Nas tardes de domingo, em diferentes cidades do Brasil, milhares de pessoas vestem suas melhores roupas e se arrumam para ir às reuniões promovidas pela Omni International, empresa paulista que vende lojas virtuais. Recentemente, um desses encontros ocorreu num auditório no bairro de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. O local é imenso, com espaço para acomodar até 1 000 pessoas. Vitrais com cenas da vida de Jesus Cristo indicam que o prédio abriga um templo religioso. Mas, durante a reunião, o palco dos pregadores cede espaço a homens e mulheres que fazem parte da comunidade Omni -- gente que comprou e também vendeu os sites da empresa. Sorridentes e bem vestidos, eles contam suas histórias de sucesso e profetizam uma trajetória de enriquecimento para quem se empenhar. Um dos apresentadores anuncia que já comprou um automóvel Audi. O outro, um Porsche. "Vocês podem ser vencedores", diz um dos palestrantes. "Só precisam de uma oportunidade."
As reuniões têm como principal objetivo convencer o público novato das vantagens em obter uma loja virtual por 3 990 reais e em aderir a um sistema opcional de comissões em cascata. Ao adquirir uma loja, o comprador pode, por mais 100 reais, convidar outras pessoas a também comprarem seus sites. Nesse caso, ele recebe um percentual por suas indicações diretas e pelas indicações feitas por seus indicados. O sistema de remuneração -- batizado dentro da empresa como "plano de carreira" -- alimenta os testemunhos fervorosos daqueles que alcançaram o topo e dá esperança aos recém-chegados. Entre os especialistas, esse modelo de negócios é conhecido como marketing de rede e está por trás do crescimento de empresas como as americanas Amway e Herbalife. Nos últimos anos, a Omni vem gerando um faturamento anual de cerca de 45 milhões de reais -- e, como é comum nesse tipo de estratégia, agora tem de lidar com o rastro de insatisfação deixado por aqueles que não conseguiram ganhar dinheiro com o negócio.
A empresa foi criada há sete anos pelo paulista Luiz Francisco Ribeiro Pinto, de 31 anos. "Vendi carro e casa para investir num negócio no qual eu acreditava", diz Ribeiro. "Hoje, já temos quase 40 000 lojistas." O produto oferecido pela Omni é um site com um sistema de comércio eletrônico. Os compradores do site podem vender, pela internet, suas próprias mercadorias ou os produtos da Omni -- que vão desde aparelhos de MP3 até televisores de plasma. Nesse caso, o cliente atua como uma espécie de representante. A empresa também obtém receitas com publicidade no seu portal, o Mega Omni -- um shopping online que abriga todas as lojas virtuais -- e com serviços de armazenamento e entrega de produtos dos lojistas. A Omni estimula o contato entre os membros de sua comunidade com treinamentos e encontros. "Com os treinamentos, queremos que os lojistas fiquem mais preparados. Com os encontros, que se conheçam e façam negócios entre eles", diz Ribeiro.
Os vendedores mais talentosos são estimulados a investir recursos próprios no desbravamento de novos mercados. Eles foram estratégicos para a expansão da Omni em dez estados brasileiros e também para a entrada da marca em Miami, Lisboa e Buenos Aires. Jonas Costa, de 29 anos, diretor sênior do grupo, foi responsável pela expansão da empresa para os estados do Rio de Janeiro, Paraná e Espírito Santo. "O mundo está ficando pequeno para a Omni", diz Costa. Antes de entrar no negócio, há cerca de sete anos, ele trabalhava como vigilante. "Quando conheci o projeto, vendi minha moto para investir tudo nele", diz. "Hoje ganho entre 80 000 e 120 000 reais por mês." Histórias assim são motivo de orgulho para a comunidade Omni. "Nós formamos vencedores", diz Ribeiro. A Omni é um estilo de vida -- o culto à prosperidade perpassa pela cultura da empresa. Palavras como auto-estima e liderança são repetidas à exaustão. Alguns omnianos publicam, em seus perfis no Orkut, retratos a bordo de limusines e fotos do que pretendem adquirir quando estiverem ricos e dão depoimentos de louvor à empresa. "Seremos a maior comunidade de milionários do mundo", diz uma frase assinada por Ribeiro, inscrita num folheto de divulgação da empresa.
