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Mídia Social: a ascensão da plataforma do consumidor como mídia

Empresas se perdem com o poder das pessoas comuns na internet. É preciso aprender e identificar quais os caminhos a trilhar na hora de interagir, comunicar e trabalhar sua marca ou produto.

É importante, antes de seguir em frente, definir o termo Mídia Social. É claro que utilizei a definição, traduzida por mim, do Wikipedia (Inglês) para isso, no qual “Mídia Social descreve as tecnologias e práticas on-line, usada por pessoas para compartilhar opiniões, idéias, experiências e perspectivas. A Mídia Social pode tomar diversas formas, incluindo textos, imagens, áudio, e vídeo. São sites que tipicamente usam tecnologias como blogs, quadro de mensagens, podcasts, wikis, e vlogs para permitir os usuários interagirem.”

E disseminarem conteúdo, eu completo.

A chave aqui, é que as pessoas são as que usam e controlam essas ferramentas e plataformas ao invés das empresas e grandes marcas. Além disso, é importante deixar claro que essa plataforma de mídia social só funciona em ambientes de rede.

O motivo pelo qual eu destaco isso, é que o aspecto de rede é primariamente uma força democrática de baixo custo; qualquer um pode entrar na conversa com um pequeno investimento de seu tempo pessoal e acesso a rede.

E a partir da premissa de que a comunicação é essencialmente livre sobre a web, combinado a uma arquitetura de participação gerida pelo efeito de rede, certamente torna as plataformas de mídias sociais a mais poderosa forma de mídia até hoje criada.

Hoje em dia todos estão postando algo em um simples blog, mas que automaticamente alcançam 1.1 bilhões de usuários na web. E com o RSS, o conteúdo de mídia social é espalhado através da internet via feeds e pode ser encontrado por qualquer um que esteja procurando informações pelo Technorati, Google Blog Search, TechMeme ou dezenas de outros mecanismos inovadores.

Mas o quão significante realmente isso é? Quais são os pontos fortes que determinam que a mídia social está mudando o panorama da comunicação, colaboração e interação pessoal? Como podemos considerar uma ferramenta ou um site um mecanismo de mídia social? Para entender melhor isso, eu criei uma lista do que devemos considerar para estabelecer algo como mídia social.

Comunicação na forma de conversação, não monólogo – A mídia social precisa facilitar a discussão bidirecional e debater com pouca ou nenhuma moderação ou censura. Em outras palavras, os comentários em blogs ou testemunhais em sites de comércio eletrônico não devem ser controlados no aspecto positivo ou negativo, mas sim somente no aspecto pejorativo.

O protagonista da mídia social são pessoas, não empresas, não marcas – O perfil do consumidor mudou, e hoje ele controla a interação com as marcas. Portanto, para que a marca tenha credibilidade no mercado, as pessoas tem que falar positivamente dela para outras pessoas, e não a marca para as pessoas. Lembre-se: a comunicação nunca deve ser unidirecional.

Honestidade e transparência são os principais valores – Tentar controlar, manipular ou mesmo empurrar conteúdo é o pecado mortal da nova geração da web. As marcas precisam ser transparentes para que as pessoas se disponham a consumir seu conteúdo. É deixar as pessoas escolherem e criarem seu conteúdo e relacionamentos, ao invés de ser forçado a isso. Entender esse conceito é uma das principais técnicas da mídia social.

Distribuição ao invés de centralização – Um dos aspectos freqüentemente negligenciado da mídia social é o fato de os interlocutores serem muitos e variados. É quase que inevitável o poder de poucas organizações terem o controle da criação e distribuição da informação. A mídia social é altamente distribuída e constituída de dezenas de milhares de vozes tornando a informação muito mais textualizada, rica e heterogênea.

A ascensão das plataformas de mídias sociais dentro dos negócios irá colocar um desafio significante nas empresas enquanto elas tentam se adaptar às considerações citadas acima.

Não segui-las tende a reduzir as chances de sucesso dentro da nova geração da internet. Veja o movimento do YouTube para pagar seus usuários pelas contribuições de vídeos, pois de alguma forma eles os limitam com algumas restrições de conteúdo. Eis uma tendência que já é mais que tendência.


Fonte: Por Rafael Kiso, in Portal HSM On-line

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