Transcrevo aqui a íntegra do artigo "A realidade só existe nas percepções", de autoria de Carlos Alberto Júlio, presidente da HSM do Brasil, publicado esta semana no jornal Gazeta Mercantil. Com muita lucidez, o autor apresenta uma abordagem interessante sobre estratégia e tomada de decisões, onde toda empresa deve escolher o melhor caminho que a leve a alcançar os objetivos desejados, partindo de uma realidade conhecida e estudada, ou seja, toda empresa deve ter uma estratégia definida. Mas a realidade e a definição da estratégia dependem da percepção de quem decide. Muito bom o texto, vale a pena conferir:
"Pergunte a um menino de dez anos qual a diferença entre a camisa do time dele e a de outro qualquer. Seguramente ele pode falar das cores do clube, da performance em campo, das vitórias conquistadas e dos títulos alcançados. Talvez ele não diga o que você esperava ouvir, mas vai responder à pergunta da forma como percebeu aquela informação. Faça a mesma pergunta para mais dez pessoas e terá um número relativo de respostas diferentes.
Recentemente, Willian Ury, consultor de renome internacional e professor de Harvard University, esteve no Brasil e enfatizou que o sucesso das organizações depende da qualidade de suas decisões. Ora, mas a tomada de decisões é um processo interpessoal, envolve pessoas, percepções.
Talvez você esteja se perguntando onde eu quero chegar com tudo isso e posso adiantar que você vai perceber rapidamente qual é o meu objetivo. Assim como nós, seres humanos, somos diferentes e pensamos de formas diferentes, as organizações também são diferentes e pensam diferente a respeito do mercado, da concorrência, de suas estratégias de ações e de cada um de nós. Tão importante quanto os fatos que acontecem em nosso dia-a-dia é a percepção das pessoas com relação a eles. Todos nós temos percepções diferentes. E isso faz parte da nossa realidade.
Assim como para Kotler, marketing e estratégia de negócio são exatamente a mesma coisa, permita-me usar este espaço para falar um pouco de estratégia e compartilhar com você, leitor da Gazeta Mercantil, uma tese pessoal que venho defendendo há muito tempo, na qual afirmo que a realidade só existe a partir das percepções.
O que eu quero dizer é que nossas percepções nem sempre identificam o que os olhos vêem, mas sim a imagem mental que construímos do mundo exterior dentro do nosso interior. E tudo isso tem a ver com os nossos sentimentos, com a forma pela qual estímulos são percebidos pelo nosso corpo, pela nossa mente e respondidos, muitas vezes, pelo nosso coração. O universo tem o retrato que você der para ele, o morango terá o sabor que você sentir ao degustá-lo, aquela música ou filme será agradável se despertar um estímulo dentro de você e aquele perfume inesquecível terá o aroma que a sua mente associar. E tudo isso é único, é seu. Ninguém pode roubar ou imitar.
Poderíamos dizer que as sensações são provocadas por estímulos físicos e as percepções por estímulos psicológicos. Confuso? Nem tanto! Há uma série de bons livros e artigos publicados a respeito das percepções, mas eu gostaria de fazer um paralelo em torno do tema para falar sobre as escolhas que fazemos em nosso dia-a-dia e a relação que elas têm com as estratégias do mercado corporativo.
Para fazer as escolhas certas, para tomar decisões importantes na vida pessoal e profissional, para traçar um caminho rumo à conquista de nossos desejos, é fundamental saber aonde queremos chegar. E é aqui que muitas vezes ficamos indecisos ou criamos conflitos. Olhamos para trás e enxergamos alguns desacertos, olhamos para frente e muitas vezes não conseguimos perceber o que o mundo ou as empresas esperam de nós e não raramente sabemos onde queremos chegar. Não é preciso desistir do objetivo se alguma coisa der errado. Basta redesenhar a rota para alcançá-lo. O fato é que todos nós precisamos ter uma rota, e é por isso que percepções e estratégias podem caminhar juntas neste universo, muitas vezes insípido, incolor e inodoro. Não esqueçamos que são as nossas percepções que o fazem diferente.
A estratégia depende basicamente de saber escolher aonde se quer ir. Alguém já disse que a vida é a arte das escolhas. E como é possível fazer as escolhas certas se muitas vezes não sabemos o que queremos para nós mesmos? Toda empresa deve escolher o caminho que a leve a alcançar os objetivos desejados, partindo de uma realidade conhecida e estudada. Ou seja, toda empresa deve ter estratégia.
A maior virtude da estratégia é permitir que qualquer um, a qualquer momento, possa monitorar e medir o que está fazendo. A razão é simples: tendo estratégia e plano de metas, você já sabe qual é o resultado esperado em todas as suas iniciativas. Estratégia é o caminho para você alcançar, o mais rápido possível, o seu objetivo.
Mas por que devemos ter objetivos? Porque eles fazem as pessoas se mexerem. E, principalmente, porque nos permite mensurar os resultados e saber se estamos andando para frente ou para trás.
Nenhuma boa estratégia nasce por geração espontânea. É preciso que pessoas bem preparadas a elaborem. A nova ordem mundial determina que é preciso fazer planejando, ou sonhar realizando. Mas como fazer tudo isso sem percepção?
Priorizar não tem segredo. É decidir o que vem antes, tanto na linha do tempo como na fila dos recursos. O desafio está em tomar essas decisões. E, como bem disse o nosso amigo e professor Ury, a tomada de decisões é um processo interpessoal, envolve pessoas, percepções.
