Pular para o conteúdo principal

Supermercados do futuro combinarão dados sobre produtos e sobre o consumidor


A disponibilização de informações consistentes sobre produtos pelas marcas deixa muito a desejar tanto no ambiente das lojas físicas quanto no on-line. Na maioria dos casos, os consumidores ficam desassistidos na hora de escolher a opção mais conveniente e têm pouca motivação para saber a respeito do produto que estão comprando.
Os supermercados enfrentam o enorme desafio de encontrar o equilíbrio entre as necessidades do cliente e sua capacidade de atendê-las, o que leva a uma pergunta: como os supermercados e indústrias alimentícias estão se preparando para entrar na era da informação imediata?
Considere, por exemplo, a imensa quantidade de produtos vendidos em um supermercado padrão. O número de categorias de produtos já impressiona mesmo antes de se levar em conta a quantidade de itens que cada uma dessas categorias abriga. Não chega a surpreender, portanto, que tenham dificuldade para captar e analisar o imenso volume de dados sobre o que é oferecido em suas prateleiras.
Para vender produtos on-line e nas lojas, os supermercados precisam de uma enorme variedade de informações, que também poderiam ser aproveitadas para criar uma vantagem competitiva para o varejista, se complementadas e expandidas. Por exemplo: informações sobre ingredientes, aditivos, imagens, vídeos, textos de marketing, dados sobre manipulação genética, referências, selos de qualidade, teor alergênico, data de validade/melhor data para consumo, variedades do produto e muitos outros elementos informativos poderiam ser acrescentados. Gerenciar essa quantidade de dados logo se torna uma tarefa complexa, e muitos ainda não adotaram as tecnologias que poderiam ajudá-los a administrar esse processo de forma eficiente.
A necessidade de obter diferenciação para o varejista e de proporcionar uma experiência única para o consumidor é reforçada por outro aspecto: a transparência criada pela ‘Era Google’ teve como consequência um marcado declínio na fidelidade de quem compra. O comportamento de compras agora se dispersa por múltiplos canais e a possibilidade de comparar preços com facilidade leva quem era antes fiel a procurar o concorrente. As grandes redes supermercadistas possuem amplos programas de fidelidade, que têm sido expandidos com uma variedade de produtos, como ofertas de seguros e até empréstimos. Contudo, tais iniciativas não resultaram automaticamente em um aumento no relacionamento.
Afinal, qual é a solução? Colocar o consumidor no centro de todas as atividades do varejo pode não ser uma tendência nova, mas para ter sucesso usando essa abordagem, os varejistas precisam criar mais pontos de contato inteligentes. Os supermercados do futuro combinarão dados sobre produtos e sobre o consumidor de modo que cada ponto de contato apresente uma experiência verdadeiramente personalizada e uma visão de 360 graus.
O varejista poderá enviar receitas e uma lista de recomendações de compra diretamente para o dispositivo de escolha do consumidor, tendo em conta as alergias, preferências de método de entrega e até a época do ano e os compromissos que foram marcados em uma agenda personalizada. Tudo isso demonstra por que o Gerenciamento de Informações sobre Produtos (Product Information Management - PIM) está atraindo tanto interesse nas iniciativas de gestão eficaz de multicanais.
Aos poucos, a evolução vai levar o marketing de fidelidade a uma nova fase: a gameficação. Dados abrangentes e detalhados sobre os produtos servirão como base para um programa de fidelidade que incluirá metas, objetivos e recompensas para os consumidores mais fiéis. Quanto mais completos e engajadores os ‘games’ das compras se tornarem, maior será o seu sucesso do ponto de vista de marketing e da fidelidade.
Em última análise, os supermercados já estão trilhando o caminho para melhorar a experiência de compras do consumidor. Algumas das tecnologias emergentes indicam os rumos que a indústria tomará na sua evolução.
Por Wilson Teixeira, executivo de vendas da Informatica Corporation, disponível em http://boo-box.link/222JS

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su...

Funcionários da Domino´s Pizza postam vídeo no You Tube e são processados

Dois funcionários irresponsáveis imaginam um vídeo “muito engraçado” usando alimentos e toda sorte de escatologia. O cenário é uma cozinha da pizzaria Domino´s. Pronto, está feito o vídeo que mais chamou a atenção da mídia americana na semana passada. Nele, os dois funcionários se divertem enquanto um espirra na comida, entre outras amostras de higiene pessoal. Tudo isso foi postado no you tube no que eles consideraram “uma grande brincadeira”. O vídeo em questão, agora removido do site, foi visto por mais de 930 mil pessoas em apenas dois dias. (o vídeo já foi removido, mas pode ser conferido em trechos nesta reportagem: http://www.youtube.com/watch?v=eYmFQjszaec ) Mas para os consumidores da rede, é uma grande(síssima) falta de respeito. Restou ao presidente a tarefa de “limpar” a bagunça (e a barra da empresa). Há poucos dias, Patrick Doyle, CEO nos EUA, veio a público e respondeu na mesma moeda. No vídeo de dois minutos no You Tube, Doyle ( http://www.youtube.com/watch?v=7l6AJ49xNS...

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De...