Pular para o conteúdo principal

A força do vídeo-release

Candace White, professor de marketing na Universidade do Tennessee, em Knoxville, e co-autor do relatório "How video news releases are used in television broadcasts" (“Como os releases em forma de vídeos são usados em transmissões de televisão”, em tradução livre), disse, mais de uma vez que, os diretores de emissoras demonstram grande interesse em utilizar video news releases (VNR) durante a programação.

De acordo com White, os vídeos que abordam saúde e segurança são os mais utilizados. Já os puramente corporativos, ocupam a lanterna. Fácil de se entender: o consumidor quer, cada vez mais, ter acesso a entretenimento, prestação de serviço e informações que facilitem o seu dia a dia e melhorem sua autoestima. O chamado novo tripé jornalístico!

Pago, na maior parte das vezes, pela empresa que pretender comunicar uma determinada notícia, o VNR é enviado, gratuitamente, aos meios de comunicação. Trata-se, na verdade, de um release transformado em imagens, que pode ser utilizado em sua totalidade ou editado – de acordo com as normas e padrões de cada emissora.

Um outro foco em potencial é a internet. Com o VNR, a assessoria de imprensa pode viralizar a informação, agregando valor à marca e ampliando o market share de produtos, soluções e espaços diversos.

Para lançar o seu canal no YouTube, o Women's Empowerment Channel (WEC), a escritora, palestrante e apresentadora Jennifer Keitt gravou um vídeo-release no qual reforça o seu know-how para ajudar as mulheres a terem um dia a dia melhor e antecipa algumas dicas que podem ser encontradas no WEC.

O resultado é um vídeo-release descontraído, protagonizado pela própria Jennifer Keitt, que orienta o universo feminino sobre autoestima, sexualidade, fatores financeiros, moda e fitness.

Na mesma linha informativa, o procurador americano José Klest, que tem mais de vinte e quatro anos de experiência em ajudar as vítimas de acidentes de carros, gravou um VNR no qual orienta os motoristas a como proceder em casos como esse.

É bem provável que o material, com duração de um minuto e muito bem editado, já tenha sido utilizado em muitos programas de televisão ou de Internet. Afinal, assim como Jennifer Keitt, Klest focou no novo tripé jornalístico.

Nos Estados Unidos, o Center for Media and Democracy (CMD) pesquisa essas veiculações. Em um relatório, identificou 77 emissoras de televisão que veicularam VNRs. Em alguns casos, esse tipo de material era incorporado na programação, sem distinção, como se fosse conteúdo das próprias emissoras – conferindo uma grande aceitação jornalística ao vídeo-release.

No Brasil, este tipo de material começa a ganhar importância entre as assessorias de imprensa e os profissionais digitais, principalmente para se divulgar eventos, fusões e lançamentos de produtos.

Em tempos de social media, toda iniciativa é válida para consolidar imagens e criar oportunidades. Neste contexto, o vídeo-release é protagonista e irá ditar as próximas regras e tendências. Cabe, então, aos comunicadores traçarem estratégias cada vez mais qualificadas, certeiras e – principalmente - criativas. É a mistura – cada vez mais real – do marketing com a assessoria de imprensa!


Fonte: Por Rodrigo Capella - jornalista e assessor de imprensa. Autor, entre outros, de “Assessor de Imprensa – fonte qualificada para uma boa notícia”.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De

Funcionários da Domino´s Pizza postam vídeo no You Tube e são processados

Dois funcionários irresponsáveis imaginam um vídeo “muito engraçado” usando alimentos e toda sorte de escatologia. O cenário é uma cozinha da pizzaria Domino´s. Pronto, está feito o vídeo que mais chamou a atenção da mídia americana na semana passada. Nele, os dois funcionários se divertem enquanto um espirra na comida, entre outras amostras de higiene pessoal. Tudo isso foi postado no you tube no que eles consideraram “uma grande brincadeira”. O vídeo em questão, agora removido do site, foi visto por mais de 930 mil pessoas em apenas dois dias. (o vídeo já foi removido, mas pode ser conferido em trechos nesta reportagem: http://www.youtube.com/watch?v=eYmFQjszaec ) Mas para os consumidores da rede, é uma grande(síssima) falta de respeito. Restou ao presidente a tarefa de “limpar” a bagunça (e a barra da empresa). Há poucos dias, Patrick Doyle, CEO nos EUA, veio a público e respondeu na mesma moeda. No vídeo de dois minutos no You Tube, Doyle ( http://www.youtube.com/watch?v=7l6AJ49xNS