Nem todos têm sucesso na empreitada. Quando não são bem-sucedidas, muitas pessoas sentem-se enganadas. Algumas dizem que aderiram por se sentir pressionadas pelas regras que vigoram no primeiro contato. Logo depois de cerca de 5 horas de palestras sobre os benefícios da Omni, o candidato precisa se decidir se vai assinar o contrato. Aos que ficam em dúvida, os vendedores costumam advertir que será preciso esperar pelo menos cinco anos por uma próxima oportunidade. Os documentos não podem ser levados para casa, pois, segundo esses vendedores, há poucas cópias. "Se em sete dias houver desistência, nós devolvemos o dinheiro", diz Felipe Mangabeira, diretor de marketing da Omni.
Alguns aspectos na divulgação da Omni são intrigantes. Seu material publicitário anuncia que a companhia é parceira de grandes empresas, como iG e MSN, da Microsoft. Procuradas pela reportagem, essas empresas não confirmaram ter parceria com a Omni. "São mídias em que compramos anúncios", diz Mangabeira. Uma das parcerias é com um órgão intitulado Conselho Federal Parlamentar -- instituição privada com quatro deputados no quadro que, em seu site, oferece "relacionamento empresarial, político e governamental" e "intercâmbio interestadual entre os poderes público e privado" aos membros. "Contribuímos com verba para as ações sociais do Conselho Federal Parlamentar", diz Mangabeira.
Quem entrou para a Omni e não ganhou dinheiro como esperava dificilmente se conforma. Na internet há várias comunidades de repúdio à empresa -- a maior delas tem 211 membros. "As pessoas que reclamam são as que não fazem nada pelos seus negócios e depois difamam nossa marca", diz Ribeiro. Em vários estados, lojistas que se sentiram lesados foram à Justiça. "Ações judiciais fazem parte da realidade de toda empresa", diz Ribeiro. Há, ainda, dois inquéritos policiais que investigam a atuação da Omni. "Isso tudo é por causa do preconceito enfrentado pelas empresas de marketing de rede", diz Mangabeira. "Algumas que quebraram eram, na verdade, pirâmides. Mas não é esse o nosso caso."
Os negócios da Omni
Quais são as principais fontes de receita da empresa...
Comércio virtual: A Omni desenvolve lojas virtuais, compostas de sistema de gestão, interface visual e ferramentas de comércio eletrônico, com opção de pagamento online ou cartão
Publicidade: O Mega Omni, shopping virtual da Omni International, reúne todas as lojas elaboradas pela empresa. Os lojistas pagam para aparecer nos melhores espaços do portal
Estoque e distribuição: A Omni possui um centro de logística e um armazém para atender os lojistas que não têm produtos para vender ou não têm condições de entregar as mercadorias no prazo
...e os conceitos em que ela se apóia para crescer
Espírito de grupo: O modelo requer o constante entusiasmo de seus participantes. Os eventos promovidos pela empresa são uma forma de estimular o orgulho de fazer parte da comunidade Omni
Comissões em cascata: Os usuários existentes ganham comissões, que podem chegar a 1 000 reais, ao indicar outros. O lojista também é remunerado se seus indicados convidarem outras pessoas
Culto à prosperidade: Os membros mais bem-sucedidos dão seu testemunho em reuniões da comunidade Omni. Os veteranos recomendam aos novatos que usem suas melhores roupas nos encontros
Fonte: Por Luciana Barreto, in portalexame.abril.com.br
As reuniões têm como principal objetivo convencer o público novato das vantagens em obter uma loja virtual por 3 990 reais e em aderir a um sistema opcional de comissões em cascata. Ao adquirir uma loja, o comprador pode, por mais 100 reais, convidar outras pessoas a também comprarem seus sites. Nesse caso, ele recebe um percentual por suas indicações diretas e pelas indicações feitas por seus indicados. O sistema de remuneração -- batizado dentro da empresa como "plano de carreira" -- alimenta os testemunhos fervorosos daqueles que alcançaram o topo e dá esperança aos recém-chegados. Entre os especialistas, esse modelo de negócios é conhecido como marketing de rede e está por trás do crescimento de empresas como as americanas Amway e Herbalife. Nos últimos anos, a Omni vem gerando um faturamento anual de cerca de 45 milhões de reais -- e, como é comum nesse tipo de estratégia, agora tem de lidar com o rastro de insatisfação deixado por aqueles que não conseguiram ganhar dinheiro com o negócio.
