1)Qual a melhor maneira para estipular metas? E qual o perfil ideal de liderança para alcançá-las no curto prazo? Israel Villacorta Mamani, de São Paulo
As metas devem sempre se originar de um sonho grande. Nós, definitivamente, não trabalhamos somente pelo dinheiro que ganhamos. Nós gostamos de dar um significado maior a nossa vida . Nós gostamos de saber que nosso trabalho está direcionado para a construção de algo nobre ou de ideal em benefício de nossos semelhantes. Uma vez consolidado e aceito o sonho, fica estabelecida a ordem de grandeza dos saltos que queremos dar. Quando todos têm um sonho, as resistências às metas diminuem. Por outro lado, temos de ensinar a todos como estabelecer seus indicadores e calcular o que chamo de lacunas - a distância entre os resultados atuais e algum valor ideal. Esse valor ideal pode ser o valor já alcançado pelo concorrente, pode ser um número ideal (e até possivelmente inalcançável), como "zero acidente", "zero defeito", "zero perda", entre outros. O trabalho de cada um é encurtar essa distância - e assim reduzir a lacuna.
2)Com a crise mundial, tornou-se ainda mais comum o discurso de que vivemos uma "nova normalidade", em que os tempos estáveis serão cada vez mais breves. Planejamentos mais longos não serão mais tão confiáveis. Metas e objetivos terão de ser projetados em menores espaços de tempo. Como o senhor avalia esse cenário? E como o executivo brasileiro deve agir? Fabiano Santa Maria, de São Paulo
Essas flutuações na economia mundial vêm aumentando nitidamente. No entanto, uma coisa é certa: as empresas de países com economia mais sólida sofrerão menos. A primeira coisa que temos de fazer, conscientemente, é apoiar governos que se proponham a manter a seriedade com a qual a economia brasileira vem sendo tratada nos últimos 15 anos. Do ponto de vista das empresas a situação não é diferente. Teremos de mantê-las financeiramente preparadas para enfrentar situações em que a geração de caixa possa cair drasticamente, de forma imprevisível. Não acho que se possa acreditar que teremos de gerir com "metas em menores espaços de tempo", e sim enfrentar problemas inesperados ocasionalmente. O cultivo de uma empresa capaz de enfrentar situações difíceis não se faz com objetivos de curto prazo, mas com ações contínuas ao longo do tempo focadas em três frentes: metas bem estabelecidas para todos, recrutamento, seleção e desenvolvimento de pessoas felizes em seu trabalho e, finalmente, desenvolvimento da cultura de enfrentamento de mudanças. Uma empresa competitiva e pronta para enfrentar "mares turbulentos" não se faz com "metas curtas". A luta por custos excepcionalmente baixos deve ser conduzida por meio de metas anuais de melhoria contínua e da inovação.
A atenção ao que o cliente quer deve ser levada muito a sério. Desse modo é possível aumentar margens - ao oferecer produtos pelos quais os clientes aceitam pagar um pouco mais e também ao cortar o que só gera custos pelos quais o cliente não quer pagar. Toda empresa tem uma mina de ouro escondida embaixo de si. Mas essa riqueza só pode ser extraída com liderança excepcional e com disciplina disseminada por todas as pessoas da organização. Finalmente gostaria de deixar a mensagem de que o grande esforço a ser feito por empresas e governos é preparar todas as pessoas para ser exímias solucionadares de problemas fazendo isso de forma cada vez mais competente.
Fonte: Por Vicente Falconi, um dos mais renomados especialistas em gestão do Brasil e cofundador da consultoria INDG. Texto originalmente publicado na revista EXAME de 24 de fevereiro de 2010.
As metas devem sempre se originar de um sonho grande. Nós, definitivamente, não trabalhamos somente pelo dinheiro que ganhamos. Nós gostamos de dar um significado maior a nossa vida . Nós gostamos de saber que nosso trabalho está direcionado para a construção de algo nobre ou de ideal em benefício de nossos semelhantes. Uma vez consolidado e aceito o sonho, fica estabelecida a ordem de grandeza dos saltos que queremos dar. Quando todos têm um sonho, as resistências às metas diminuem. Por outro lado, temos de ensinar a todos como estabelecer seus indicadores e calcular o que chamo de lacunas - a distância entre os resultados atuais e algum valor ideal. Esse valor ideal pode ser o valor já alcançado pelo concorrente, pode ser um número ideal (e até possivelmente inalcançável), como "zero acidente", "zero defeito", "zero perda", entre outros. O trabalho de cada um é encurtar essa distância - e assim reduzir a lacuna.
2)Com a crise mundial, tornou-se ainda mais comum o discurso de que vivemos uma "nova normalidade", em que os tempos estáveis serão cada vez mais breves. Planejamentos mais longos não serão mais tão confiáveis. Metas e objetivos terão de ser projetados em menores espaços de tempo. Como o senhor avalia esse cenário? E como o executivo brasileiro deve agir? Fabiano Santa Maria, de São Paulo
Essas flutuações na economia mundial vêm aumentando nitidamente. No entanto, uma coisa é certa: as empresas de países com economia mais sólida sofrerão menos. A primeira coisa que temos de fazer, conscientemente, é apoiar governos que se proponham a manter a seriedade com a qual a economia brasileira vem sendo tratada nos últimos 15 anos. Do ponto de vista das empresas a situação não é diferente. Teremos de mantê-las financeiramente preparadas para enfrentar situações em que a geração de caixa possa cair drasticamente, de forma imprevisível. Não acho que se possa acreditar que teremos de gerir com "metas em menores espaços de tempo", e sim enfrentar problemas inesperados ocasionalmente. O cultivo de uma empresa capaz de enfrentar situações difíceis não se faz com objetivos de curto prazo, mas com ações contínuas ao longo do tempo focadas em três frentes: metas bem estabelecidas para todos, recrutamento, seleção e desenvolvimento de pessoas felizes em seu trabalho e, finalmente, desenvolvimento da cultura de enfrentamento de mudanças. Uma empresa competitiva e pronta para enfrentar "mares turbulentos" não se faz com "metas curtas". A luta por custos excepcionalmente baixos deve ser conduzida por meio de metas anuais de melhoria contínua e da inovação.
A atenção ao que o cliente quer deve ser levada muito a sério. Desse modo é possível aumentar margens - ao oferecer produtos pelos quais os clientes aceitam pagar um pouco mais e também ao cortar o que só gera custos pelos quais o cliente não quer pagar. Toda empresa tem uma mina de ouro escondida embaixo de si. Mas essa riqueza só pode ser extraída com liderança excepcional e com disciplina disseminada por todas as pessoas da organização. Finalmente gostaria de deixar a mensagem de que o grande esforço a ser feito por empresas e governos é preparar todas as pessoas para ser exímias solucionadares de problemas fazendo isso de forma cada vez mais competente.
Fonte: Por Vicente Falconi, um dos mais renomados especialistas em gestão do Brasil e cofundador da consultoria INDG. Texto originalmente publicado na revista EXAME de 24 de fevereiro de 2010.
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