Transcrevo aqui algus trecho do artigo "A opinião pública está morta", escrita por Caio Tulio Costa e publicado na revista Meio & Mensagem. Vale a pena a reflexão do especialista em novas mídias. Confira:
"A opinião pública — aquela que forma a opinião do público — também morreu. Não por falta de pais espirituais nem de porta-vozes. Ela foi vítima de algo disperso, prosaico, polifônico".
"Por que a opinião pública morreu? Vou dar quatro boas razões: 1) nos Estados Unidos, Richard Nixon se reelegeu com a maior quantidade de votos da história do país mesmo e apesar do caso Watergate denunciado pela imprensa; 2) idem para George W. Bush, reeleito apesar das ilegalidades na invasão do Iraque fartamente cobertas pela mídia; 3) ibidem no Brasil, onde o presidente Lula se reelegeu malgrado toda a grande imprensa ter escancarado os problemas de corrupção no seu partido e no núcleo do seu governo; 4) os formadores de opinião viajam de avião. Não conseguem fazer com que os administradores da crise aeroportuária resolvam o problema mesmo e apesar das marteladas sistemáticas nas revistas semanais, diárias nos jornais, várias vezes ao dia no rádio e na TV e ininterruptas na internet. E a crise se arrasta por mais de seis meses. Ou alguém duvida de que o assunto Infraero/aeroportos não está resolvido?"
"A opinião pública — outra vez: que forma a opinião do público — morreu porque há excesso de informação, e a nova mídia é um dos maiores responsáveis por isso. Os pigmentos que formam a imagem, e permitem a sua visualização por inteiro a partir de um olhar distanciado, não suportam mais esse distanciamento. Nós só vemos os fragmentos, só os pontos. Não formam a imagem. As instituições só enxergam os seus próprios fragmentos degradados. Deus está morto, Marx morreu, Freud morreu, a opinião pública morreu, e eu mesmo também não me sinto muito bem".
Você concorda? Deixe seu comentário.
Fonte: Por Caio Tulio Costa, in www.meioemensagem.com.br
"A opinião pública — aquela que forma a opinião do público — também morreu. Não por falta de pais espirituais nem de porta-vozes. Ela foi vítima de algo disperso, prosaico, polifônico".
"Por que a opinião pública morreu? Vou dar quatro boas razões: 1) nos Estados Unidos, Richard Nixon se reelegeu com a maior quantidade de votos da história do país mesmo e apesar do caso Watergate denunciado pela imprensa; 2) idem para George W. Bush, reeleito apesar das ilegalidades na invasão do Iraque fartamente cobertas pela mídia; 3) ibidem no Brasil, onde o presidente Lula se reelegeu malgrado toda a grande imprensa ter escancarado os problemas de corrupção no seu partido e no núcleo do seu governo; 4) os formadores de opinião viajam de avião. Não conseguem fazer com que os administradores da crise aeroportuária resolvam o problema mesmo e apesar das marteladas sistemáticas nas revistas semanais, diárias nos jornais, várias vezes ao dia no rádio e na TV e ininterruptas na internet. E a crise se arrasta por mais de seis meses. Ou alguém duvida de que o assunto Infraero/aeroportos não está resolvido?"
"A opinião pública — outra vez: que forma a opinião do público — morreu porque há excesso de informação, e a nova mídia é um dos maiores responsáveis por isso. Os pigmentos que formam a imagem, e permitem a sua visualização por inteiro a partir de um olhar distanciado, não suportam mais esse distanciamento. Nós só vemos os fragmentos, só os pontos. Não formam a imagem. As instituições só enxergam os seus próprios fragmentos degradados. Deus está morto, Marx morreu, Freud morreu, a opinião pública morreu, e eu mesmo também não me sinto muito bem".
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Fonte: Por Caio Tulio Costa, in www.meioemensagem.com.br
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