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Mostrando postagens de janeiro, 2009

Comunicação interna: os desafios para o comunicador

Comunicação com os empregados é uma atividade relevante dentro das organizações. E que ganha mais importância quando inserida no contexto de hoje, em que se tem menos trabalhadores braçais e cada vez mais trabalhadores do conhecimento, trabalhadores intelectuais. Esta é a realidade atual, no panorama da comunicação organizacional. Há 40 anos, quando a ABERJE nasceu como Associação Brasileira dos Editores de Revistas e Jornais de Empresas, se discutia nos cursos então ministrados a gramatura adequada do papel usado no jornal para os empregados. Hoje, ABERJE significa Associação Brasileira de Comunicação Empresarial e a discussão gira em torno do nosso papel na complexidade do mundo. Em 1967, jornalistas e relações públicas trabalhavam mensagens de perfil simples, para uma massa de operários, ainda se alfabetizando, vinda do campo para as indústrias no ambiente de ditadura militar, extremamente controlado e de economia não-internacionalizada. A comunicação nesse momento era baseada simpl

Coletivas de imprensa e sapatadas na cara

A cena foi ao mesmo tempo grotesca e reveladora. O jornalista iraquiano Munthadhar al-Zaidi, de maneira inusitada, levantou-se em meio a uma coletiva de imprensa, mirou a cara do presidente americano - desafeto de seu povo - e arremessou num espaço de tempo recorde os seus dois sapatos contra ela. Errou porque o espantado Bush desviou-se a tempo, mas cumpriu o seu papel: expressou para o mundo inteiro a sua indignação. A imprensa, infelizmente, como costuma acontecer nesses casos, deu maior importância à cena propriamente dita e, posteriormente, às versões difundidas pelos amigos do "dono da guerra" ( "Muntadhar é comunista, fã de Guevara" e outras patacadas do mesmo teor) do que à razão legítima para tal forma de agressão. Além da identificação com o povo iraquiano, agredido por uma poderosa nação estrangeira, o jornalista deve ter ficado indignado, como todos nós, com a farsa daquela coletiva, um espetáculo midiático hipócrita que reunia o invasor e os militares i

Comunicação que dá resultado

A responsabilidade social é a ação. Os americanos deviam ter razão. Em suas origens mais remotas, lá pelo início dos anos 20 do século passado, o investimento social das companhias influenciava diretamente a sua aceitação pelas comunidades. Era uma espécie de troca: as empresas gastavam dinheiro em proveito das cidades e dos seus cidadãos e, como contrapartida, seus donos e executivos, nos clubes tradicionais, não eram hostilizados pelas lideranças políticas locais. Essa prática está muito bem contada no livro Companhia: breve história de uma idéia revolucionária, de John Micklethwait e Adrian Wooldridge. Hoje, a responsabilidade tornou-se parte do das relações das companhias com a sociedade. No Brasil, os exemplos positivos se multiplicam como parte de estratégias de comunicação vitoriosa. Um exemplo a destacar é a recente experiência do grupo Cristal, da área petroquímica, na Bahia. Cristal? Quase ninguém conhece. Mas Tibrás está na memória de todos. Foi empresa-tema de romance de Jo

O futuro da Comunicação Interna

No evento de Comunicação Interna do IQPC, em Nov/08, eu tive o privilégio de participar de uma mesa redonda com Viviane Mansi, da Merck Sharp & Dohme, e Juliana Marques, do HSBC. O tema do debate foi o Futuro da Comunicação Interna (CI). Eu apresentei 5 tendências que, na minha visão, vão implicar na transformação da CI. 1- INFORMAÇÃO CADA VEZ MAIS PESSOAL A CI das empresas estará cada vez mais focada nas pessoas do que nas mensagens corporativas. A explosão das redes e mídias sociais é uma evidência dessa tendência. Vou explicar melhor. As pessoas gostam de ouvir histórias de pessoas, de heróis e de conquistas individuais. A CI cada vez mais se alinhará em torno disso, fazendo com que as mensagens corporativas sejam moldadas em torno de histórias de pessoas. 2- MAIS COLABORAÇÃO E MENOS COMUNICAÇÃO UNIDIRECIONAL A explosão das redes sociais chegará rapidamente às empresas. CI vai migrar de um modelo unidirecional de comunicação (via email, murais, newsletters impressas, etc) para u

