No início de maio, Alan Clark, presidente da SAB Miller,
dona das marcas de cervejas como Coors e Imperial, disse, em entrevista ao Wall
Street Journal, que as cervejarias ainda não aprenderam a respeitar a mulher.
“Precisamos reconhecer que, há anos, desconsideramos ou insultamos as mulheres
por meio de nossa propaganda.” Para Clark, as mulheres tomam pouca cerveja por
culpa das peças publicitárias “insultantes” e “arrogantes”. A mea culpa do
executivo foi reforçada com dados divulgados pelo Think Eva, núcleo de
inteligência do feminino, nesta semana.
Aqui
no Brasil, com frequência o Conar é acionado por campanhas consideradas
machistas por consumidores. Como foi o caso do famoso Mimimi, da marca Novalfem
da Sanofi, em maio, ou o mais recente vídeo da Nova Schin para promover a
Oktoberfest 2015. O Think Eva perguntou para as mulheres o que elas pensam e
acham da forma como são retratadas na publicidade e a maneira como recebem a
propaganda.
O
levantamento feito com mil mulheres classificadas pelo estudo como “super
conectadas e engajadas” constatou que o principal sentimento do gênero em
relação à publicidade é a indiferença. Para 62,4% das entrevistadas, a
publicidade desperta o sentimento de mesmice. Mesmo quando instigadas, 55,7%
indicam não ter visto nenhuma propaganda que tenha chamado a atenção
recentemente.
O
desejo mais expressado foi a de uma comunicação mais inclusiva e que contemple
suas necessidades. A pesquisa mostra também que 73,2% das respondentes têm
interesse em comunicação de tecnologia. Porém, 75,7% acreditam que essas
empresas se dirigem somente ao público masculino em suas mídias. Ao retratar
mulheres, inteligência é a principal característica que as respondentes
gostariam de ver na publicidade (85,8%), seguida por independência (72,3%).
O
perfil das mulheres ouvidas pela pesquisa é responsável pelo alto consumo de
informação, produção de conteúdo e poder de disseminação online. "Sem medo de se expor, são formadoras e
propagadoras de opiniões.Ou seja, são elas que, por meio de comunidades online
e offline, estão desenhando as novas maneiras de estar no mundo como mulher,
além de alternativas para a comunicação e mídia", define o estudo.
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