes?
Não. O Corinthians é o foco da companhia.

Gazeta Mercantil - Como é a comunicação da Samsung?
A Samsung possui uma agência interna, a Cheil, e no Brasil não é diferente. Ela é a responsável pela campanha que estréia na quarta-feira e pelas ações da empresa na internet, grande foco este ano.

Gazeta Mercantil - Qual a verba anual de marketing?
Não posso divulgar os valores, mas a verba deste ano ganhou um incremento de cerca de 20% em relação à verba do ano passado, incluindo aí o investimento em mídia.
Gazeta Mercantil - Como a companhia vê o mercado de TVs de plasma e LCD?
Hoje, os aparelhos de LCD são os mais vendidos e a Samsung lidera o mercado com uma participação de 36,5%, segundo dados AC Nielsen, de julho deste ano. Os com tecnologia plasma permitem tamanhos maiores, com maior qualidade de imagem. A empresa, por exemplo, está lançando e produzindo no Brasil uma versão com 63 polegadas. Os televisores Samsung são 100% produzidos no País.

Gazeta Mercantil - E os planos em celulares?
A companhia aposta hoje nos modelos ultrafinos. Na verdade, ainda para este ano, teremos muitas novidades.

Gazeta Mercantil - Com relação aos produtos de linha branca, qual foi a estratégia adotada pela empresa?
A Samsung optou em entrar nesse setor somente com produtos de altíssima qualidade, que ainda representam pouco no mercado brasileiro. O objetivo é se estabelecer como uma marca de produtos sofisticados e de alta tecnologia. São todos importados e o volume ainda não é representativo, o que não justifica investimento em unidade de produção no País. Mas existe a vontade de iniciar a produção no Brasil.


Fonte: Por Sheila Horvath, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 6

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