Pular para o conteúdo principal

A inteligência no CRM

O CRM (Customer Relationship Management, ou gestão do relacionamento com o cliente) vive uma nova onda, em que torna-se cada dia mais uma ferramenta para aplicar ciência e estratégia nas relações com os clientes e transformá-las em negócios. A mudança faz parte da evolução do uso da ferramenta, que pouco a pouco começa a passar totalmente para as mãos do departamento de marketing, deixando a tecnologia da informação (TI) e vendas - que haviam assumido os projetos - com seus já tradicionais afazeres.

Quando o conceito surgiu, o objetivo era ter uma ferramenta para apoiar as vendas e interligar ponto de venda, vendedor, fábrica, etc. Assim, sempre que uma venda fosse feita toda a cadeia saberia e o vendedor já teria o histórico de compras do consumidor. Como se vê, os objetivos primordiais eram meramente operacionais.

De acordo com Maurício Prado Silva, gerente geral da Microsoft Business Solution, cada vez mais as empresas estão querendo colocar inteligência sobre o CRM. " As companhias estão sendo cobradas por resultados reais. O marketing precisa apontar os reflexos de suas campanhas, fazer a segmentação dos clientes baseada em dados confiáveis e verificar o retorno do investimento", avalia.

Para Giancarlo Berry, responsável pela área de CRM da Accenture, o departamento que era muito mais focado em mídia e propaganda agora passa a ter maior relação com os negócios. " Essas mudanças só ocorreram quando o departamento de marketing percebeu que precisava lidar com a multiplicação dos canais de interação e percebeu a importância dos dados que são recolhidos no relacionamento", diz Berry.

No passado o marketing não participava diretamente da geração de negócios. "Até então tudo era baseado nas expectativas do time de vendas. Hoje, com o CRM observado pelo marketing, é possível criar estratégicas com mais chance de darem certo", completa ele. É integração entre o departamento de TI (que disponibiliza a tecnologia), marketing (analisa os dados e transforma e ações) e vendas (que tem o efetivo relacionamento com o cliente).

Fábio Fritoli, especialista de soluções CRM também da Microsoft Brasil, diz que esse movimento atrasou porque muitas das ferramentas de gestão do relacionamento com o cliente eram difíceis de usar e os relatórios precisavam necessariamente ser emitidos por TI, que não tem a mesma visão de negócios.

O executivo diz, ainda, que a ferramenta precisa ser flexível para que o departamento de marketing possa compreendê-la e fazer uso da melhor maneira possível. “O fornecedor deve se adaptar aos processos de negócios da empresa e não o contrário”, completa.

Ainda deve demorar até que todas as empresas consigam observar a importância de fazer uma gestão inteligente dos dados do CRM. O mercado cochicha sobre o insucesso do CRM, mas os especialistas garantem que os resultados podem ser maximizados ao enxergá-lo como tecnologia e conceito de gestão estratégica dos negócios e não somente como um repositório de informações e organização dos dados do cliente.


Fonte: Por Fabiana Lopes, in www.consumidormoderno.com.br

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De

Conselho Federal de Marketing?

A falta de regulamentação da profissão de marketing está gerando um verdadeiro furdunço na Bahia. O consultor de marketing André Saback diz estar sendo perseguido por membros do Conselho Regional de Administração da Bahia (CRA/BA) por liderar uma associação – com nome de Conselho Federal de Marketing e que ainda não está registrada – cujo objetivo, segundo ele, é regulamentar a profissão. O CRA responde dizendo que Saback está praticando estelionato e que as medidas tomadas visam a defender os profissionais de administração. Enquanto André Saback, formado em marketing pela FIB - Centro Universitário da Bahia -, diz militar pela regulamentação da profissão, o Presidente do CRA/BA, Roberto Ibrahim Uehbe, afirma que o profissional criou uma associação clandestina, está emitindo carteirinhas, cobrando taxas e que foi cobrado pelo Conselho Federal de Administração por medidas que passam até por processar Saback, que diz ter recebido dois telefonemas anônimos na última semana em tom de ameaç