Nosso mundo é o que construímos para nós. E nossas percepções são frutos do nosso passado. São elas que constroem as páginas de nossas vidas, são as molas propulsoras do que seremos amanhã. Porque a realidade só existe nas percepções. Tudo na vida é percepção. Conseguiu perceber?"
Fonte: Por Carlos Alberto Júlio, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 9
"Pergunte a um menino de dez anos qual a diferença entre a camisa do time dele e a de outro qualquer. Seguramente ele pode falar das cores do clube, da performance em campo, das vitórias conquistadas e dos títulos alcançados. Talvez ele não diga o que você esperava ouvir, mas vai responder à pergunta da forma como percebeu aquela informação. Faça a mesma pergunta para mais dez pessoas e terá um número relativo de respostas diferentes.
Recentemente, Willian Ury, consultor de renome internacional e professor de Harvard University, esteve no Brasil e enfatizou que o sucesso das organizações depende da qualidade de suas decisões. Ora, mas a tomada de decisões é um processo interpessoal, envolve pessoas, percepções.
Talvez você esteja se perguntando onde eu quero chegar com tudo isso e posso adiantar que você vai perceber rapidamente qual é o meu objetivo. Assim como nós, seres humanos, somos diferentes e pensamos de formas diferentes, as organizações também são diferentes e pensam diferente a respeito do mercado, da concorrência, de suas estratégias de ações e de cada um de nós. Tão importante quanto os fatos que acontecem em nosso dia-a-dia é a percepção das pessoas com relação a eles. Todos nós temos percepções diferentes. E isso faz parte da nossa realidade.
Assim como para Kotler, marketing e estratégia de negócio são exatamente a mesma coisa, permita-me usar este espaço para falar um pouco de estratégia e compartilhar com você, leitor da Gazeta Mercantil, uma tese pessoal que venho defendendo há muito tempo, na qual afirmo que a realidade só existe a partir das percepções.
O que eu quero dizer é que nossas percepções nem sempre identificam o que os olhos vêem, mas sim a imagem mental que construímos do mundo exterior dentro do nosso interior. E tudo isso tem a ver com os nossos sentimentos, com a forma pela qual estímulos são percebidos pelo nosso corpo, pela nossa mente e respondidos, muitas vezes, pelo nosso coração. O universo tem o retrato que você der para ele, o morango terá o sabor que você sentir ao degustá-lo, aquela música ou filme será agradável se despertar um estímulo dentro de você e aquele perfume inesquecível terá o aroma que a sua mente associar. E tudo isso é único, é seu. Ninguém pode roubar ou imitar.
Poderíamos dizer que as sensações são provocadas por estímulos físicos e as percepções por estímulos psicológicos. Confuso? Nem tanto! Há uma série de bons livros e artigos publicados a respeito das percepções, mas eu gostaria de fazer um paralelo em torno do tema para falar sobre as escolhas que fazemos em nosso dia-a-dia e a relação que elas têm com as estratégias do mercado corporativo.
Para fazer as escolhas certas, para tomar decisões importantes na vida pessoal e profissional, para traçar um caminho rumo à conquista de nossos desejos, é fundamental saber aonde queremos chegar. E é aqui que muitas vezes ficamos indecisos ou criamos conflitos. Olhamos para trás e enxergamos alguns desacertos, olhamos para frente e muitas vezes não conseguimos perceber o que o mundo ou as empresas esperam de nós e não raramente sabemos onde queremos chegar. Não é preciso desistir do objetivo se alguma coisa der errado. Basta redesenhar a rota para alcançá-lo. O fato é que todos nós precisamos ter uma rota, e é por isso que percepções e estratégias podem caminhar juntas neste universo, muitas vezes insípido, incolor e inodoro. Não esqueçamos que são as nossas percepções que o fazem diferente.
A estratégia depende basicamente de saber escolher aonde se quer ir. Alguém já disse que a vida é a arte das escolhas. E como é possível fazer as escolhas certas se muitas vezes não sabemos o que queremos para nós mesmos? Toda empresa deve escolher o caminho que a leve a alcançar os objetivos desejados, partindo de uma realidade conhecida e estudada. Ou seja, toda empresa deve ter estratégia.
A maior virtude da estratégia é permitir que qualquer um, a qualquer momento, possa monitorar e medir o que está fazendo. A razão é simples: tendo estratégia e plano de metas, você já sabe qual é o resultado esperado em todas as suas iniciativas. Estratégia é o caminho para você alcançar, o mais rápido possível, o seu objetivo.
Mas por que devemos ter objetivos? Porque eles fazem as pessoas se mexerem. E, principalmente, porque nos permite mensurar os resultados e saber se estamos andando para frente ou para trás.
Nenhuma boa estratégia nasce por geração espontânea. É preciso que pessoas bem preparadas a elaborem. A nova ordem mundial determina que é preciso fazer planejando, ou sonhar realizando. Mas como fazer tudo isso sem percepção?
Priorizar não tem segredo. É decidir o que vem antes, tanto na linha do tempo como na fila dos recursos. O desafio está em tomar essas decisões. E, como bem disse o nosso amigo e professor Ury, a tomada de decisões é um processo interpessoal, envolve pessoas, percepções.
Nosso mundo é o que construímos para nós. E nossas percepções são frutos do nosso passado. São elas que constroem as páginas de nossas vidas, são as molas propulsoras do que seremos amanhã. Porque a realidade só existe nas percepções. Tudo na vida é percepção. Conseguiu perceber?"
Fonte: Por Carlos Alberto Júlio, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 9
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