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Menos vôos e mais reuniões virtuais

Empresas globais começam a reduzir o número de viagens de seus executivos e aumentar a freqüência das reuniões virtuais para enfrentar o preço elevado das passagens aéreas, provocado pela crise do petróleo. A consultoria Accenture instalou 13 salas de videoconferência em escritórios ao redor do mundo e, com isso, deixou de fazer 240 viagens internacionais a cada mês. A IBM e a Procter & Gamble tomaram decisões semelhantes.

As empresas encaram hoje as videoconferências com um olhar menos desconfiado do que no passado. Uma série de avanços tecnológicos nos últimos anos, como processadores mais rápidos, as tornaram atraentes – a falta de sincronia entre imagem e som é coisa do passado. Empresas como a Cisco, a Hewlett-Packard e a Polycom desenvolveram um sistema – batizado de telepresença – que consegue simular quase à perfeição as reuniões realizadas dentro de uma única sala. Mesmo espalhados por diferentes cidades do mundo, os participantes se vêem como se estivessem sentados numa única mesa, graças a telas com resolução superior às das televisões de alta definição, móveis especiais e iluminação – um sistema que custa caro, por volta de US$ 300 mil.

Além de economizar com passagens, as companhias que investem nesses equipamentos ganham agilidade na competição global. “Hoje uma empresa consegue reunir profissionais de diferentes lugares do mundo em minutos ou horas, uma tarefa que, devido às viagens, antes levava dias ou semanas”, afirmou Laurie Heltsley, diretora de projetos estratégicos da Procter & Gamble. Em oito meses, 3 mil viagens de funcionários da companhia deixaram de ser feitas graças ao sistema de telepresença.

Além da economia, a tecnologia contribui para a melhora da imagem ambiental das corporações. Com suas 200 salas de telepresença espalhadas pelo mundo, a Cisco calcula que economiza anualmente US$ 100 milhões em passagens e reduz em cerca de 10% as emissões de gases causadores do efeito estufa provocadas pelo deslocamento de seus profissionais. Graças ao aumento da procura, os fabricantes de tecnologias de comunicação virtual vão faturar US$ 8 bilhões neste ano, de acordo com avaliação da consultoria americana Wainhouse Research. Esse montante deve atingir US$ 12 bilhões em 2012 . “Vivemos uma fase de hipercrescimento”, afirmou Joan Vandermate, vice-presidente da Polycom, a mais antiga no setor, ao jornal The Boston Globe. “A recessão econômica está impulsionando nossas vendas”, diz a executiva.

Embora os especialistas elogiem os benefícios das reuniões virtuais, eles alertam que, em muitos casos, elas não substitutem as viagens. Estas permitem, por exemplo, que seus funcionários conheçam de perto a cultura do país com quem vão negociar.


Fonte: epocanegocios.globo.com

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