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Associação das Prostitutas da Bahia coloca a Rádio Zona no ar

A Associação das Prostitutas de Bahia (Aprosba) colocou no ar, na sexta-feira, uma emissora de rádio que tem como proposta resgatar a cidadania das associadas. Segundo a Aprosba, uma categoria que, apesar de existir desde os tempos mais remotos da sociedade, continua marginalizado. A Rádio Zona, como se denomina a emissora, iniciou as transmissões via web, podendo ser acessada pelo site www.radiozona.org.br.

A expectativa da coordenadora da entidade, Fátima Medeiros, 39 anos, é que até o próximo ano, a emissora esteja funcionando nos moldes de uma rádio FM. Para tanto a Aprosba aguarda a concessão do Ministério das Comunicações. Antes disso, ainda em 2007, porém, a emissora deverá ganhar auto-falantes pelo Centro Histórico de Salvador, no melhor estilo rádio comunitária, muito embora a comunidade local já tenha tido uma pequena amostra do que pretende ser "a nova voz do centro da cidade", em pequenas incursões experimentais pela passagem do Dia Internacional da Mulher, em março.

A idéia de lançar uma rádio foi desenvolvida pela própria associação, em parceria com o Ministério da Cultura, que liberou verba no valor de R$ 180 mil para a execução do projeto. A rádio está instalada na rua das Vassouras, no mesmo casarão que serve de sede para a associação, na praça da Sé, centro histórico da capital baiana.

De acordo com o coordenador do projeto, o publicitário Sandro Correia, a programação não se destina exclusivamente às prostitutas, nem visa fazer apologia à prostituição, embora a descontração esteja incluída na linguagem adotada. Segundo ele, a emissora pretende contemplar todas as minorias incluindo os homossexuais, travestis, transexuais, afros e descendentes de índios com programas culturais, orientações sexuais, de saúde pública, de direitos humanos, resgate de cidadania e políticas afirmativas.

De acordo com a Aprosba, existem mais de três mil prostitutas somente em Salvador.

Fátima Medeiros reforça a intenção de levar ao ar conteúdos diversificados, com o intuito de combater o machismo, o racismo, a homofobia, a estigmatização das prostitutas e qualquer outro tipo de discriminação por identidade e profissão.

"Vivemos num País carente de esclarecimento, sobretudo no que diz respeito à atividade sexual. Por isso se faz necessário a divulgação de material que construam uma cultura baseada nos direitos humanos", diz ela.

A Rádio Zona possui toda estrutura de uma emissora de rádio, com estúdios de gravação, computadores para produção, gravação e edição de programas, além de pessoal capacitado.

É o caso da jornalista Tess Chamusca, 24 anos, encarregada do programa Eletrozona, que terá ainda a missão de estabelecer vínculos com DJs, além de fazer contatos com associações de moradores do centro histórico e organizações não-governamentais. Um outro programa será o Baianada, destinado aos artistas locais de vários estilos sem chances de inserção na grande mídia.

Fátima avisa, porém, que não haverá programa destinado a evitar a prostituição. "Por isso enfatizaremos as políticas de saúde pública", salienta.

O projeto começou a ser desenhado no final de 2005, através de convênio com o Ministério da Cultura. Foi anunciado em março de 2006 e hoje saiu do papel, ganhando voz.


Fonte: Portal Terra

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