Pular para o conteúdo principal

Comunicação inconsciente

O nosso leitor (e blogueiro) Virgilio Freire me enviou um texto bastante pertinente sobre alguns dos nossos comportamentos habituais que inconscientemente comunicam muito sobre quem somos. O artigo “Unconscious Communication”, publicado no site DailyOM (www.dailyOM.com), dá como exemplo o hábito típico do brasileiro de se atrasar para encontros, reuniões ou qualquer outro tipo de agenda. O desrespeito à hora marcada, ao acertado e acordado enquanto uma suposta agenda comum denota mais do que simples esquecimento ou desorganização.

“Esperar é uma experiência de que ninguém gosta e o pior é que indica falta de respeito”, diz o artigo. É o mesmo que dizer que nosso tempo é mais importante do que o tempo do outro. “Então, por que eu honraria o outro com minha presença, mesmo tendo combinado?”, argumenta o artigo.

É claro que o texto não está falando de eventuais atrasos, mas sim de comportamentos crônicos, aquele tipo de pessoa que todos já sabem que vai chegar mais tarde e de quem ninguém espera outra coisa. Mas quando isso acontece, quando você vira piadinha dos amigos e clientes, então é hora de parar e “olhar para dentro para ver o que acontece”, sugere o texto. É fácil encontrar desculpas ou jogar a culpa nos outros, mas isso só vai tapar o sol com a peneira em vez de jogar luzes nas questões reais que o levam a jamais respeitar horários.

O artigo sugere algumas possíveis razões para esse tipo de comportamento, desconsiderando, é claro, atitudes incuráveis como a arrogância. “Algumas vezes isso acontece por falta de auto-estima, como se realmente não fôssemos importantes para ninguém, então quem se importaria se chegássemos cedo ou tarde.” Uma causa freqüente é a desorganização ou uma sobrecarga de tarefas e agendas que pode indicar nossa insegurança ou dificuldade de lidar com disciplina e organização do tempo. Isso também tem cura, sabia?

Outra razão possível, diz o texto, é o fato concreto de não querermos estar lá, naquele encontro, naquela reunião, naquela agenda, mesmo que esteja marcada e acordada. Chegando tarde, estamos comunicando nosso desinteresse e aborrecimento.

Qualquer que seja a questão, ou a razão, uma coisa é certa: só teremos a oportunidade de administrá-la a nosso favor se a trouxermos para o nível do consciente. Só assim poderemos entender as reais forças que sempre atrasam nosso relógio e que nos impedem de chegar na hora. Só assim poderemos optar de forma consciente que atitudes e sentimentos queremos comunicar com nossa pontualidade ou com nossos atrasos.


Fonte: Por Yara Peres - sócia e vice-presidente do Grupo CDN, in www.blogdayara.com.br

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De

Conselho Federal de Marketing?

A falta de regulamentação da profissão de marketing está gerando um verdadeiro furdunço na Bahia. O consultor de marketing André Saback diz estar sendo perseguido por membros do Conselho Regional de Administração da Bahia (CRA/BA) por liderar uma associação – com nome de Conselho Federal de Marketing e que ainda não está registrada – cujo objetivo, segundo ele, é regulamentar a profissão. O CRA responde dizendo que Saback está praticando estelionato e que as medidas tomadas visam a defender os profissionais de administração. Enquanto André Saback, formado em marketing pela FIB - Centro Universitário da Bahia -, diz militar pela regulamentação da profissão, o Presidente do CRA/BA, Roberto Ibrahim Uehbe, afirma que o profissional criou uma associação clandestina, está emitindo carteirinhas, cobrando taxas e que foi cobrado pelo Conselho Federal de Administração por medidas que passam até por processar Saback, que diz ter recebido dois telefonemas anônimos na última semana em tom de ameaç