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Os sete erros da comunicação corporativa

Como bom workaholic, Neal Patterson, fundador e CEO da Cerner Corporation, era dos primeiros a chegar na empresa e dos últimos a sair. Todos os dias ele se irritava com os estacionamentos dos funcionários vazios antes das 8 e depois das 17 horas. Numa manhã de mau humor em 2001, batucou um e-mail truculento dirigido a 400 executivos da multinacional, com reclamações e ameaças. No dia seguinte o e-mail vazou, assustou investidores e em três dias as ações despencaram 22%. O incidente tornou-se um exemplo clássico das consequências da falta de planejamento nas comunicações internas. Para ajudar gestores a evitarem problemas como esse, Stever Robbins, presidente da empresa de consultoria VentureCoach.com, descreveu em um artigo recente os sete pecados mais comuns na comunicação corporativa. Leia e descubra o que os profissionais devem evitar.





Os sete erros mais comuns da comunicação corporativa:

• Anunciar mudanças sem preparação - Mudanças sempre geram boatos e resistências. Antes de anunciá-las, pesquise onde e por que isso pode acontecer. Ensaie a comunicação. Compartilhe sua visão do cenário das mudanças com os atingidos. Tenha em mente que a comunicação pessoal tem vantagens sobre a escrita e sempre avalie o impacto emocional nos afetados.

• Mentir - É natural que alguns tópicos permaneçam confidenciais, mas é preciso ter cuidado com a maneira como os segredos são mantidos. Em vez de mentir, treine-se para dizer “Não tenho a liberdade para comentar isso” ou “Não posso responder isso completamente agora”. A consistência nas respostas é fundamental.

• Surpreender-se com a realidade - Não fique surpreso por tomar conhecimento de notícias ruins mais tarde que outras pessoas na empresa. Eis uma lei dos escritórios: quanto mais poder você tem, menos problemas chegam até você. As notícias desagradáveis, aliás, respondem a leis diferentes conforme a direção de propagação. As vindas de baixo são suavizadas. As que saem da cúpula são exageradas. Evite os boatos usando linguagem simples e direta e nunca faça piadas ambíguas.

• Subestimar a audiência - É tentador omitir discussões na suposição de que os subalternos não vão entender. Eles podem não ser experts no assunto, mas têm o direito de saber a razão de algo que vai afetá-los. Lembre-se de que faz parte do trabalho de qualquer gestor explicar as coisas para os outros. Além disso, é provável que os subalternos entendam mais do assunto do que se imagina.

• Confundir processo com resultados - No estabelecimento de metas, prêmios e avaliações, é comum criar expectativas erradas. Trabalhar duro é um processo. Resultado é o que se atinge. Superiores julgam resultados, não como se chegou lá. Prometer um prêmio pelo trabalho duro é um erro. Por isso, é importante deixar claro o que será ou não premiado.

• Canais inapropriados de comunicação - Como exemplifica o erro de Patterson com seu e-mail, é preciso escolher o canal adequado para cada comunicação. Telefonemas e reuniões cara a cara são mais eficientes para lidar com questões que têm nuances e sutilezas.

• Subestimar as omissões - O que você não diz muitas vezes pode ser mais estridente que todos os tópicos de sua mensagem. Se você não elogia, as pessoas se julgam desapreciadas. Se não explica, podem achar que não são de confiança. Por isso, nunca é demais perguntar: “Que mensagens vocês estão recebendo de mim?”.

Comunicação errada corrói o moral dos empregados, desestimula a produtividade e pode tornar o ambiente de trabalho insuportável. Nada mais apropriado, portanto, do que evitar esses equívocos.


Fonte: Por Flávio de Carvalho Serpa, in Época Negócios

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