Pular para o conteúdo principal

Aos 75 anos, Perdigão renova marketing

No ano em que completa 75 anos, a Perdigão avalia que é o momento de atualizar sua postura de comunicação. Além de ter investido R$ 25 milhões em campanhas institucionais e novas embalagens entre o ano passado e março de 2009, a companhia terá também uma série de outros projetos e campanhas daqui por diante - o valor a ser aplicado neste ano não é revelado.

A estratégia desenvolvida conta com novas embalagens de produtos, logomarca, slogan e campanha publicitária. O reforço no marketing surge não só no contexto do aniversário de 75 anos da organização, mas também como instrumento para reforçar sua nova condição no tabuleiro dos negócios do setor.

Dinheiro
A Perdigão fechou 2008 com faturamento de R$ 13 bilhões. O índice é 69% superior ao de 2007 e 9% maior ao que a concorrente Sadia prevê para seu próprio desempenho no ano passado. Caso o faturamento da Sadia se confirme - o balanço da companhia será divulgado hoje -, será a primeira vez que a Perdigão ultrapassará a concorrente em vendas. Por ironia do destino, as adversárias poderiam se associar. A Sadia enviou recentemente um comunicado à Comissão de Valores Imobiliários (CVM) dizendo que estava em negociação com sua rival, em busca de "convergência de interesses em algum tipo de associação". A Perdigão, por sua vez, nega qualquer negociação.

A companhia veicula atualmente uma campanha publicitária criada pela Y&R. "Tudo isso é fruto de trabalho de 2007", diz Claudia Jordão Ribeiro Pagnano, diretora-geral do negócio Perdigão, referindo-se às compras que a empresa fez desde então, que aumentaram o portfólio de produtos.

A partir dali, a organização iniciou uma pesquisa que culminou na mudança da logomarca - de um selo para um coração - e nas novas embalagens. A estimativa da executiva é de que 80% dos produtos já estejam com o novo visual.

Mídia
Agora entram no ar as campanhas em ponto-de-venda, internet e meio impresso (revistas). A ofensiva será estendida à televisão em abril e resultará na mudança do slogan e, a partir de maio, na comercialização de um leque maior de produtos. "Temos um plano agressivo de lançamento de produtos para 2009 na área de industrializados e pratos prontos", afirma a executiva. Ela acrescenta que o slogan novo será uma evolução do posicionamento e não uma ruptura - o anterior, "No coração do Brasil", foi usado até fevereiro passado.

Claudia diz que uma pesquisa encomendada pela companhia mostrou que os consumidores, apesar de considerarem o produto de qualidade, tinham dificuldade associar esse atributo à marca por conta da embalagem. Assim, as caixas dos produtos agora ressaltam os valores almejados e a relação do consumidor com a empresa como, por exemplo, o "prazer" em comer o produto. Segundo Claudia, a corporação seguiu uma tendência internacional ao dar evidência ao produto com cores fortes, que traduzem a qualidade do sabor.

Claudia lembra ainda que, como a Perdigão - desde 2007, com as aquisições e parcerias - é uma "casa de marcas", as demais também serão revitalizadas.

Outras medidas estão previstas para a Perdigão ao longo do ano. Entre elas, ações no ponto-de-venda e patrocínios regionais. No varejo, pretende fazer ações promocionais segmentadas.

Segundo Claudia, a crise econômica pode ter deixado a "festa de 75 anos" mais comedida. Ela diz que algumas ações foram redefinidas. E acrescentou, no entanto, que a crise não desestabilizou o negócio da empresa.

Conjuntura
Ela confirma que houve retração das vendas externas, retomadas a partir de março, mas que há um equilíbrio entre o mercado interno e o externo. Diz ainda que, em época de crise, as pessoas "voltam para a casa", ou seja, comem menos fora, o que estimularia a venda de alimentos.

Depois de anunciar em comunicado ao mercado que estava em negociação com a Perdigão, assim como com outros, a Sadia veiculou anúncios nos jornais afirmando que "A Sadia do supermercado é a Sadia do mercado". Procurada para falar sobre seu posicionamento de marketing, a empresa preferiu comunicar apenas o relançamento de uma linha de cachorro-quente. Neste produto especificamente, ela reforça a marca junto ao público jovem, por meio de patrocínio de eventos, com ações na internet e também um filme publicitário.

"Por razões estratégicas, a Sadia não informa o montante investido em comunicação. No entanto, a empresa continua sendo uma das maiores anunciantes do Brasil", disse Patrícia Cattaruzzi, gerente de marketing da Sadia.


Fonte: Por Neila Baldi, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 6

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De

Conselho Federal de Marketing?

A falta de regulamentação da profissão de marketing está gerando um verdadeiro furdunço na Bahia. O consultor de marketing André Saback diz estar sendo perseguido por membros do Conselho Regional de Administração da Bahia (CRA/BA) por liderar uma associação – com nome de Conselho Federal de Marketing e que ainda não está registrada – cujo objetivo, segundo ele, é regulamentar a profissão. O CRA responde dizendo que Saback está praticando estelionato e que as medidas tomadas visam a defender os profissionais de administração. Enquanto André Saback, formado em marketing pela FIB - Centro Universitário da Bahia -, diz militar pela regulamentação da profissão, o Presidente do CRA/BA, Roberto Ibrahim Uehbe, afirma que o profissional criou uma associação clandestina, está emitindo carteirinhas, cobrando taxas e que foi cobrado pelo Conselho Federal de Administração por medidas que passam até por processar Saback, que diz ter recebido dois telefonemas anônimos na última semana em tom de ameaç