Pular para o conteúdo principal

Como lidar com um chefe tirânico

Algumas estatísticas pouco animadoras sobre ambiente de trabalho. Segundo um estudo de 2007 da associação de advogados Employment Law Alliance, 45% dos trabalhadores nos Estados Unidos já foram alvo de ataque de grosseria por parte da chefia. Chefes e supervisores grosseiros, aliás, não são nada raros, e estão distribuídos de forma equânime entre os sexos. Metade dos chefes grossos, tirânicos, autoritários e temperamentais são homens, e metade são mulheres. Os alvos de ataque, contudo, são preponderantemente do sexo feminino: apenas 16% dos alvos são homens. A dura realidade é que 82% dos agredidos freqüentes acabam perdendo o emprego. Para piorar, os "brigões" (termo usado na pesquisa para descrever os tirânicos) acabam subindo na escada corporativa. De acordo com o estudo, 81% deles ocupam posições de gerência.

Não causa estranheza, frente a tanto chumbo grosso, que o tema acabasse se tornando um filão literário. Nos últimos 12 meses, diversos guias de auto-ajuda profissional foram lançados nos Estados Unidos com o intuito de precaver e remediar situações de conflito. Um dos expoentes do mercado é o advogado trabalhista Robert Mueller, autor de Bullying Bosses: A Survivor's Guide ("Chefes briguentos: um guia para o sobrevivente").

Eis um resumo das principais dicas de Mueller (esperando, sinceramente, que você não precise usá-las):

• Evite o confronto. Os confrontos com chefias briguentas quase nunca são produtivos.

• Seja frio e racional. Enfrente o problema como se fosse mais uma tarefa de trabalho. Não deixe que o lado emocional o afete, e lide com a situação de forma metódica. Lembre-se que é a chefia quem tem sérios problemas, e não você.

• Não se isole. Os chefes tirânicos e grosseiros possuem a tendência instintiva de tentar separar o funcionário alvo dos outros colegas. Isso facilita o ataque.

• Não se queixe ao RH. A lealdade do RH é, acima de tudo, com a empresa, e a queixa pode ser vista como potencial ameaça de processo trabalhista.

• Mantenha a auto-estima. Atitude positiva e cuidado com a aparência são fatores que diminuem o risco de você entrar no radar do chefe problemático.

• Busque refúgio. O agressor se constrangerá diante de outros supervisores, de funcionários influentes ou de clientes. Faça uma lista de pessoas, e lugares, com quem e onde você está a salvo.

• Peça licença e saia. Durante a crise, tente sair estrategicamente da zona de conflito. Diga que você tem um compromisso no RH, ou que você vai ao banheiro.

• Distraia. Numa discussão, apanhe da mesa um objeto qualquer (desde que não seja algo ameaçador como um estilete). Uma pasta de arquivos, por exemplo, ou um número de telefone importante. Às vezes, um pequeno gesto é suficiente para conter uma briga.

• Proteja sua vida pessoal. Acredite: informações sobre amigos e família acabarão servindo de munição contra você nas mãos do chefe encrenqueiro.

• Não mostre suas cartas. Se você juntar dados sobre a conduta inapropriada da chefia e construir um caso contra ela, seja discreto. Não comente.


Fonte: Por Álvaro Oppermann, in www.gazetamercantil.com.br

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De

Conselho Federal de Marketing?

A falta de regulamentação da profissão de marketing está gerando um verdadeiro furdunço na Bahia. O consultor de marketing André Saback diz estar sendo perseguido por membros do Conselho Regional de Administração da Bahia (CRA/BA) por liderar uma associação – com nome de Conselho Federal de Marketing e que ainda não está registrada – cujo objetivo, segundo ele, é regulamentar a profissão. O CRA responde dizendo que Saback está praticando estelionato e que as medidas tomadas visam a defender os profissionais de administração. Enquanto André Saback, formado em marketing pela FIB - Centro Universitário da Bahia -, diz militar pela regulamentação da profissão, o Presidente do CRA/BA, Roberto Ibrahim Uehbe, afirma que o profissional criou uma associação clandestina, está emitindo carteirinhas, cobrando taxas e que foi cobrado pelo Conselho Federal de Administração por medidas que passam até por processar Saback, que diz ter recebido dois telefonemas anônimos na última semana em tom de ameaç