Leitura sustentável para 2009

A título de contribuição intelectual, listamos seis livros importantes, já tratados, de forma direta ou indireta, nesta página de sustentabilidade da Gazeta Mercantil. São obras inteligentes, provocativas e promotoras de idéias novas e vigorosas. Constituem leitura imprescindível para quem quer começar o ano antenado com as mais importantes tendências dessa área. O ex-presidente Bill Clinton resolveu colocar em livro suas idéias sobre a importância do ato de doar. Trata-se de Doar- Como Cada um Pode Mudar o Mundo (Editora Agir, 238 páginas). A obra combina breves análises, opiniões e crenças de Clinton com histórias de pessoas e organizações com quem conviveu e que, em sua visão, têm feito a diferença na construção de um mundo mais justo. Sobre Clinton, vale lembrar que, após dois mandatos à frente do governo dos EUA (1993-2001), ela passou a se dedicar à gestão e de uma fundação que leva o seu nome. E hoje emprega seus ativos pessoais na missão de levar assistência médica digna, promo

A força do conteúdo

Digo logo de início que não sou especialista em administração de crises. Aliás, cruzes, se eu tiver de enfrentar uma, certamente chamaria a LVBA ou alguma outra agência com essa estatura e tradição para me socorrer. Mas creio que posso dar um depoimento num sentido talvez mais filosófico ou da pragmática de nossa atividade. Não existe no mundo, até onde conheço, outra escola de relações públicas tão fortemente influenciada pelo jornalismo, como a brasileira. E foi graças a essa influência que desenvolvemos por aqui um know how próprio que deu às nossas agências, de certo modo, “cara de conteúdo”. Ora, tenho aprendido em anos de vivência, com nossas próprias agências, que ações preventivas podem evitar a chegada da crise, mas que, uma vez instalada, ela precisa ser tratada com transparência, ética, rigor informativo, agilidade, para minimizar o estrago. Influenciadas pelo espírito jornalístico, que se deveu à acentuada migração de profissionais com essa formação para a comunicação corpo

A reunião 2.0

Até pouco tempo atrás, falar em reuniões nas empresas era colocar um grupo de pessoas sentadas fisicamente uma na frente das outras, ao redor de uma mesa, tendo normalmente um mediador ou um líder da reunião. As novas tecnologias vêm mudando dramaticamente esse velho conceito. O número de reuniões à distância vem crescendo aceleradamente. A tendência é crescer ainda mais com a tecnologia de telepresença chegando para valer (vejam esse vídeo da Cisco, é divertido). O interessante, nesse processo, é que mesmo as reuniões físicas (onde todos estão presentes ao vivo e a cores) vem mudando radicalmente. É normal os participantes abrirem seus notebooks, se conectarem na rede da empresa (com ou sem fio), e participarem da reunião ao mesmo tempo em que trabalham em suas máquinas. Também é comum os participantes se comunicarem via um sistema de mensagem instantânea enquanto o líder da reunião está falando. Esse ambiente, aparentemente caótico, é altamente colaborativo. Essa tendência é irrevers

Consumo consciente

A preocupação com os problemas ambientais, sociais e econômicos que assolam o mundo contemporâneo tem feito com que as pessoas reflitam sobre o assunto e cheguem à conclusão de que é preciso reverter o cenário. A consciência que o ser humano vem criando em relação à sustentabilidade faz com que ele modifique seus hábitos e comportamentos, criando uma nova cultura que abra espaço para uma vida mais responsável para com o planeta. Uma das mudanças que precisa ser bastante ressaltada é o consumo consciente. É fundamental que as pessoas levem em consideração uma série de fatores antes de consumir um produto. Verificar a origem dele, se a empresa que o fabrica é ambientalmente responsável e se, após consumi-lo, é possível dar um destino a ele sem agredir o meio ambiente são exemplos de atitudes simples, mas que podem fazer toda a diferença. Agindo assim, os consumidores evitam o desperdício, a poluição e a degradação, preservando a natureza e garantindo um futuro melhor para as próximas ger

Mitos do Coaching

Em passeio por uma aprazível cidade turística do litoral brasileiro, fui surpreendido por um outdoor com o seguinte apelo, em letras garrafais: “Seja um coach”. Logo abaixo da frase, as indicações de uma entidade de formação de coaches. Mais adiante, outro cartaz recomendava: “Tenha um coach”. E concluía, em letras menores: “desenvolva seu potencial”. Não tenho a menor idéia de que organizações são essas, nem tenho a intenção de criticá-las. Podem ser dirigidas por gente séria e bem-intencionada, mas esse fato demonstra como o conceito de coaching se universalizou. Ou, pelo menos, o que se entende como coaching. E esse entendimento, muitas vezes, é superficial, quando não totalmente equivocado. Um coach não se forma com meia dúzia de aulas e dicas. Recentemente, um jornal de negócios divulgou um curso de coaching para pequenas empresas, que consiste em um dia de treinamento, com técnicas de “simulação das situações típicas do dia-a-dia” de uma firma. A julgar pelos depoimentos public

