Quem não já ouviu falar daquela serie de TV que virou filme, chamada Jornada nas Estrelas? Fez grande sucesso e seus personagens sobrevivem através dos tempos. Aquela sala de comando da Enterprise era o máximo. Na parte central, num nível mais alto ficava a cadeira de comando do capitão Kirk. Ele era o personagem central, todo-poderoso. Logo à sua frente ficavam os operadores Chekov e Sulu. Atrás ficavam a oficial de comunicações Uhura e, em um computador, que nada se parece com os atuais, ficava o indefectível Spock.
Além deste cenário maravilhoso, as histórias quase sempre eram muito envolventes e abordavam um número de comportamentos humanos, explorando suas diversas facetas. Em geral, o final era feliz e trazia uma mensagem sempre muito interessante.
Contudo, estes componentes – o cenário e as histórias, entre outros - escondiam um aspecto muito comum nos agrupamentos humanos que o seriado nunca abordou. Trata-se da figura do líder desempenhada com brilhantismo pelo capitão Kirk. Ele fazia o papel, que nas empresas, se costuma denominar de tomador de decisão. E era assim que funcionava. Só ele dava a palavra final. Os demais, incluindo o competente Spock , não tomavam nenhuma decisão que não fosse as rotineiras. Decisões novas e fora da rotina eram tomadas pelo capitão. A palavra final sempre era a dele. E os resultados sempre levavam a Enterprise e sua tripulação a um porto seguro e feliz.
Esta ficção espelhava uma realidade absolutamente presente, lá e então e ainda hoje, nas empresas e por que não dizer, nas famílias. A figura central do pai, do chefe, de quem tem o poder, é quem toma todas as decisões. Aos demais caberá apenas cumpri-las.
Este processo atravessa séculos e parece que ainda tem muito boa saúde para permanecer funcionando, e por muito tempo. Ele sempre deu bons resultados e, certamente, ainda continuará dando. A questão que se coloca é se este processo traz os melhores resultados. A resposta é que, para situações em que se exija rapidez e firmeza, sim. No entanto as decisões que são tomadas nas empresas e famílias nem sempre requerem este tipo de característica.
Mas aquelas que trabalham com um mínimo de planejamento podem tomar decisões com calma e de maneira mais consensual. Mas para que isto aconteça é necessário que as lideranças primeiro procurem se colocar adiante dos fatos, segundo que acreditem que muitas cabeças pensam melhor que uma.
Nos dias atuais onde não se pode permitir erro nas decisões, pois isto poderá custar a vida de uma empresa, é fundamental que, ao se tomar uma decisão, os envolvidos sejam consultados e os seus pontos de vista sejam apreciados de maneira séria. Da mesma forma, é muito importante que a decisão, antes de transformar-se em ordem para que seja cumprida, seja validada, questionada e aceita por todos. Com toda a certeza a decisão será a melhor e a probabilidade do seu total cumprimento também crescerá.
Aquela figura do Kirk onipotente é muito bonita nos filmes, mas deve ser banida do seio das empresas. Deveremos trocar os tomadores de decisão pelos aglutinadores e alinhadores de opinião se quisermos que nossas famílias e empresas cheguem a portos seguros e felizes.
Fonte: Por Antonio Lazarini, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 9
Além deste cenário maravilhoso, as histórias quase sempre eram muito envolventes e abordavam um número de comportamentos humanos, explorando suas diversas facetas. Em geral, o final era feliz e trazia uma mensagem sempre muito interessante.
Contudo, estes componentes – o cenário e as histórias, entre outros - escondiam um aspecto muito comum nos agrupamentos humanos que o seriado nunca abordou. Trata-se da figura do líder desempenhada com brilhantismo pelo capitão Kirk. Ele fazia o papel, que nas empresas, se costuma denominar de tomador de decisão. E era assim que funcionava. Só ele dava a palavra final. Os demais, incluindo o competente Spock , não tomavam nenhuma decisão que não fosse as rotineiras. Decisões novas e fora da rotina eram tomadas pelo capitão. A palavra final sempre era a dele. E os resultados sempre levavam a Enterprise e sua tripulação a um porto seguro e feliz.
Esta ficção espelhava uma realidade absolutamente presente, lá e então e ainda hoje, nas empresas e por que não dizer, nas famílias. A figura central do pai, do chefe, de quem tem o poder, é quem toma todas as decisões. Aos demais caberá apenas cumpri-las.
Este processo atravessa séculos e parece que ainda tem muito boa saúde para permanecer funcionando, e por muito tempo. Ele sempre deu bons resultados e, certamente, ainda continuará dando. A questão que se coloca é se este processo traz os melhores resultados. A resposta é que, para situações em que se exija rapidez e firmeza, sim. No entanto as decisões que são tomadas nas empresas e famílias nem sempre requerem este tipo de característica.
Mas aquelas que trabalham com um mínimo de planejamento podem tomar decisões com calma e de maneira mais consensual. Mas para que isto aconteça é necessário que as lideranças primeiro procurem se colocar adiante dos fatos, segundo que acreditem que muitas cabeças pensam melhor que uma.
Nos dias atuais onde não se pode permitir erro nas decisões, pois isto poderá custar a vida de uma empresa, é fundamental que, ao se tomar uma decisão, os envolvidos sejam consultados e os seus pontos de vista sejam apreciados de maneira séria. Da mesma forma, é muito importante que a decisão, antes de transformar-se em ordem para que seja cumprida, seja validada, questionada e aceita por todos. Com toda a certeza a decisão será a melhor e a probabilidade do seu total cumprimento também crescerá.
Aquela figura do Kirk onipotente é muito bonita nos filmes, mas deve ser banida do seio das empresas. Deveremos trocar os tomadores de decisão pelos aglutinadores e alinhadores de opinião se quisermos que nossas famílias e empresas cheguem a portos seguros e felizes.
Fonte: Por Antonio Lazarini, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 9
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