Em algumas empresas, a conexão entre estratégia e espírito empreendedor é natural. É o caso das organizações criadas e dirigidas por empreendedores. O clima é de iniciativa, ação, disposição para correr riscos, experimentação rápida, obsessão por velocidade e pela geração efetiva de resultados finais.
Compare esse contexto com o que acontece nas grandes organizações, que normalmente não estão associadas à figura de um dono empreendedor, mas à de proprietários anônimos e presidentes profissionais contratados para assegurar um bom retorno aos acionistas.
Nessas grandes organizações, é possível imaginar conversas, em reuniões de planejamento e de diretoria, sobre a importância da força empreendedora e da sua conexão com estratégia: "Precisamos ser mais ousados, assumir mais riscos, cometer erros nobres, tentar o inédito, ser diferentes em relação à concorrência, ocupar com pioneirismo os espaços em branco do mercado."
Mas, em geral, essas são apenas referências genéricas, teóricas, pois nem mesmo há um indicador claro de energia empreendedora como o que existe nas empresas criadas e dirigidas por empreendedores. Pelo contrário, existem muitos referenciais de barreiras a um estilo mais empreendedor, menos estruturado de dirigir organizações.
A cultura vigente exala, na verdade, um certo ranço antiempreendedorismo: muitos controles, excesso de "organização", de cautela, conservadorismo, tudo isso gerando insegurança, medo de decidir, lentidão.
Nessas organizações, que gostariam de ter mais força empreendedora mas não abrem mão de estruturas hierárquicas de comando e controle, desenvolve-se uma forma doentia de pseudo-empreendedorismo. É isso que gera empreendedores de projetos sem risco, em áreas meio. Empreendedores que até fazem acontecer, mas não são capazes de ir até o fim, ou seja, de entrar no mercado e obter sucesso em ambientes altamente competitivos.
Para compreender a diferença entre pseudo-empreendedores e empreendedores genuínos, vale uma metáfora: os pseudo-empreendedores seriam como alguns "praticantes" de artes marciais que são capazes de dar excelentes palestras sobre o assunto mas estão totalmente despreparados para lutar. Sabem tudo, conceitualmente, mas não conseguem praticar com maestria. O artista marcial genuíno, por outro lado, vence combates mesmo sem saber explicar o que faz e como faz.
Lembro-me de uma conversa que tive com o líder Norberto Odebrecht, na qual ele fez uma distinção entre o empreendedor e o empresário. Segundo ele, o empreendedor é até capaz de iniciar novos projetos, mas o empresário é aquele que vai além: leva o empreendimento adiante, o faz prosperar e gera sucesso sustentável.
A estratégia de sua organização para o futuro exige quantos empresários genuínos para tornar-se efetiva realidade? Num certo sentido, isso seria o mesmo que perguntar: a estratégia de sua organização está a cargo de talentos meramente treinados para fazer belas apresentações ou é criada e executada por verdadeiros "mestres do tatame"?
Fonte: Por Oscar Motomura, in epocanegocios.globo.com
Compare esse contexto com o que acontece nas grandes organizações, que normalmente não estão associadas à figura de um dono empreendedor, mas à de proprietários anônimos e presidentes profissionais contratados para assegurar um bom retorno aos acionistas.
Nessas grandes organizações, é possível imaginar conversas, em reuniões de planejamento e de diretoria, sobre a importância da força empreendedora e da sua conexão com estratégia: "Precisamos ser mais ousados, assumir mais riscos, cometer erros nobres, tentar o inédito, ser diferentes em relação à concorrência, ocupar com pioneirismo os espaços em branco do mercado."
Mas, em geral, essas são apenas referências genéricas, teóricas, pois nem mesmo há um indicador claro de energia empreendedora como o que existe nas empresas criadas e dirigidas por empreendedores. Pelo contrário, existem muitos referenciais de barreiras a um estilo mais empreendedor, menos estruturado de dirigir organizações.
A cultura vigente exala, na verdade, um certo ranço antiempreendedorismo: muitos controles, excesso de "organização", de cautela, conservadorismo, tudo isso gerando insegurança, medo de decidir, lentidão.
Nessas organizações, que gostariam de ter mais força empreendedora mas não abrem mão de estruturas hierárquicas de comando e controle, desenvolve-se uma forma doentia de pseudo-empreendedorismo. É isso que gera empreendedores de projetos sem risco, em áreas meio. Empreendedores que até fazem acontecer, mas não são capazes de ir até o fim, ou seja, de entrar no mercado e obter sucesso em ambientes altamente competitivos.
Para compreender a diferença entre pseudo-empreendedores e empreendedores genuínos, vale uma metáfora: os pseudo-empreendedores seriam como alguns "praticantes" de artes marciais que são capazes de dar excelentes palestras sobre o assunto mas estão totalmente despreparados para lutar. Sabem tudo, conceitualmente, mas não conseguem praticar com maestria. O artista marcial genuíno, por outro lado, vence combates mesmo sem saber explicar o que faz e como faz.
Lembro-me de uma conversa que tive com o líder Norberto Odebrecht, na qual ele fez uma distinção entre o empreendedor e o empresário. Segundo ele, o empreendedor é até capaz de iniciar novos projetos, mas o empresário é aquele que vai além: leva o empreendimento adiante, o faz prosperar e gera sucesso sustentável.
A estratégia de sua organização para o futuro exige quantos empresários genuínos para tornar-se efetiva realidade? Num certo sentido, isso seria o mesmo que perguntar: a estratégia de sua organização está a cargo de talentos meramente treinados para fazer belas apresentações ou é criada e executada por verdadeiros "mestres do tatame"?
Fonte: Por Oscar Motomura, in epocanegocios.globo.com
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