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Aumenta publicidade nos sites de jogos

Que a internet já está consolidada como uma mídia estratégica para muitas empresas não é novidade. O diferencial agora é tirar desse meio o que de melhor ele pode oferecer. Uma opção que vem sendo utilizada pelas empresas é marcar presença em sites de jogos de passatempo. "São jogos voltados para o público adulto, sem violência. Alguns valorizam o raciocínio, outros são puro entretenimento", comenta o gerente-geral da Atrativa, que pertence à norte-americana Real Networks, Luiz Eduardo Gonsales. A empresa possui sites próprios e também distribui conteúdo para os principais portais, como Uol, Globo.com, iG, Terra, entre outros.
Segundo pesquisas realizadas pela empresa na Europa, Estados Unidos e Brasil, a principal audiência dos sites de passatempo é formada por mulheres com mais de 25 anos. "Na Europa, 80% dos usuários são mulheres nessa faixa etária", comenta o executivo. "No Brasil, esse número chega a 65%", completa.

"Trata-se de um mercado que movimenta hoje cerca de R$ 1 bilhão ao ano e a estimativa de crescimento para 2008 é de 150%", comenta o diretor comercial da Atrativa, Fernando Tassinari. De acordo com pesquisa realizada pela empresa, na Europa a publicidade em jogos de passatempo cresceu 120% em 2007, e até 2011 vai movimentar mais de R$ 5,5 bilhões. Além de distribuir conteúdo, a Atrativa possui os sites próprios atrativa.com.br e jogodesaia.com.br. "A novidade para 2008 é o lançamento do site Realarcade, que já foi lançado em países da América Latina e chega ao Brasil este ano", diz Tassinari. Além disso, está previsto o lançamento de uma comunidade social tendo como foco principal os jogos. "O objetivo é que as pessoas que se identificam com um determinado jogo comece a se comunicar com outros usuários que tenham os mesmos interesses, troquem experiências e dicas sobre o jogo", conta Gonsales.

Um dos objetivos da companhia para este ano é aumentar a audiência do site. Para isso vai dobrar a verba de mídia utilizada em 2007. "Fechamos o ano passado com cerca de três milhões de usuários por mês e nosso objetivo é dobrar esse total em 2008", diz Gonsales, que não revela o valor do investimento em mídia da companhia. O executivo comenta ainda que a projeção é de um aumento de 170% na receita da empresa em 2008. Para isso está nos planos da Atrativa expandir os negócios em toda a América Latina, principalmente no que diz respeito às parcerias para a distribuição de conteúdo. "Para se ter uma idéia, lançamos, em média, dois jogos por semana", conta Gonsales. Hoje, o mercado brasileiro representa cerca de 90% dos negócios da empresa na América Latina.

Uma mostra do interesse que os jogos on-line têm demonstrado no mercado é o aumento de 300% na receita publicitária da Atrativa. Esse volume representou 35% do faturamento da empresa no ano passado. "Nossa expectativa é que em 2008 esse volume cresça pelo menos 150%", observa Tassinari.

Opções
"Sem dúvida, os jogos na internet serão um dos focos da agência este ano", comenta a diretora de estratégia digital da Y&R, Elisa Calvo. "Iremos recomendar esse tipo de ação para nossos clientes, pois, em média, o usuário fica de 5 horas a 6 horas por dia em frente ao computador jogando", afirma a executiva. Um dos destaques dessa estratégia, segundo Elisa, é o fato de a marca surgir de uma forma subliminar, muitas vezes, dentro dos ambientes dos jogos. "Por esse motivo, estamos estudando os mundos virtuais com o objetivo de desenvolver ações para nossos clientes", diz.

Elisa lembra que há também outras opções de uso dos jogos como mídia, como os jogos customizados para a marca e os jogos de plataforma, como o PlayStation 3 (Sony) e Wii (Nintendo). "No caso dos jogos customizados, realizamos esse tipo de ação para alguns clientes este ano e o resultado foi muito satisfatório", afirma Elisa. "As chamadas plataformas fixas, como o PS3 e o Wii, também oferecem oportunidades para as marcas", diz. Um exemplo citado por Elisa são as placas dos estádios nos jogos de futebol. "Muitas vezes, a marca fica exposta nesse espaço", comenta.

"Mas esse tipo de ação ainda não é corriqueira. Ela exige uma trilha de amadurecimento, não é tão fácil de utilizá-la, pelo menos por enquanto", lembra o vice-presidente de tecnologia e projetos da AgênciaClick, Abel Reis, referindo-se às plataformas fixas. Ele comenta que além de estar presente no site, uma opção muito utilizada é estar presente no próprio jogo. "Uma forma de atingir o usuário é participar da temática do jogo. Um dos exemplos é fazer merchandising em algum ambiente do jogo", afirma Reis.

Ele concorda com Elisa, da Y&R, que uma opção bem interessante adotada por algumas marcas é o desenvolvimento de jogos customizados, que ficam disponíveis no próprio site da companhia. "Essa estratégia já é utilizada com sucesso por alguns clientes", diz.

O executivo concorda que a publicidade nos sites de jogos na internet está em expansão e deve seguir essa tendência este ano. Reis diz acreditar, porém, que um dos fatores que ainda pode retardar esse tipo de ação é a falta de controle dos resultados. "É indispensável, hoje, ter como mensurar os resultados da ação do cliente", comenta. "Esse segmento se tornará cada vez mais importante conforme as opções de inserções forem amadurecendo e mostrando resultados", afirma.

Entre as alternativas de inserção que a Atrativa possui hoje está a apresentação da marca do cliente enquanto o usuário baixa o jogo, ou quando ele está trocando de fase. "É preciso lembrar que nesse momento o usuário está mais relaxado, geralmente mais aberto à propaganda", comenta Tassinari, da Atrativa. No site, o usuário pode baixar um arquivo e jogá-lo, grátis, por uma hora. Depois disso ele opta em comprar o jogo completo ou não - o custo médio é de R$ 30. Tassinari conta que 98% dos usuários que entram no site fazem pelo menos um download. Desse total, cerca de 2% optam pela compra do jogo, e desse universo, 75% são mulheres. "Para a marca ou o cliente que deseja se comunicar direto com esse público, a publicidade nos sites de jogo é, sem dúvida alguma, uma das principais ferramentas para o sucesso da ação", diz Tassinari.


Fonte: Por Sheila Horvath, Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 3

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