Pular para o conteúdo principal

Segmento de sorvete de alto padrão atrai concorrentes

A empresa de chocolates Kopenhagen, cujos produtos são voltados a consumidores de alto padrão, ingressa agora num outro segmento de negócios igualmente destinado a clientes sofisticados: o de sorvetes da categoria premium. Nessa área, a companhia lança uma linha inspirada em seus produtos mais tradicionais, como Nhá Benta. "Foi uma exigência do consumidor", garante a vice-presidente da companhia, Renata Vichi.

O segmento premium representa, hoje, de 6% a 7% do mercado total de sorvetes, cujo faturamento em 2006 foi de US$ 884 milhões, com um consumo de 507 milhões de litros, segundo dados do Sindicato da Indústria Alimentar de Congelados, Supercongelados, Sorvetes, Concentrados e Liofilizados do Estado de São Paulo (Sicongel). Os dados de 2007 ainda não estão disponíveis. "A entrada da Kopenhagen no segmento é muito importante para desenvolver a categoria premium, que ainda possui um amplo espaço para expansão", comenta Marcos Scaldelai, gerente de marketing da General Mills, concorrente que controla a marca de sorvetes Häagen-Dazs.

"Entrar no segmento de sorvetes faz parte da estratégia da marca de ampliar a linha de produtos", comenta Renata, da Kopenhagen. A cargo da Fredíssimo, a fabricação do sorvete utiliza fórmulas exclusivas, confeccionadas com matéria-prima enviada pela própria Kopenhagen. "O marshmallow do sorvete Nhá Benta, por exemplo, é feito na própria Kopenhagen. É o mesmo da Nhá Benta da loja", conta Renata.

"O que diferencia os sorvetes premium é a composição, a qualidade das matérias-primas utilizadas na sua produção", comenta Scaldelai. Segundo o executivo, o objetivo da Häagen-Dazs é atingir, este ano, uma participação de pelo menos 15% no segmento de sorvetes premium .

Ele conta que uma das estratégias da empresa é destacar esse tipo de sorvete como uma sobremesa e não como um produto refrescante. "Dessa forma, conseguimos driblar a sazonalidade, uma característica ainda muito forte no mercado brasileiro", afirma. Uma prova dessa estratégia está no lançamento dos sabores de inverno - Capuccino Caramel Truffle e Bayle’s - que terá o suporte de uma campanha impressa e também na TV por assinatura nos meses de maio e junho, assinada pela Lew’Lara/TBWA. Uma amostra de que essa categoria tem potencial de crescimento no mercado brasileiro é o fato de que, além da Kopenhagen, a Sottozero, sorvetes italianos artesanais, também entrou na categoria com embalagens que vão de 120 ml a um litro, disponíveis em alguns pontos-de-venda da cidade.

A linha de sorvetes da Kopenhagen possui, inicialmente, quatro sabores em embalagens de 120 ml. A empresa já experimentou esse mercado há alguns anos, mas ainda não estava pronta para novos vôos. "Tivemos problemas operacionais, como o espaço ocupado pelas geladeiras nas lojas e o tamanho das embalagens, que eram grandes, para viagem, e não para o consumo imediato", diz Renata. "Por isso optamos agora pelo lançamento da linha somente no tamanho de 120 ml", reforça. Os sabores escolhidos são: Chocolate com Chumbinho, Nhá Benta Tradicional, Maracujá com Marshmallow e Lajotinha. "A expectativa, em uma primeira etapa, é da venda de 50 mil potes por mês", conta Renata.

Ainda como parte da estratégia de reposicionamento da marca, a Kopenhagen modernizou toda a linha direcionada às crianças e criou os personagens Koperaltas. "Depois de inúmeras pesquisas, decidimos reformular nossa linha infantil para deixar a marca mais próxima dos futuros consumidores", afirma a vice-presidente.

A linha é composta pelos itens tradicionais da marca numa linguagem voltada para o público infantil. "Antes tínhamos diferentes personagens para cada produto, o que não permitia unificar a comunicação. Hoje, temos os Koperaltas, um grupo de amigos formado pela Kika, Kakau e Papão, que deram unidade à comunicação visual da linha", comenta Renata.

A executiva conta que a empresa passa por um momento especial, pois em 2008 completa 80 anos. Toda a reformulação visual da linha infantil, incluindo o desenvolvimento dos personagens foi feita pela agência de publicidade Fala! Além da mudança na imagem das lojas, também foi criado um site exclusivo, desenvolvido pela Focus Networking, para a linha, que hoje conta com 13 produtos. Segundo a executiva, estão previstos outros lançamentos para este ano. Com a nova comunicação do produtos infantis, a expectativa é de um aumento de 15% nas vendas da empresa nesse segmento.


Fonte: Por Sheila Horvath, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 8

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De

Conselho Federal de Marketing?

A falta de regulamentação da profissão de marketing está gerando um verdadeiro furdunço na Bahia. O consultor de marketing André Saback diz estar sendo perseguido por membros do Conselho Regional de Administração da Bahia (CRA/BA) por liderar uma associação – com nome de Conselho Federal de Marketing e que ainda não está registrada – cujo objetivo, segundo ele, é regulamentar a profissão. O CRA responde dizendo que Saback está praticando estelionato e que as medidas tomadas visam a defender os profissionais de administração. Enquanto André Saback, formado em marketing pela FIB - Centro Universitário da Bahia -, diz militar pela regulamentação da profissão, o Presidente do CRA/BA, Roberto Ibrahim Uehbe, afirma que o profissional criou uma associação clandestina, está emitindo carteirinhas, cobrando taxas e que foi cobrado pelo Conselho Federal de Administração por medidas que passam até por processar Saback, que diz ter recebido dois telefonemas anônimos na última semana em tom de ameaç