80% do buzz de consumidores brasileiros estão em serviços do Google

Os serviços mais utilizados atualmente pelos brasileiros para publicar suas opiniões sobre marcas demonstram a hegemonia do Google no Brasil. Blogspot (37,6%) e Orkut (36,6%) são os espaços preferidos pelo consumidor para publicar opiniões sobre produtos e serviços na web. O Youtube, outro serviço do Google, tem 3,75% do buzz na Internet, enquanto o Blogger.com, também do Google tem 1,75% do buzz. Juntos, os quatro serviços, representam quase 80% do buzz de toda a internet brasileira. No estudo o Reclame Aqui, serviço utilizado por consumidores brasileiros para publicação de opiniões pós-compra, alcançou o quarto lugar entre os serviços mais utilizados pelos brasileiros. O site atualmente recebeu investimento, o que demonstra a sua importância. A segunda surpresa do estudo ficou com o Twitter, que com 2,16% do buzz já ultrapassou serviços como o próprio blogger, flickr, spaces e fotolog. A amostra utilizada para este estudo possui 26.877 depoimentos (posts ou comentários) publicados em

Muito além da comunicação

O mercado de telecomunicações contabiliza cifras gigantescas. No Brasil, os equipamentos e os serviços para esse segmento movimentarão 80 bilhões de dólares em 2008. O valor supera o faturamento total de serviço, software e hardware da TI brasileira, previsto para 28 bilhões de dólares este ano, segundo o Gartner. Somente a parte de serviços de telecomunicações deve gerar 70 bilhões de dólares. Os principais responsáveis por essa receita são gastos com telefonia fixa e móvel, dados e serviços gerenciados. A venda de equipamentos de telecom colocou 10 bilhões de dólares nos bolsos das empresas de hardware de comunicação no país. Enquanto as receitas de telefonia fixa apresentaram certa redução, as de mobilidade e dados tiveram aumentos expressivos. O destaque da área de serviços, que deve crescer nos próximos anos, é o que o Gartner chama de Gerenciamento Estendido de Telecomunicações, uma versão ampliada da gestão de serviços de telefonia, que inclui provisionamento de links de comunic

Por trás dos rankings das ‘melhores para se trabalhar’

Ninguém duvida que o relacionamento entre as empresas e seus colaboradores é determinante para que os objetivos corporativos sejam alcançados. Entre inúmeras iniciativas para que as organizações tenham mais conhecimento sobre seu negócio e aprimorem suas práticas, está a participação nas listas de ‘melhores empresas para se trabalhar’. Entre os rankings elaborados no Brasil, os que mais repercutem no meio empresarial são os das revistas Você S/A – Exame e Época, cada um com sua seleção. O primeiro é realizado em parceria com a Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIA/USP), enquanto o segundo é desenvolvido pela consultoria Great Place to Work Institute (GPTW), pioneira na elaboração de prêmios corporativos. José Tolovi Jr., fundador da GPTW, e Lina Eiko Nakata, da FIA/USP, destacam o que consideram pontos fundamentais no relacionamento entre as empresas e seus públicos de interesse, sobretudo o formado por colaboradores: um bom clima interno, honestidade do

Minutos para celular viram prêmio de incentivo de alto ROI

A presença massiva de celulares pré-pagos no mercado motivou a Orange Soluções Integradas a criar um sistema que dá minutos para falar no celular como prêmio. A empresa, que já possui outras ferramentas de incentivo como “O Melhor do Mundo” - para ações de experiência - e Infiniti Incentive - agência de incentivo com sistema de troca de pontos -, lançou o Minucom pensando não apenas em ações direcionadas a funcionários, mas que pode ser também aplicada em ações promocionais e de relacionamento com foco no consumidor final. O serviço é voltado a pessoas das classes de baixa renda e jovens, que concentram a maior parte dos celulares pré-pago no país, que por sua vez representam 81,3% das linhas de telefonia móvel, segundo informações da Anatel. Esse é apenas um dos dados com a qual a empresa vem estudando há três anos para poder elaborar o novo serviço. A ideia do projeto veio da necessidade de investir na área de incentivo com um serviço inovador que fosse além dos vale-presentes e prêm

