As cópias de capítulos de livros como fonte de estudo é prática comum dos alunos das universidades do Brasil, que têm à disposição, nas salas de xerox da faculdade, fragmentos das publicações que são cobradas pelos professores em provas e outros trabalhos. Como os autores e editoras não recebem os direitos autorais por essa circulação, a Associação Brasileira de Direitos Reprográficos (ABDR) tomou uma iniciativa para acabar com o impasse e legalizar a situação nas instituições de ensino. Iniciado em 2005, o projeto 'Pasta do Professor' começou a ser implantado gradativamente a partir de 2007 e tem como proposta acabar com a reprodução ilegal do conteúdo didático.
Apoiada pelas principais editoras do País, a ação consiste em disponibilizar o conteúdo dos livros de forma fracionada para que o estudante não tenha de pagar pela obra inteira, já que a necessidade é de alguns capítulos. Dessa forma, o valor é pago em um ponto de venda, onde o aluno retira o material selecionado previamente de uma pasta virtual. No preço, estão incluídos os direitos autorais e o custo da impressão do material. “Existe uma demanda por fragmentos, e a cópia ilegal é uma tendência dessa demanda não atendida. Os alunos precisam de pedaços de livro e a palavra-chave do projeto é fracionamento”, explica Bruno De Carli, diretor do Pasta do Professor na ABDR.
A iniciativa ainda levanta suspeita de alguns alunos quanto ao acréscimo no preço a ser pago pelas cópias dos capítulos. No entanto, ao serem questionados, eles demonstraram interesse pelo projeto, como conta Luísa Pereira, estudante de arquitetura da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). “Acho certo desde que não seja muito caro, pois acho importante reconhecer o trabalho dos autores. Mas me preocupo com o controle dos recursos arrecadados, se eles realmente chegarão às editoras e aos profissionais”, questiona a aluna.
De acordo com De Carli, a verba recolhida é repassada pela ABDR para as editoras. “As principais editoras do Brasil fazem parte do projeto e correspondem a 60% das publicações lidas nas universidades. O projeto é uma iniciativa que classifico como ‘do bem’, que atrai interesse de todos os públicos”, afirma.
Segundo Luciano Castro, gerente de Marketing da Jorge Zahar Editor, desde os anos 70, quando a demanda por xerox chegou às universidades, a organização sofre com a concorrência desleal. “A Zahar deixou de publicar diversos autores, porque é impossível competir com o xerox. Se o livro não tem vida comercial, ele deixa de ser publicado. Por isso, acreditamos no projeto, que prova que o mercado editorial está repensando seu modelo de negócios”, conta o executivo.
Apesar de a 'Pasta do Professor' já estar implantado em algumas faculdades, como a PUC-Minas, que reúne quase 55 mil alunos, a editora Zahar ainda não recebeu recursos do projeto. “Não nos beneficiamos ainda, pois os contratos precisam ser renegociados para essa nova forma de venda”, justifica Luciano.
Em uma comparação com o mercado de música, que passa por processo semelhante ao editorial com a venda de faixas musicais on-line separadas, ele defendeu a valorização dos escritores. “O autor não faz show como o músico, portanto, sem recursos, ele simplesmente vai parar de produzir conhecimento”, finaliza.
Fonte: Por João Casotti, in www.nosdacomunicacao.com
Apoiada pelas principais editoras do País, a ação consiste em disponibilizar o conteúdo dos livros de forma fracionada para que o estudante não tenha de pagar pela obra inteira, já que a necessidade é de alguns capítulos. Dessa forma, o valor é pago em um ponto de venda, onde o aluno retira o material selecionado previamente de uma pasta virtual. No preço, estão incluídos os direitos autorais e o custo da impressão do material. “Existe uma demanda por fragmentos, e a cópia ilegal é uma tendência dessa demanda não atendida. Os alunos precisam de pedaços de livro e a palavra-chave do projeto é fracionamento”, explica Bruno De Carli, diretor do Pasta do Professor na ABDR.
A iniciativa ainda levanta suspeita de alguns alunos quanto ao acréscimo no preço a ser pago pelas cópias dos capítulos. No entanto, ao serem questionados, eles demonstraram interesse pelo projeto, como conta Luísa Pereira, estudante de arquitetura da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). “Acho certo desde que não seja muito caro, pois acho importante reconhecer o trabalho dos autores. Mas me preocupo com o controle dos recursos arrecadados, se eles realmente chegarão às editoras e aos profissionais”, questiona a aluna.
De acordo com De Carli, a verba recolhida é repassada pela ABDR para as editoras. “As principais editoras do Brasil fazem parte do projeto e correspondem a 60% das publicações lidas nas universidades. O projeto é uma iniciativa que classifico como ‘do bem’, que atrai interesse de todos os públicos”, afirma.
Segundo Luciano Castro, gerente de Marketing da Jorge Zahar Editor, desde os anos 70, quando a demanda por xerox chegou às universidades, a organização sofre com a concorrência desleal. “A Zahar deixou de publicar diversos autores, porque é impossível competir com o xerox. Se o livro não tem vida comercial, ele deixa de ser publicado. Por isso, acreditamos no projeto, que prova que o mercado editorial está repensando seu modelo de negócios”, conta o executivo.
Apesar de a 'Pasta do Professor' já estar implantado em algumas faculdades, como a PUC-Minas, que reúne quase 55 mil alunos, a editora Zahar ainda não recebeu recursos do projeto. “Não nos beneficiamos ainda, pois os contratos precisam ser renegociados para essa nova forma de venda”, justifica Luciano.
Em uma comparação com o mercado de música, que passa por processo semelhante ao editorial com a venda de faixas musicais on-line separadas, ele defendeu a valorização dos escritores. “O autor não faz show como o músico, portanto, sem recursos, ele simplesmente vai parar de produzir conhecimento”, finaliza.
Fonte: Por João Casotti, in www.nosdacomunicacao.com
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