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Voluntariado e Memória são estratégias de comunicação

"o profissional de relações públicas como você nunca viu". Este foi o mote do VI Encontros Empreendedores de Relações Públicas e do I Mídia e Sustentabilidade, organizados pela Fundação Armando Alves Penteado/FAAP em São Paulo/SP nos dias 19 e 20 de maio de 2008. Nesta linha, foram apresentados temas diferenciados e reforçadas estratégias já conhecidas, e não menos eficazes de mobilização e relacionamento. A campanha “Rir para não Chorar” e o Museu do Futebol são bons exemplos.

O diretor de Responsabilidade Social da Cie/Fiesp, Sérgio Morisson, apresentou sua reconhecida ação nacional de engajamento público centrada na denúncia pacífica dos narizes de palhaço, distribuídos em manifestações de diversos tamanhos mas de crucial importância. A campanha, que iniciou em setembro de 2006 às vésperas de uma eleição presidencial e já atingiu os dilemas recentes do apagão aéreo, levou recursos próprios do autor nas primeiras incursões com a compra de 50 mil narizes. Depois, foi incrementada pela adesão de personalidades em campanha publicitária, com folhetos e faixas de rua e uma forte assessoria de imprensa. Atualmente, é combinada pela internet, meio em que está obtendo grande participação em diversos estados numa comunidade no Orkut e que serve para convocar para os encontros presenciais via comunicados por email. “Estamos numa sociedade responsável por sua atitude omissa, mas que pode ser mobilizada”, aponta.

Morisson enfrentou a tentativa de um partido político de apropriar-se do símbolo e ainda o desvirtuamento do conceito através do enredo da novela “Duas Caras” em que uma manifestação na fictícia universidade da trama tinha alunos portanto o nariz mas usando violência, o que é um contrasenso com a proposta. Além disto, houve uma reação de artistas do circo, que utilizam o acessório para fins lúdicos e recreativos, e todo o viés de protesto do movimento. Ele contrapôs o conceito de palhaço no projeto Doutores da Alegria, onde é aquele que não se conforma com a realidade e fala coisas que ninguém tem coragem de denunciar, numa perspectiva subversiva onde o riso atua pra dar leveza às críticas. Independente dos obstáculos, ele continua e o movimento cresce. A campanha agora está envolvida nas ações Pró-Tibete e fez incursões junto à Embaixada da China. Estão sempre atentos a questões de violência, miséria, poluição e outras mazelas da sociedade, sendo que é incentivada a reprodutibilidade da idéia. “O nariz representa uma inconformidade que precisa ser alastrada, com uma presença digna para nunca perder a razão”, orienta. Para cadastrar-se, basta ir no www.rirparanaochorar.com.br .

RESGATE -­ A assessora de relacionamento com a imprensa da Fundação Roberto Marinho, Ana Rosa Saraiva, esteve no evento para mostrar o planejamento da construção do Museu do Futebol, em andamento junto ao Estádio Pacaembu em São Paulo/SP. Lá várias marcas privadas e estatais já estão associadas dada a importância do tema no cotidiano brasileiro. Um forte trabalho de arrecadação de objetos de times nacionais com torcedores está em andamento ­ chamado memorabília -, os quais após curadoria ficarão disponíveis num hall de entrada do espaço.

As divisões internas do Museu contemplam partes de emoção, entretenimento e resgate cultural, em que futebol, além do esporte e saúde, invoca mobilização e sentimentos positivos como capacidade de improvisação diante dos obstáculos e espírito de equipe. Haverá um auditório, uma sala de exposições temporárias para abranger todos os times e seus acervos, a Sala dos Anjos Barrocos (painéis com grandes jogadores e seus momentos indicados por especialistas), Sala de Gols e Rádio com narração do gol da vida de várias personalidades por elas próprias e por narradores esportivos famosos, Sala da Exaltação (projeção de vídeos em telões suspensos nas vigas de sustentação do estádio) e Sala das Origens. Está também em montagem a Sala dos Heróis, com suportes giratórios de personalidades da década de 30, como Portinari, Drummond, Jorge Amado, Carmen Miranda e jogadores da época anunciando o cruzamento entre futebol e cultura, além da Sala Rito de Passagem, um trecho em completo silêncio para aludir ao comportamento da platéia da final da Copa de 50 quando o Brasil perdeu para o Uruguai no Maracanã. Tem ainda um espaço de números e curiosidades da estrutura deste esporte e uma sala de simulação de dribles e outras brincadeiras interativas. Tudo para resgatar a memória de uma preferência nacional.


Fonte: Por Rodrigo Cogo - Gerenciador do portal Mundo das Relações Públicas

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