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A arte de agregar conteúdo na Web

Estar online às vezes dá desespero. Você mal cria um perfil no Orkut vem o MySpace. Aí chega o Facebook e todos os influentes migram para lá. Vem o convite do Joost e descobre-se o Ustream, mas é preciso acompanhar o WeShow e o Fiz.TV – sem abandonar o Youtube. E quando começa o vício no Twitter, eis que lhe apresentam o Pownce. Sem contar as assinaturas de RSS que entopem os agregadores e o Outlook com centenas de feeds por dia. Ah, quase esqueci do Flickr, Del.i.cio.us, Technorati...

Monitorar a Web gera uma ansiedade quase esquizofrênica. Se quem entende alguma coisa já se sente perdido com tanta coisa, imagine um diretor de marketing ou comunicação de uma grande empresa que está começando a perceber a importância dos blogs e dessa “coisa 2.0” de que tanto se fala por aí.

Pior: ele ouve dizer que conversação é regra-chave na Internet hoje em dia e que é preciso se relacionar. Aí ele olha o Blackberry, vê aquele monte de e-mails sem resposta, lembra daquele telefonema que esqueceu de fazer no meio da tarde e entra em desespero. Quem não entraria?

É aí que o profissional de relações públicas ganha uma oportunidade de se reinventar e se adaptar ao que já chamam de Public Relations 2.0. Um dos principais desafios desse RP é conseguir identificar conteúdos relevantes e acompanhar conversações que realmente fazem sentido para o cliente.

Tudo começa com uma boa varredura da Web para criar a lista dos sites e blogs que precisam ser monitorados constantemente via RSS. Mas não vale esquecer os feeds “ao deus dará” no agregador. Eles devem ser lidos diariamente – ninguém vai ler 800 posts, mas é crucial adquirir o hábito de passar o olho nas manchetes e identificar o que é importante.

Após acompanhar esses blogs e sites por algum tempo, vale iniciar a conversação. Comentar de vez em quando agregando conteúdo nos comentários, para que o blogueiro/jornalista considere interessante manter esse relacionamento. Aí quem sabe dá até para vender uma matéria sobre o seu cliente num desses comentários.

Esse monitoramento também ajuda a orientar o cliente sobre tendências, assuntos mais comentários dentro da área de atuação da companhia, obter idéias para pautas e até mesmo identificar questões negativas que podem vir a gerar uma crise.

Mas isso não significa que o trabalho parou por aí. De tempos em tempos a varredura precisa acontecer. Novos formadores de opinião surgem todos os dias na Web e é bem provável que seja o caso de acrescentar mais alguns blogs na lista.

É verdade. Eu não falei das redes sociais e TVs online. Sim, elas também entram no monitoramento. Infelizmente será preciso criar vários login para entender o que se passa em cada uma das “sensações” da Web.

Uma dica é deixar os dados gravados, ainda que isso não seja muito seguro. Em endereços onde o seu nome já existe como usuário e você tem que criar thiane_loureiro, thiloureiro, tloureiro1, etc., não espere que sua memória dê conta de todos eles.

É, pensando bem, parece até um alívio que o mundo corporativo no Brasil ainda esteja meio de fora disso tudo. Mas se prepare ou você será literalmente varrido quando a onda finalmente chegar.


Fonte: Por Thiane Loureiro, in jumpexec.uol.com.br

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