Pular para o conteúdo principal

Responsabilidade: essencial às empresas

Crises, em geral, nos oferecem importantes lições de como se comportar de forma adequada para evitar novos problemas. O atual momento econômico e as dificuldades dele advindas são um bom exemplo dessa verdade. Afinal, é certo que muitas coisas irão mudar em razão da crise pela qual o mundo vem passando.

É essencial, portanto, que aproveitemos as melhores lições e as coloquemos em prática, em especial no mundo empresarial, para que não seja necessário enfrentar turbulências tão drásticas no futuro. As empresas e seus gestores devem adotar e tornar rotineiras as práticas responsáveis de gestão para garantir uma melhor saúde financeira.

A atenção a cinco importantes elementos serve de base para uma administração bem-sucedida: controle; caixa; corporação; processo; e risco. Trata-se aqui daquilo que a empresa não pode abrir mão em todos os momentos, mas em especial durante as crises.
A partir de agora, a governança corporativa deixa de ser uma teoria distante para muitos e passa a existir como prática exigível de todas as empresas que pretendem sobreviver. A concorrência pode deixar de ser uma entidade a ser simplesmente combatida, pois o espaço para as parcerias e a valorização de sinergias, e seus consequentes ganhos produtivos e administrativos, foi ampliado de forma notável em razão da derrocada de diversos mercados.

As parcerias devem passar a ser entendidas também como elementos de base para a consolidação das cadeias produtivas. O diálogo e o entendimento se tornaram indispensáveis entre as empresas e seus funcionários, fornecedores, agentes financeiros e, especialmente, clientes. Empresas que conseguirem desenvolver o melhor entendimento com estas instâncias serão as mais bem-sucedidas de seus mercados.

Vale ressaltar que as oportunidades têm surgido constantemente e devem ser percebidas e aproveitadas no momento em que se apresentarem. Para isso, empresários e gestores precisam manter-se antenados e atentos, buscando se abastecer de informações, estar cercados de colaboradores bem situados e envolver-se com agentes que fazem os mercados se moverem.

Manter as contas empresariais em dia será outro importante desafio. É, portanto, necessário planejar adequadamente e colocar em prática iniciativas que visam a redução constante de custos e a equalização das contas. Além disso, focar esforços na atividade-fim do empreendimento é, mais do que nunca, uma obrigação dos gestores. A qualidade de produtos e serviços também será um valorizado diferencial competitivo.

Eventualmente será interessante às empresas investir em assessoramento adequado, com a busca de especialistas que possam contribuir nas diversas etapas produtivas ou prestativas e na organização ou reorganização empresarial. No entanto, a base de tudo é garantir o planejamento e fazer com que os planos traçados sejam efetivamente colocados em prática, com as adequações que as variações do mercado venham a exigir ao longo dos processos.

Como já indicamos, o mundo corporativo e a economia serão diferentes do que eram após a atual crise. As empresas que estiverem preparadas para encarar essa nova realidade serão as mais aptas ao sucesso. É tempo, portanto, de reforçar princípios e atitudes que serão a garantia de sobrevivência das corporações.


Fonte: Por Marcelo Gonçalves - sócio-diretor da BDO Trevisan, in HSM Online

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De

Conselho Federal de Marketing?

A falta de regulamentação da profissão de marketing está gerando um verdadeiro furdunço na Bahia. O consultor de marketing André Saback diz estar sendo perseguido por membros do Conselho Regional de Administração da Bahia (CRA/BA) por liderar uma associação – com nome de Conselho Federal de Marketing e que ainda não está registrada – cujo objetivo, segundo ele, é regulamentar a profissão. O CRA responde dizendo que Saback está praticando estelionato e que as medidas tomadas visam a defender os profissionais de administração. Enquanto André Saback, formado em marketing pela FIB - Centro Universitário da Bahia -, diz militar pela regulamentação da profissão, o Presidente do CRA/BA, Roberto Ibrahim Uehbe, afirma que o profissional criou uma associação clandestina, está emitindo carteirinhas, cobrando taxas e que foi cobrado pelo Conselho Federal de Administração por medidas que passam até por processar Saback, que diz ter recebido dois telefonemas anônimos na última semana em tom de ameaç