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Assuntos corporativos não entram em casa

Compartilhar as vidas familiar e profissional nem sempre é sinônimo de harmonia. O convívio intenso pode gerar desgastes. Mas os empresários Marcelo e Sandra Schulman, respectivamente, presidente e vice-presidente da empresa de cosméticos Vita Derm, criaram uma estratégia para lidar com os inevitáveis atritos: evitam falar de trabalho em casa.

Para Marcelo, a separação dos assuntos pessoais dos profissionais ajuda a manter uma visão adequada sobre os desafios corporativos. "Você precisa se afastar do dia-a-dia da empresa para observar de longe a situação e, assim, encontrar soluções. Não adianta se envolver o tempo todo, pois haverá perda de clareza."

A afirmação baseia-se nas experiências de 24 anos de vida empresarial conjunta. Marcelo e Sandra se casaram em 1983 e criaram a Vita Derm - na época, uma farmácia de manipulação - no ano seguinte. Atualmente, a empresa tem 300 pontos-de-venda, somando franquias e não-franqueados. Fora do Brasil, há lojas em Portugal, Estados Unidos, Alemanha, Espanha, Inglaterra e Japão, entre outros países.

Mas a resolução de não falar sobre negócios em casa não é irrevogável. Além disso, foi uma idéia que amadureceu com o passar dos anos. "Claro que, às vezes, alguns assuntos sobre os negócios surgem [em casa]", comenta Marcelo. "Com o tempo percebemos que era melhor separar os assuntos para evitar prejuízos na vida pessoal e na saúde da empresa", comenta Marcelo.

Soma de talentos
Na avaliação de ambos, o trabalho conjunto é benéfico. Se, por um lado, a situação pode gerar estresse, às vezes também pode evitá-lo. Além disso, a soma dos talentos ajuda a conduzir os dois lados da vida do casal. "Somos diferentes. Ele é empreendedor, eu sou mais cuidadosa e integradora. E, às vezes, é necessário dar uma freada nele", argumenta Sandra.

Marcelo admite que costuma se dedicar intensamente à empresa, trabalhando, muitas vezes, até 18 horas seguidas. "As pessoas acham que sou exagerado, mas o fato é que gosto de ver os resultados, as coisas funcionando e de pensar a equipe como um todo", revela. "Ele respira a empresa mesmo, e eu também. Mas sou um contraponto, para dividir um pouco as coisas e ter o lado de lazer e da família", finaliza Sandra.


Fonte: Por João Paulo Freitas, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 11

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