Pular para o conteúdo principal

Sorvetes inovam para não sair de cena

Fabricantes não querem assistir à queda do consumo no inverno e investem em sabores diferenciados. Não tem jeito. Chega o inverno e o consumo de sorvetes chega a cair até 55% no Brasil, diferentemente do que ocorre em outros mercados. Para evitar a debandada de consumidores as empresas investem em novos sabores e formatos. "Nesta época apostamos em sabores mais cremosos, com chocolate e leite", afirma o diretor de marketing da Kibon (Unilever), Alexandre Bouza.

Seguindo esse conceito, a Häagen-Dazs (General Mills) apresenta dois novos sabores para o inverno, o Black Forest Gâteau e o Vanilla Caramel Brownie. Para o lançamento foi investida uma verba de R$ 1,5 milhões, o que inclui anúncios em revistas, comerciais em TV aberta e fechada, além de um merchandising no programa "O Aprendiz", que vai ao ar pela Rede Record. Toda a campanha foi de responsabilidade da TBWABR e a verba total para 2007 é de R$ 4 milhões.

"O nosso objetivo em 2007 é crescer 50% no volume de vendas e o lançamento de novos sabores no inverno faz parte da estratégia da empresa para obter esse resultado", afirma o gerente de marketing da General Mills, Marcos Scaldelai.

Entre os lançamentos da Kibon para o inverno deste ano está a reedição de um clássico, o picolé Napolitano, que reúne os sabores nata, chocolate e morango. Essa mesma versão chega ao pote de dois litros, só que com um apelo festivo, o chocolate vira brigadeiro, o sabor nata transforma-se em beijinho e o morango, bicho de pé.
Além disso, o Magnum ganha a versão Praliné, com amêndoas e gianduia. Na linha Fruttare chega o Frutas Vermelhas a base de leite. A linha Chocolates foi feita especialmente para os consumidores "loucos" por chocolate. Para os "chocólatras", a empresa lança o Três Sabores, que reúne em um só pote os sabores chocolate ao leite, meio amargo e branco.

Com essas novidades, a Kibon tem como objetivo crescer 10% neste inverno, em relação ao mesmo período do ano passado. "No ano, nosso objetivo é ter um incremento de 7% em relação ao ano passado", afirma Bouza, da Kibon.

O mercado de sorvetes tem apresentado crescimento de 8% a 9% ao ano. Um dos trunfos da companhia está na presença em mais de 90 mil pontos-de-venda em todo o Brasil. Para promover os novos sabores serão realizadas diferentes ações nos pontos-de-venda. Segundo dados da AC Nielsen, a Kibon possui uma participação de 52% no mercado em valor e 41% em volume.

Já a Nestlé apostou na manutenção dos lançamentos de verão para o inverno. "Não desenvolvemos novos produtos especificamente para o inverno, mas optamos por manter em linha sabores que lançamentos em edição limitada e que fizeram muito sucesso nos últimos meses", comenta o gerente executivo da unidade de sorvete da Nestlé, Martin Paillot. Entre os sabores de sucesso estão os cones Charge e o picolé Alpino.
Segundo o executivo, a Nestlé chega ao inverno deste ano com 27 produtos a mais do que no ano passado. "Com isso, nossa perspectiva é ter um crescimento de 25% no volume de vendas em relação ao mesmo período do ano passado", conta Paillot.

Correndo por fora, a Sadia apresenta uma extensão da linha Miss Daisy, o Frozen Mousse nos sabores Chocolate com Raspas de Chocolate, Maracujá e Chocolate com Coco. "Trata-se de uma sobremesa pronta, que possui a consistência aerada, dos mousses feitos em casa", comenta o diretor de marketing da Sadia, Gilberto Sampaio. Desta vez, a empresa aposta na embalagem multiuso, um conceito já utilizado pelas de sorvetes.


Fonte: Por Sheila Horvath, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 6

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De

Funcionários da Domino´s Pizza postam vídeo no You Tube e são processados

Dois funcionários irresponsáveis imaginam um vídeo “muito engraçado” usando alimentos e toda sorte de escatologia. O cenário é uma cozinha da pizzaria Domino´s. Pronto, está feito o vídeo que mais chamou a atenção da mídia americana na semana passada. Nele, os dois funcionários se divertem enquanto um espirra na comida, entre outras amostras de higiene pessoal. Tudo isso foi postado no you tube no que eles consideraram “uma grande brincadeira”. O vídeo em questão, agora removido do site, foi visto por mais de 930 mil pessoas em apenas dois dias. (o vídeo já foi removido, mas pode ser conferido em trechos nesta reportagem: http://www.youtube.com/watch?v=eYmFQjszaec ) Mas para os consumidores da rede, é uma grande(síssima) falta de respeito. Restou ao presidente a tarefa de “limpar” a bagunça (e a barra da empresa). Há poucos dias, Patrick Doyle, CEO nos EUA, veio a público e respondeu na mesma moeda. No vídeo de dois minutos no You Tube, Doyle ( http://www.youtube.com/watch?v=7l6AJ49xNS