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Há uma luz no fim do túnel para as Relações Públicas?

A palestra realizada na Abracom me fez refletir: será que existe luz no fim do túnel para a disciplina Comunicação/Relações Públicas num mundo dominado pela Mídia Gerada pelo Consumidor?

A ascenção do novo poder do consumidor cria uma oportunidade única para que as empresas gerenciem reputações. Uma reputação - como bem sabemos - não se cria com Propaganda. Propaganda favorece ao conhecimento da marca ao desejo de consumo, mas reputação é coisa rara, construída com respeito e com diálogo constante da marca com seus stakeholders.

Pois bem, quando falamos de mídia gerada pelo consumidor estamos falando na velha, antiga, mas muito boa ainda comunicação boca-a-boca. A comunicação boca-a-boca até o surgimento da internet era um fenômeno poderoso, mas invisível. Hoje o boca-a-boca ou word of mouth continua poderoso, mas boa parte dele (cerca de 6%) é visível. São comentários em blogs, fotoblogs, sites pessoais, fóruns sobre intenções de compra ou experiências com produtos e serviços.

Com a visibilidade do boca-a-boca se tornam visíveis também os formadores de opinião. Sim, eles sempre existiram. Aquele tio ou tia ou colega de trabalho expert num determinado assunto, a quem você sempre recorre antes de comprar um produto ou serviço. Estes tiozinhos (como diriam meus alunos) se tornaram referência na rede.

Hoje é fácil encontrá-los. Criam comunidades, escrevem blogs, fazem podcasts ou sobem vídeos para o Youtube sobre suas paixões. Alguns dizem que são os novos jornalistas. E aí surgem tentativas de se criarem portais e sites como Minha Notícia ou Você Repórter para aproveitar esta mão de obra gratuita e não sindicalizada de “novos jornalistas”. Um exército de jornalistas equipados com câmeras de vídeo e câmeras digitais.

Bem, você deve estar pensando: mas se a mídia gerada pelo consumidor se consolidar como fenômeno as estratégias para influenciar estes influentials criando reputação positivas para as marcas são um trabalho os relações públicas e profissionais de comunicação. Em termos. Os profissionais de comunicação em geral são tidos como “off-line”, pouco íntimos da pesquisa de mercado e dados estatísticos - requisito para quem quiser analisar a blogosfera, com seus incoming links, influência, relevância entre outras métricas. Outro problema: web é vista hoje como business da área de Propaganda/Marketing da empresa e não como algo para a área de Comunicação/Relações Públicas. Enfim, muita água ainda para correr. Vamos continuar com esta discussão em posts futuros. Por enquanto indico como leitura o blog do Jonathan Carson, CEO da BuzzMetrics, onde ele realiza uma análise SWOT sobre o tema.


Fonte: Por Alessandro Barbosa Lima, in blog.elife.com.br

Comentários

Carol Terra disse…
Eu realmente discordo que as RP não têm espaço em um mundo dominado pelas mídias geradas pelo consumidor. Muito pelo contrário, acredito que o RP possa monitorar as novas mídias e também trabalhar para que tais embaixadores sejam favoráveis à marca, à empresa, ouvindo-os, transformando-os em RPs não vinculados à corporação. Há muito espaço para as RP no mundo web.
Abs,
Carolina Terra
(http://rpalavreando.blogspot.com)

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