A francesa Floriane de Saint Pierre é uma das maiores headhunters para o mercado de luxo do mundo. Seu banco de dados, que contém mais de 40 mil nomes, é disputadíssimo não só entre designers que querem debutar neste nicho, mas também entre executivos do mundo todo que almejam estar à frente de uma grande grife.
Na última semana, Floriane foi uma das participantes do Fashion Marketing, em São Paulo. Promovido pela consultora Glória Kalil, o seminário internacional de moda é voltado para estilo e negócios.
Recrutadora de estilistas e administradores para marcas do porte de Lanvin e Burberry, Floriane diz que não existe fórmula pronta para um gestor brilhar à frente de uma grande marca. "Cada companhia acaba formando sua própria organização criativa", afirma a headhunter. "Branding, hoje, não diz respeito somente a campanhas publicitárias, apesar da importância dessas ações. Quer dizer também criar sonhos. E um executivo tem que estar concentrado para este fim, assim como um diretor da área de criatividade", observa.
A headunter lembra, como exemplo, uma ocasião em que entrou em uma loja em Paris, onde viu um sapatinho de plástico desenhado por Marc Jacobs, que custava € 110. "Disse: ‘meu Deus, por que é tão caro?’ Isso me mostrou como se pode criar um valor aleatório sobre um determinado produto, desde que se tenha um olhar icônico sobre tal", conta Floriane. "Um administrador de uma empresa de luxo precisa, invariavelmente, estar atento a este processo, que costuma ser identificado apenas aos designers das grifes".
Aliás, é passeando por ruas, lojas, restaurantes da moda - não só em reuniões de negócios - que Floriane costuma encontrar talentos, tanto estilistas quanto administradores. "Certa vez, comecei a fazer um curso de italiano, e fui reconhecida por um senhor. Pediu-me um emprego e disse que devia passar em meu escritório. Hoje, tem um ótimo cargo na marca de John Galliano", conta.
A especialista, porém, avisa que a avaliação que faz é subjetiva. "Um candidato deve mostrar, antes de tudo, interesse em se adequar à visão que o cliente tem da marca", explica. "Tem que comprar a idéia da empresa para a qual é candidato. Afinal, uma empresa nada mais é do que um gestor e o produto que tal pessoa, ou um determinado grupo, quer vender."
No caso da indústria da moda, Floriane diz que é essencial que uma empresa avalie dados relativos ao estilo, à sofisticação, à modernidade e ao impacto na mídia que um candidato pode gerar. "Hoje a indústria do luxo tem carência tanto de profissionais especializados em gestão quanto em criação. Nada mais difícil do que encontrar bons administradores".
Segundo ela, as escolas de moda são muito recentes no mundo todo, e os recém-formados provavelmente não apresentam a experiência necessária para se tornarem presidentes do dia para a noite. "Então, faltam hoje bons administradores que tenham uma visão ampla do negócio de uma determinada marca", observa.
A empresa capitaneada por Floriane é líder mundial no segmento. Faz 80 buscas de profissionais por ano, organiza 500 reuniões e cem viagens internacionais. Assim, conseguiu uma lista com dados pessoas de mais de 40 mil profissionais. Por ano, a hedhunter recebe milhares de currículos. "Parte deles vai para o banco de dados, mas acho mais provável encontrar bons profissionais em reuniões ou em ocasiões improváveis", admite.
Fonte: Por Alexandre Staut, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 9
Na última semana, Floriane foi uma das participantes do Fashion Marketing, em São Paulo. Promovido pela consultora Glória Kalil, o seminário internacional de moda é voltado para estilo e negócios.
Recrutadora de estilistas e administradores para marcas do porte de Lanvin e Burberry, Floriane diz que não existe fórmula pronta para um gestor brilhar à frente de uma grande marca. "Cada companhia acaba formando sua própria organização criativa", afirma a headhunter. "Branding, hoje, não diz respeito somente a campanhas publicitárias, apesar da importância dessas ações. Quer dizer também criar sonhos. E um executivo tem que estar concentrado para este fim, assim como um diretor da área de criatividade", observa.
A headunter lembra, como exemplo, uma ocasião em que entrou em uma loja em Paris, onde viu um sapatinho de plástico desenhado por Marc Jacobs, que custava € 110. "Disse: ‘meu Deus, por que é tão caro?’ Isso me mostrou como se pode criar um valor aleatório sobre um determinado produto, desde que se tenha um olhar icônico sobre tal", conta Floriane. "Um administrador de uma empresa de luxo precisa, invariavelmente, estar atento a este processo, que costuma ser identificado apenas aos designers das grifes".
Aliás, é passeando por ruas, lojas, restaurantes da moda - não só em reuniões de negócios - que Floriane costuma encontrar talentos, tanto estilistas quanto administradores. "Certa vez, comecei a fazer um curso de italiano, e fui reconhecida por um senhor. Pediu-me um emprego e disse que devia passar em meu escritório. Hoje, tem um ótimo cargo na marca de John Galliano", conta.
A especialista, porém, avisa que a avaliação que faz é subjetiva. "Um candidato deve mostrar, antes de tudo, interesse em se adequar à visão que o cliente tem da marca", explica. "Tem que comprar a idéia da empresa para a qual é candidato. Afinal, uma empresa nada mais é do que um gestor e o produto que tal pessoa, ou um determinado grupo, quer vender."
No caso da indústria da moda, Floriane diz que é essencial que uma empresa avalie dados relativos ao estilo, à sofisticação, à modernidade e ao impacto na mídia que um candidato pode gerar. "Hoje a indústria do luxo tem carência tanto de profissionais especializados em gestão quanto em criação. Nada mais difícil do que encontrar bons administradores".
Segundo ela, as escolas de moda são muito recentes no mundo todo, e os recém-formados provavelmente não apresentam a experiência necessária para se tornarem presidentes do dia para a noite. "Então, faltam hoje bons administradores que tenham uma visão ampla do negócio de uma determinada marca", observa.
A empresa capitaneada por Floriane é líder mundial no segmento. Faz 80 buscas de profissionais por ano, organiza 500 reuniões e cem viagens internacionais. Assim, conseguiu uma lista com dados pessoas de mais de 40 mil profissionais. Por ano, a hedhunter recebe milhares de currículos. "Parte deles vai para o banco de dados, mas acho mais provável encontrar bons profissionais em reuniões ou em ocasiões improváveis", admite.
Fonte: Por Alexandre Staut, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 9
Comentários