Tente entender este paradoxo a respeito da internet: nenhum outro veículo de comunicação possibilita uma medição de uso (e de gostos do consumidor) tão acurada quanto a web. Poucos veículos proporcionam o grau de satisfação da rede em relação aos internautas. É o que revelam pesquisas recentes. No entanto, por que temos tanta dificuldade em adotar a internet como ferramenta de negócios?
Quem responde, em parte, essa questão é a especialista norte-americana Amy Tracy Wells, pesquisadora do Pew Internet & American Life Project. Trata-se de um instituto que - como sugere o nome - é voltado à investigação das tendências da vida cotidiana (e da rede digital) nos Estados Unidos. Segundo um levantamento da consultoria Forrester Research, 24,8% dos internautas adultos lêem blogs pelo menos uma vez por mês. Entre o público adolescente, essa proporção eleva-se para 37%. Dados como este, como ressalta o jornalista americano Stephen Baker, da Business Week, ao escrever sobre o poder da nova mídia, dão uma pista às empresas: o monitoramento de blogs permite o acesso a um "mapa de calor" do que uma parte crescente de consumidores pensa, diz, age e consome, minuto a minuto. O mesmo vale para sites de relacionamento como o Facebook.
Já na pesquisa do instituto Pew, feita com 2.796 adultos nos Estados Unidos entre setembro e novembro de 2007, os dados também são róseos: 58% dos entrevistados têm na web a fonte preferencial de busca de informação - seja ela para o preenchimento do imposto de renda ou para um um tratamento médico. Outros meios (rádio, TV, jornais, bibliotecas e até mesmo as dicas de amigos e parentes) somam juntos 42% das preferências. Nas pesquisas na internet, o índice de satisfação dos norte-americanos também é notável: 94%.
Logo, soa até estranho que a internet ainda desperte resistência. Porém, segundo Amy Wells, essa dificuldade não nasce de questões técnicas, mas sim culturais.
Tradicionalmente, as tecnologias que mudaram radicalmente a sociedade - como automóvel, telefone, rádio e televisão - se mantiveram relativamente estáticas em seu uso. Tal como 100 anos atrás, o carro ainda é usado como meio de transporte, e o telefone para troca de mensagens. O usuário sempre foi passivo.
Em contrapartida, diz Amy, "o internauta vê a si mesmo como co-criador do ambiente da rede, algo que não acontece com o dono de um automóvel em relação à malha rodoviária". Isso leva a internet à constante metamorfose.
Esse processo, ao que tudo indica, está longe do fim. A colaboração e a interação social, aliás, são os únicos denominadores comuns da internet desde seus primórdios - às redes nas universidades americanas na década de 70, ao BBS no fim dos anos 80, às salas de bate-papo dos anos 90, e ao Orkut, hoje em dia. "A capacidade de intensificar as relações sociais sempre foi o coração da internet", diz Amy.
Fonte: Por Álvaro Oppermann, in epocanegocios.globo.com
Quem responde, em parte, essa questão é a especialista norte-americana Amy Tracy Wells, pesquisadora do Pew Internet & American Life Project. Trata-se de um instituto que - como sugere o nome - é voltado à investigação das tendências da vida cotidiana (e da rede digital) nos Estados Unidos. Segundo um levantamento da consultoria Forrester Research, 24,8% dos internautas adultos lêem blogs pelo menos uma vez por mês. Entre o público adolescente, essa proporção eleva-se para 37%. Dados como este, como ressalta o jornalista americano Stephen Baker, da Business Week, ao escrever sobre o poder da nova mídia, dão uma pista às empresas: o monitoramento de blogs permite o acesso a um "mapa de calor" do que uma parte crescente de consumidores pensa, diz, age e consome, minuto a minuto. O mesmo vale para sites de relacionamento como o Facebook.
Já na pesquisa do instituto Pew, feita com 2.796 adultos nos Estados Unidos entre setembro e novembro de 2007, os dados também são róseos: 58% dos entrevistados têm na web a fonte preferencial de busca de informação - seja ela para o preenchimento do imposto de renda ou para um um tratamento médico. Outros meios (rádio, TV, jornais, bibliotecas e até mesmo as dicas de amigos e parentes) somam juntos 42% das preferências. Nas pesquisas na internet, o índice de satisfação dos norte-americanos também é notável: 94%.
Logo, soa até estranho que a internet ainda desperte resistência. Porém, segundo Amy Wells, essa dificuldade não nasce de questões técnicas, mas sim culturais.
Tradicionalmente, as tecnologias que mudaram radicalmente a sociedade - como automóvel, telefone, rádio e televisão - se mantiveram relativamente estáticas em seu uso. Tal como 100 anos atrás, o carro ainda é usado como meio de transporte, e o telefone para troca de mensagens. O usuário sempre foi passivo.
Em contrapartida, diz Amy, "o internauta vê a si mesmo como co-criador do ambiente da rede, algo que não acontece com o dono de um automóvel em relação à malha rodoviária". Isso leva a internet à constante metamorfose.
Esse processo, ao que tudo indica, está longe do fim. A colaboração e a interação social, aliás, são os únicos denominadores comuns da internet desde seus primórdios - às redes nas universidades americanas na década de 70, ao BBS no fim dos anos 80, às salas de bate-papo dos anos 90, e ao Orkut, hoje em dia. "A capacidade de intensificar as relações sociais sempre foi o coração da internet", diz Amy.
Fonte: Por Álvaro Oppermann, in epocanegocios.globo.com
Comentários