A empresa foi criada há sete anos pelo paulista Luiz Francisco Ribeiro Pinto, de 31 anos. "Vendi carro e casa para investir num negócio no qual eu acreditava", diz Ribeiro. "Hoje, já temos quase 40 000 lojistas." O produto oferecido pela Omni é um site com um sistema de comércio eletrônico. Os compradores do site podem vender, pela internet, suas próprias mercadorias ou os produtos da Omni -- que vão desde aparelhos de MP3 até televisores de plasma. Nesse caso, o cliente atua como uma espécie de representante. A empresa também obtém receitas com publicidade no seu portal, o Mega Omni -- um shopping online que abriga todas as lojas virtuais -- e com serviços de armazenamento e entrega de produtos dos lojistas. A Omni estimula o contato entre os membros de sua comunidade com treinamentos e encontros. "Com os treinamentos, queremos que os lojistas fiquem mais preparados. Com os encontros, que se conheçam e façam negócios entre eles", diz Ribeiro.
Os vendedores mais talentosos são estimulados a investir recursos próprios no desbravamento de novos mercados. Eles foram estratégicos para a expansão da Omni em dez estados brasileiros e também para a entrada da marca em Miami, Lisboa e Buenos Aires. Jonas Costa, de 29 anos, diretor sênior do grupo, foi responsável pela expansão da empresa para os estados do Rio de Janeiro, Paraná e Espírito Santo. "O mundo está ficando pequeno para a Omni", diz Costa. Antes de entrar no negócio, há cerca de sete anos, ele trabalhava como vigilante. "Quando conheci o projeto, vendi minha moto para investir tudo nele", diz. "Hoje ganho entre 80 000 e 120 000 reais por mês." Histórias assim são motivo de orgulho para a comunidade Omni. "Nós formamos vencedores", diz Ribeiro. A Omni é um estilo de vida -- o culto à prosperidade perpassa pela cultura da empresa. Palavras como auto-estima e liderança são repetidas à exaustão. Alguns omnianos publicam, em seus perfis no Orkut, retratos a bordo de limusines e fotos do que pretendem adquirir quando estiverem ricos e dão depoimentos de louvor à empresa. "Seremos a maior comunidade de milionários do mundo", diz uma frase assinada por Ribeiro, inscrita num folheto de divulgação da empresa.
Nem todos têm sucesso na empreitada. Quando não são bem-sucedidas, muitas pessoas sentem-se enganadas. Algumas dizem que aderiram por se sentir pressionadas pelas regras que vigoram no primeiro contato. Logo depois de cerca de 5 horas de palestras sobre os benefícios da Omni, o candidato precisa se decidir se vai assinar o contrato. Aos que ficam em dúvida, os vendedores costumam advertir que será preciso esperar pelo menos cinco anos por uma próxima oportunidade. Os documentos não podem ser levados para casa, pois, segundo esses vendedores, há poucas cópias. "Se em sete dias houver desistência, nós devolvemos o dinheiro", diz Felipe Mangabeira, diretor de marketing da Omni.
Alguns aspectos na divulgação da Omni são intrigantes. Seu material publicitário anuncia que a companhia é parceira de grandes empresas, como iG e MSN, da Microsoft. Procuradas pela reportagem, essas empresas não confirmaram ter parceria com a Omni. "São mídias em que compramos anúncios", diz Mangabeira. Uma das parcerias é com um órgão intitulado Conselho Federal Parlamentar -- instituição privada com quatro deputados no quadro que, em seu site, oferece "relacionamento empresarial, político e governamental" e "intercâmbio interestadual entre os poderes público e privado" aos membros. "Contribuímos com verba para as ações sociais do Conselho Federal Parlamentar", diz Mangabeira.
Quem entrou para a Omni e não ganhou dinheiro como esperava dificilmente se conforma. Na internet há várias comunidades de repúdio à empresa -- a maior delas tem 211 membros. "As pessoas que reclamam são as que não fazem nada pelos seus negócios e depois difamam nossa marca", diz Ribeiro. Em vários estados, lojistas que se sentiram lesados foram à Justiça. "Ações judiciais fazem parte da realidade de toda empresa", diz Ribeiro. Há, ainda, dois inquéritos policiais que investigam a atuação da Omni. "Isso tudo é por causa do preconceito enfrentado pelas empresas de marketing de rede", diz Mangabeira. "Algumas que quebraram eram, na verdade, pirâmides. Mas não é esse o nosso caso."
Os negócios da Omni
Quais são as principais fontes de receita da empresa...
