O site francês CrowdSpirit aposta na inovação por intermédio da colaboração dos próprios participantes e membros. O argumento é simples e está logo na capa, ao lado da foto de vários aparelhos eletrônicos: "Hoje, todos esses produtos são desenhados por empresas que nem sempre levam em conta as expectativas do usuário final". Os membros podem, não apenas enviar idéias relacionadas a novos aparelhos eletrônicos, como podem também participar dos estágios do ciclo de produção, até comprar o resultado final.
O projeto está no estágio inicial e o foco, por enquanto, está nos produtos com preço de mercado abaixo de 190 dólares. Para participar é só enviar uma idéia de produto que fica exposta à votação dos demais membros. As melhores idéias são analisadas pela CrowdSpirit e fabricantes parceiros. Uma comunidade de investidores então financiam o desenvolvimento do produto; o passo seguinte é o teste do protótipo pela comunidade. Aprovado, o produto é colocado à venda e os membros se encarregam de recomendá-lo às redes varejistas.
O site está se beneficiando do que a agência de tendências Trendwatching chama de "Crowd Clout", ou pressão da multidão. Nesse caso, pessoas estão unidas, imbuídas de um mesmo propósito, ou seja, criar produtos eletrônicos de uso mais instintivo e simples.
Na mesma linha, ganha destaque o termo crowdsourcing - em oposição a outsourcing, ou terceirização -, que terceiriza para a multidão a tarefa de ajudar empresas a completar tarefas e diminuir custos. Muito, muito longe de uma multidão aborrecida, trabalhando por obrigação. Trata-se de pessoas colaborando pelo simples prazer de colaborar.
O Google soube como poucos usar a multidão a seu favor. No jogo Google Image Labeler, duplas, formadas por desconhecidos, muitas vezes localizados em partes opostas do globo, dão nomes às imagens que aparecem na tela. Os integrantes ganham pontos se derem o mesmo nome à figura. Assim, o Google tem, de graça, pessoas que identificam suas imagens, facilitando a armazenagem. Aos participantes, restam a satisfação da vitória e o acúmulo de pontos. Nada mais.
Fora da net
Comum também o estímulo à participação dentro da empresa. A Whirlpool Corporation treinou 400 funcionários de diversas funções para participar de um novo processo de "ideação". Antes dessa iniciativa, a empresa lançava alguns novos produtos por ano; depois dela, passou a introduzir dezenas de produtos no mesmo período, muitos dos quais tiveram extraordinário sucesso, como a linha Gladiator de aparelhos, bancadas de trabalho e sistemas de armazenamento para garagens domésticas.
Já a Shell liberou uma verba de 20 milhões de dólares para uma equipe de funcionários remunerar idéias de vanguarda vindas de qualquer parte da empresa. Qualquer funcionário da empresa dispõe de 10 minutos para vender a sua idéia e 15 minutos adicionais para perguntas e respostas. As idéias aprovadas recebem em média 100 mil dólares, chegando a 600 mil dólares. De 12 equipes, quatro receberam financiamento para o estágio de desenvolvimento seguinte. Das cinco iniciatias de maior crescimento da Shell em 1999, quatro começaram assim.
Fonte: Por Ticiana Werneck, in www.consumidormoderno.com.br
O projeto está no estágio inicial e o foco, por enquanto, está nos produtos com preço de mercado abaixo de 190 dólares. Para participar é só enviar uma idéia de produto que fica exposta à votação dos demais membros. As melhores idéias são analisadas pela CrowdSpirit e fabricantes parceiros. Uma comunidade de investidores então financiam o desenvolvimento do produto; o passo seguinte é o teste do protótipo pela comunidade. Aprovado, o produto é colocado à venda e os membros se encarregam de recomendá-lo às redes varejistas.
O site está se beneficiando do que a agência de tendências Trendwatching chama de "Crowd Clout", ou pressão da multidão. Nesse caso, pessoas estão unidas, imbuídas de um mesmo propósito, ou seja, criar produtos eletrônicos de uso mais instintivo e simples.
Na mesma linha, ganha destaque o termo crowdsourcing - em oposição a outsourcing, ou terceirização -, que terceiriza para a multidão a tarefa de ajudar empresas a completar tarefas e diminuir custos. Muito, muito longe de uma multidão aborrecida, trabalhando por obrigação. Trata-se de pessoas colaborando pelo simples prazer de colaborar.
O Google soube como poucos usar a multidão a seu favor. No jogo Google Image Labeler, duplas, formadas por desconhecidos, muitas vezes localizados em partes opostas do globo, dão nomes às imagens que aparecem na tela. Os integrantes ganham pontos se derem o mesmo nome à figura. Assim, o Google tem, de graça, pessoas que identificam suas imagens, facilitando a armazenagem. Aos participantes, restam a satisfação da vitória e o acúmulo de pontos. Nada mais.
Fora da net
Comum também o estímulo à participação dentro da empresa. A Whirlpool Corporation treinou 400 funcionários de diversas funções para participar de um novo processo de "ideação". Antes dessa iniciativa, a empresa lançava alguns novos produtos por ano; depois dela, passou a introduzir dezenas de produtos no mesmo período, muitos dos quais tiveram extraordinário sucesso, como a linha Gladiator de aparelhos, bancadas de trabalho e sistemas de armazenamento para garagens domésticas.
Já a Shell liberou uma verba de 20 milhões de dólares para uma equipe de funcionários remunerar idéias de vanguarda vindas de qualquer parte da empresa. Qualquer funcionário da empresa dispõe de 10 minutos para vender a sua idéia e 15 minutos adicionais para perguntas e respostas. As idéias aprovadas recebem em média 100 mil dólares, chegando a 600 mil dólares. De 12 equipes, quatro receberam financiamento para o estágio de desenvolvimento seguinte. Das cinco iniciatias de maior crescimento da Shell em 1999, quatro começaram assim.
Fonte: Por Ticiana Werneck, in www.consumidormoderno.com.br
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