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Com tempo ou sem tempo

A cada ano que passa, ouvimos mais pessoas reclamando sobre a impossibilidade de domarmos o fator tempo. E a falta de tempo se torna também um dos responsáveis pela pouca dedicação de todos os profissionais da área de comunicação na educação continuada, busca de autoconhecimento, reciclagem, aprofundamento nos estudos e pesquisas. Mas, existe também a questão de downsizing nas empresas, seja por questões de baixa rentabilidade como também pelo surgimento de novas tecnologias que nos impele cada vez mais a executar mais por si mesmos.

Por outro lado, muitos cursos existentes no mercado são focados na execução. Na Era do Conhecimento, mais do que nunca é necessário buscar o crescimento interior e fortalecer a nossa capacidade de liderança. O formato de educação integrando o ser humano no contexto do trabalho e mundo é muito importante. Estarão mais preparados para momentos difíceis e serem líderes respeitados.

Da mesma forma, as empresas e instituições que são produtores de bens aprenderam há muito tempo investir no futuro porque tem a inexorável obsolescência chegando toda vez que lançam um novo produto. Desta forma, criaram os reservatórios de conhecimento da sua área de atuação para continuarem competitivos. Não podem ficar apenas no estudo de gestão e economia. Melhoram, mudam e criam novos produtos continuamente pra estarem preparados para enfrentar as mudanças rápidas que muitas vezes chegam de onde nem imaginam.

Agora vamos pensar no setor de marketing promocional.

Se já temos de um lado ótimos cursos para formação e continuidade de estudos individuais, ainda falta o equivalente para a empresa e o setor estarem competitivos. Falta a área de P&D para um setor de serviço que está sempre ao lado de tecnologia de ponta, lançamentos de produtos, novas experiências aplicadas no mercado, etc. É enorme a nossa responsabilidade não só pela vastidão de disciplinas e ferramentas com que trabalhamos, mas pela importância e poder que temos, junto ao mercado comprador. Veja por exemplo as informações exatas e claras que levamos ao consumidor em embalagens, ações e comunicados. Ou nas mensagens de venda com a ambigüidade intencional que colocamos para cada tipo de público-alvo.

Comparativamente com demais setores de ponta, o nosso tem carência de estudos mais profundos e de dedicação por parte dos estudiosos acadêmicos. Esta carência nada mais é do que imaturidade do setor, mas não podemos ficar parado. Nestas áreas poderão surgir novos estudos belíssimos com uso de teorias já existentes em diversas áreas como semiologia, psicologia, estatística, física, etc. E tantos outros olhares de cores, design, arte e linguística poderão ser aproveitados e obter papers com aplicabilidade em melhor performance e retorno sobre investimento.

O momento é propício, pois o mercado já dá sinais bem claros de que devemos mudar rapidamente o nosso modelo de negócio, olhando melhor as oportunidades que ainda temos. Por isso, trazer tecnologias, fazer treinamento e visitas técnicas não bastam.

Olhar o que estão fazendo os grandes centros de estudos no exterior e selecionar as prioridades apontadas pelos levantamentos das pesquisas setoriais é importante e pragmático. Mas, o que vai fazer a diferença é investir unido na criação de um think tank do setor. Que possa realmente mudar profundamente o rumo dos negócios de marketing promocional.

O melhor de tudo será quando – decorrente da aplicação destes estudos – o nosso setor for mais demandado pelos anunciantes. Por causa dos resultados de eficácia nas intervenções. E ganhar espaço nas áreas que discutem estratégia de negócio e comunicação.

Pensando neste panorama estou antecedendo o anúncio da criação do GEA – Grupo de Estudo Acadêmico da AMPRO que acontecerá no final deste mês.


Fonte: Por Elza Tsumori - presidente da Executiva Nacional da AMPRO e Conselheira Titular do Conselho Nacional de Turismo, in www.mundodomarketing.com.br

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