Pular para o conteúdo principal

Marcas: império dos sentidos 2

Martin Lindstrom, autor do livro Brandsense, conta alguns exemplos interessantes de como as marcas criam sensações indeléveis no imaginário dos consumidores a partir dos sentidos humanos. Ele estudou o impacto dos sentidos na escolha das marcas e os resultados foram interessantes.

“Nosso trabalho começou com os supermercados no norte da Europa. As padarias foram colocadas no fundo da loja e foram introduzidas estruturas de ventilação que enviavam os cheiros de pão fresco para o público do lado de fora do supermercado. Os potenciais clientes que passavam pela rua, se deparavam com aquele cheiro maravilhoso de pão quente saindo na hora, o que os induzia a querer comer e conseqüentemente entravam no estabelecimento passando por gôndolas cheias de produtos comestíveis”, conta Martin Lindstrom.

Tanto deu certo que a idéia do “cheiro convidativo” foi adotada por bancos no Reino Unido que colocavam cheiro de café recém-passado à disposição do cliente. Isso dava a sensação de um ambiente acolhedor, parecido com o lar – “coisa difícil de sentir quando se está num banco”, diz ele.

Outro exemplo, é a Nokia que “não imaginava o que estava fazendo quando adotou aquela campainha infame no seu celular”, conta Martin. Ficou tão famosa que acabou em vários filmes, como é o caso de “Simplesmente Amor”. Martin realizou uma pesquisa que mostrou que 74% dos consumidores europeus e 46% dos americanos reconhecem a campainha como sendo da Nokia. Melhor campanha de publicidade, impossível! O mais interessante que eu não sabia, é que a campainha da Nokia foi instalada por engano como default nos seus telefones e acabou se tornando a campainha padrão para todos os seus telefones.

É o que Martin Alstrom chama de “smart branding” (criação inteligente da marca). Há outras marcas que investem pesado no apelo aos sentidos. Foi o caso da Intel que investiu mais de 100 milhões de dólares para promover a vinheta (lembra-se dela??)


Fonte: Por Yara Peres - sócia e vice-presidente do Grupo CDN, in www.blogdayara.com.br

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De

Conselho Federal de Marketing?

A falta de regulamentação da profissão de marketing está gerando um verdadeiro furdunço na Bahia. O consultor de marketing André Saback diz estar sendo perseguido por membros do Conselho Regional de Administração da Bahia (CRA/BA) por liderar uma associação – com nome de Conselho Federal de Marketing e que ainda não está registrada – cujo objetivo, segundo ele, é regulamentar a profissão. O CRA responde dizendo que Saback está praticando estelionato e que as medidas tomadas visam a defender os profissionais de administração. Enquanto André Saback, formado em marketing pela FIB - Centro Universitário da Bahia -, diz militar pela regulamentação da profissão, o Presidente do CRA/BA, Roberto Ibrahim Uehbe, afirma que o profissional criou uma associação clandestina, está emitindo carteirinhas, cobrando taxas e que foi cobrado pelo Conselho Federal de Administração por medidas que passam até por processar Saback, que diz ter recebido dois telefonemas anônimos na última semana em tom de ameaç