Comércio virtual: A Omni desenvolve lojas virtuais, compostas de sistema de gestão, interface visual e ferramentas de comércio eletrônico, com opção de pagamento online ou cartão
Publicidade: O Mega Omni, shopping virtual da Omni International, reúne todas as lojas elaboradas pela empresa. Os lojistas pagam para aparecer nos melhores espaços do portal
Estoque e distribuição: A Omni possui um centro de logística e um armazém para atender os lojistas que não têm produtos para vender ou não têm condições de entregar as mercadorias no prazo
...e os conceitos em que ela se apóia para crescer
Espírito de grupo: O modelo requer o constante entusiasmo de seus participantes. Os eventos promovidos pela empresa são uma forma de estimular o orgulho de fazer parte da comunidade Omni
Comissões em cascata: Os usuários existentes ganham comissões, que podem chegar a 1 000 reais, ao indicar outros. O lojista também é remunerado se seus indicados convidarem outras pessoas
Culto à prosperidade: Os membros mais bem-sucedidos dão seu testemunho em reuniões da comunidade Omni. Os veteranos recomendam aos novatos que usem suas melhores roupas nos encontros
Fonte: Por Luciana Barreto, in portalexame.abril.com.br
Comentários
SE O CONTRATO FOR FINALIZADO CLARO.
AS COISAS ACONTECEM RÁPIDO PORQUE O CICLO É SEMANAL E NÃO MENSAL ,COMOS NAS OUTRAS EMPRESAS.
apenas dou meus parabens para os empreendedores que entraram
é uma franquia, a mais barata que conheço.
Mas nem todos são empreendedores.Alguns nasceram para serem patrões, outros para serem empregados.
Por isso, antes de criticar, conheça. Caso não queira conhecer, não critique.
A justificativa é a desculpa do fracassado.
Sucesso a todos os Omnianos.kkk
Vamos acordar moçada. Ouçam o que seus pais lhe contam, seus familiares... não sejam seduzidos pela grana alta em pouco tempo, não existe isso sem consequência. Poucos, muito muito poucos vão comprar seus porches usados só para fazer voces sonharem.
Como infelizmente temos que errar pra aprender, eu errei! Estou tentando abrir os olhos de alguns. Se UMA pessoa ler este depoimento aqui, e desistir de entrar em Marketing de Rede. To feliz! Fiz minha parte!
Abraço aos lúcidos!
Saudações aos loucos!
Não acredite em tudo o que a Globo fala... mas pelo menos escute! Algumas coisas podem te ajudar!!!
O conselho que dou, corra das reuniões, pois o poder de persudir é grande. Você pode entrar sem querer, e depois se arrenpender.
RESUMINDO NADA DO QUE AQUELE SAFADO MENTIROSO DISSE TER CONSEGUIDO ERA REAL E EU E MEU MARIDO FORA DA OMNI TINHAMOS MAIS COISAS DO QUE ELE E SEM ENGANAR NINGUEM E NEM PREJUDICAR NINGUEM.MEU MARIDO VENDEU O CARRO PAGOU ESSA MERDA DA OMNI E AGORA TÁ FUD....
1% Consultores que se dão bem
3% Outros que indicam
2% Loja virtual com produtos próprios
4% Feiras e relacionamentos
40% Ganham menos do que investiram
50% Ganharam menos do que pagou para assistir apresentação, ou nem chegaram a ir mais que 2 ou 3 vezes. Conheço gente que pagou e nunca colocou o pé no B2B. Isto é em SP.
O número dos que ganham com indicação é +/- proporcional aos que ganham sem indicação. Mas mesmo quem ganha sem indicação também ganha com a empolgação do novato. Por exemplo: quem vende roupa social, gravatas, jóias, montagem de loja, refinanciamento de veículos, impressos, celular…, conseguiram ganhar um bom dinheiro. Tem pessoas que montaram mais de 200 lojas de R$100, a R$500,00 cada. Consultor técnico monta mais ainda. Eles pegam o filézinho fresco. Conheço gente que comprou dois ternos na empolgação e nunca usou.
Eu costumo dizer que cada pessoa que entra é como um perú assado.
O luiz come a carne com os amigos e joga a carcaça pro povo. Se você for amigo você também come do perú. Se não você será apenas o perú. Depois eu conto a história do leitão.
Como quem entra nesse tipo de negócio são 80% de pessoas falidas,
que se quebraram por completo desembolsando os mils onde muitas nem sabe escrever, resulta em uma comunidade de pessoas quebradas sem recursos pra pagar nem os R$5,00 e condução pra ir no B2B muito menos terá dinheiro pra comprar algo.
A OMNI quebrou e agora o CEO Luis Francisco migrou para o QUANTA FRANQUIAS.
Não existe mais B2B, nem lojas virtuais para quem quer ingressar no novo sistema.
Os antigos associados sairam fóra e agora a QUANTA vende EDUCAÇÃO. (kkkkkkkk).
QUER GANHAR DINHEIRO, VAI ESTUDAR PRA CONCEGUIR UM EMPREGO DECENTE.. E HONESTO