Empresas adaptam seus sites para o iPhone

A chegada do iPhone, da Apple, ajuda a dar novos contornos ao marketing digital brasileiro. Um dos primeiros reflexos é a corrida das empresas para ter o seu site acessado no aparelho. Estima-se que, no ano passado, o setor tenha movimentado entre R$ 10 milhões e R$ 20 milhões, dos quais 90% destinados à produção de sites - apenas os 10% restantes vão para serviços de publicidade. Acredita-se que em até três anos os anunciantes tenham suas versões de conteúdo para os chamados celulares da "geração touch" (com toque na tela) ou similares ao iPhone - aqueles que têm navegação na internet wi-fi ou 3G. As agências que trabalham na produção de mídia para iPhone e similares estimam haver hoje no País mais de 500 mil aparelhos com essa tecnologia. A perspectiva é haver entre 1 milhão e 5 milhões ao final deste ano - ante aos cerca de 15 milhões de aparelhos com acesso à rede por meio do sistema wap. Diante do aumento da base, cresce também o número de empresas que criam versões de s

A lealdade e a boa lucratividade

er leal compensa. Essa é a mensagem que Frederick Reichheld se dedica a propagar em seus livros, o que lhe rendeu alcunhas como a de “o papa do culto à lealdade” (atribuída pela revista The Economist) ou o “rei da lealdade” (atribuída pela 1 To 1). Outros papas e monarcas certamente já renderam culto à lealdade em suas várias formas, mas Reichheld foi quem finalmente provou, por A + B, que ser leal dá dinheiro. Ser leal aos funcionários, aos fornecedores, parceiros e, é claro, aos clientes. Segundo o dicionário Aurélio, leal é aquele que é sincero e honesto, quem é fiel aos compromissos que assume. O Houaiss acrescenta que leal também pode ser aplicado àquele que anda na Lei e que lealdade pode ser o respeito aos princípios e às regras que norteiam a honra e a probidade. Para alguns, isso pode cheirar a iniciação para mosqueteiros ou a aula de educação moral e cívica, coisa de um mundo que não existe (afinal, quem fala “probidade” hoje em dia?). Para outros, lealdade já vem no pacote d

6 habilidades essenciais para resolver conflitos

Segundo a American Management Association, os gestores gastam um mínimo de 24% do tempo lidando com conflitos. Parece um desperdício, mas, na verdade, é uma oportunidade, segundo o especialista em liderança e comportamento organizacional George Kohlrieser, se o conflito for tratado de forma construtiva. Aqui ele conta como fazê-lo. Você tem medo de conflitos? Isso é perfeitamente normal! Instintivamente, nosso cérebro nos diz que um conflito é sinal de perigo -e nossa reação tende a ser enfrentar ou fugir. No entanto, temer conflitos pode tornar líderes, gestores e funcionários "reféns psicológicos", que ficam paralisados e incapazes de desafiar os outros. Os conflitos são o sangue das organizações bem-sucedidas. As brigas, os desentendimentos e os pontos de vista diversos sobre estratégia e implementação criam energia e oportunidade de mudanças, estimulam a criatividade e ajudam na formação de equipes mais bem alinhadas. Muitas das maiores multinacionais do mundo, assim como

O futuro da comunicação para a sustentabilidade

A performance ética das empresas é cada vez mais avaliada pelos consumidores na hora da compra, o que está levando os profissionais da propaganda a repensarem seu papel na produção de conteúdo. Para sanar as dúvidas recorrentes nesse processo de adaptação, diversos estudos têm sido realizados mundo afora para debater as tendências e os desafios da comunicação para a sustentabilidade. Nesse cenário, a auto-regulamentação é um assunto cada vez mais recorrente entre os profissionais da área. Atualmente, o preço e a qualidade não são fatores suficientes para decisão do consumidor: o cuidado ambiental no ciclo de vida do produto – desde a matéria-prima até o descarte – é levado em conta e reflete diretamente na escolha final. De acordo com Fernando Byington Egydio Martins, diretor executivo de estratégia da marca e comunicação corporativa do Grupo Santander Brasil, atualmente, o dono da marca é o consumidor. Nesse contexto, é necessário que as empresas estejam alinhadas aos valores deste pú