Pular para o conteúdo principal

Como fazer jornal-mural

É válido manter um jornal-mural em tempos de comunicação virtual? A partir desta pergunta, o curso “Como fazer jornal-mural” reuniu mais de 30 profissionais de sete estados diferentes na sede da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial em São Paulo/SP, no final de julho de 2008, para ouvir as impressões e as projeções de futuro da jornalista Neusa Ribas no tema.

De “patinho feio” da comunicação, produzido no passado em painéis de feltro ou de cortiça, hoje o jornal-mural foi mostrado com design moderno e atraente, compatível com o visual caprichado dos demais veículos de comunicação interna, chegando a versões eletrônicas em grandes monitores com efeito bastante atrativo e alimentação de dados via internet. Os comunicadores também mudaram sua maneira de vê-lo: de híbrido de quadro de avisos, ele passou a ser percebido como uma mídia imprescindível em qualquer plano de comunicação. Nada menos que 16 pessoas presentes já trabalham cotidianamente com o canal, vindas de empresas como Braskem, Vicunha Têxtil, Arcelor Mitral, CSN, Tribunal de Contas de SP, Cemig, Sadia, Honda, Visanet e Petrobras. “É um canal de comunicação corporativa que traz notícias sobre a empresa e informações relacionadas ao dia-a-dia dos funcionários, obedecendo a um planejamento estratégico e com linha editorial predefinida”, conceitua Neusa.

A argumentação da ministrante, em seus mais de 20 anos de experiência em comunicação empresarial e na direção de empresa notabilizada por ganhar várias distinções na área no Prêmio ABERJE, é de que o jornal-mural é o mais democrático dos veículos internos de comunicação. Acessível a todos os funcionários, independentemente do nível hierárquico, possui papel relevante para aqueles que não podem acessar os terminais eletrônicos, como os operários nas fábricas. Sem contar que, entre suas vantagens, a jornalista cita a possibilidade de cobertura imediata dos acontecimentos a um custo baixo quando comparado com as outras mídias. O treinamento buscou oferecer um passo-a-passo da criação, produção e gestão de murais, ressaltando o seu papel e a sua eficácia na estratégia de comunicação interna, com intensa apresentação de cases, todos finalistas da premiação da entidade de anos anteriores. Desde 2007, a área sofreu modificações de enquadramento e foi aglutinada na categoria “Gestão da Mídia Impressa”.

PARÂMETROS – Na ordem do planejamento, ela indica a escolha do local, a quantidade, o tamanho, o conteúdo, o layout e a definição do processo de gestão. Os pontos de fixação são cruciais para garantir a acessibilidade e bom fluxo de pessoas, sem interferência na circulação, além da iluminação adequada e do ambiente de entorno agradável para estimular a parada e a leitura. Entre os locais recomendados estariam saídas de refeitório e suas imediações, copas ou áreas de café, salas de convivência e lazer e ainda portas ou portões de entrada exclusivos para funcionários. “É preciso pensar que o canal pode conter assuntos de crise, e os pontos não podem dar acesso a pessoas externas”, alerta a especialista.

O grande nó em jornal-mural é a periodicidade. A sugestão é uma freqüência semanal de atualização, mas podendo compartimentar uma parte semanal e outra diária, ou combinações semelhantes. Também é possível estabelecer um espaço identificado para eventuais notícias urgentes. A vacância de um dia, espaço entre retirada e recolocação de materiais, é uma estratégia interessante para demarcar a renovação e criar expectativa. De toda maneira, a perspectiva sempre parte do princípio da agilidade e flexibilidade. “Se aconteceu, é urgente, é importante, não segure a informação pra outra semana, e sinalize a novidade”, acrescenta.

Quanto à fixação de materiais, deve seguir a lógica da leitura, da esquerda para a direita com os assuntos mais importantes pela ordem, iniciando pelo institucional e, normalmente, finalizando com temas de entretenimento cultural e esportivo. Ainda assim, se desejado outro fluxo, pode ser feita numeração das lâminas. Neusa registra que, ao se coletar internamente sugestões de pauta, é interessante a atribuição de autoria ou participação no rodapé da página. A montagem de uma rede de correspondentes, aliás, é uma decisão relevante no gerenciamento, sendo que é indicado um treinamento prévio para desempenho da função, com o trâmite de observação, coleta e repasse de dados, com uma rede respectiva de substitutos para situações de afastamento por demissão ou férias do titular. Em ambos os casos, sugere-se um programa de reconhecimento, na forma de oferta de cursos, bottons diferenciadores no crachá, brindes especiais, eventos festivos exclusivos, e ainda um sistema de revezamento.

A palestrante defende a escolha de um nome para o jornal-mural, com identidade própria e possibilidade de menção do canal entre os funcionários, gerando memorização. Não raro, em pesquisas de avaliação de veículos, a equipe nem sabe o que é o termo, embora possa fazer sua leitura periódica. As dicas foram complementadas por sugestões de tamanho, distância do piso, distância entre páginas coladas, corpo de letra de títulos e textos, formato de ilustrações e estilo de conteúdo, e ainda os materiais típicos para construção do mural e utensílios extras agregados ao espaço, como urna de sugestões, take-one para folhetos, bancada para exposição de produtos ou lançamentos e até baleiros.


As Seis Regras do Jornal-Mural, segundo Neusa Ribas
1. ter data regular
2. estar bem localizado
3. ser bem escrito
4. ser fácil de ler
5. ser bem diagramado
6. ser atraente


Fonte: Por Rodrigo Cogo - gerenciador do Portal Mundo RP

Comentários

Thi disse…
Olá!
no caso de um jornal mural, já com o formato físico de 26 placas de acrílico para colocação de A4...
qual o tamanho da fonte a aproximadamente quantos caracteres eu devo usar por folha?

Obrigado

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De

Conselho Federal de Marketing?

A falta de regulamentação da profissão de marketing está gerando um verdadeiro furdunço na Bahia. O consultor de marketing André Saback diz estar sendo perseguido por membros do Conselho Regional de Administração da Bahia (CRA/BA) por liderar uma associação – com nome de Conselho Federal de Marketing e que ainda não está registrada – cujo objetivo, segundo ele, é regulamentar a profissão. O CRA responde dizendo que Saback está praticando estelionato e que as medidas tomadas visam a defender os profissionais de administração. Enquanto André Saback, formado em marketing pela FIB - Centro Universitário da Bahia -, diz militar pela regulamentação da profissão, o Presidente do CRA/BA, Roberto Ibrahim Uehbe, afirma que o profissional criou uma associação clandestina, está emitindo carteirinhas, cobrando taxas e que foi cobrado pelo Conselho Federal de Administração por medidas que passam até por processar Saback, que diz ter recebido dois telefonemas anônimos na última semana em tom de ameaç