Imagine como seria o mundo se as pessoas mudassem de cor, conforme fossem evoluindo, dependendo de sua maneira de pensar, agir e de seu sistema de valores. Um advogado conservador poderia ser azul, um empresário de sucesso, laranja. Todos teríamos momentos de roxo ou vermelho, ao torcer de forma vibrante por um time de futebol, e nos tornaríamos verdes ao fazer uma aula de ioga, e mais verdes ainda se nos envolvêssemos com causas relacionadas à ecologia. Pois existe uma teoria de desenvolvimento que mapeia a complexidade humana e usa cores para caracterizar os oito níveis de consciência que marcam nossa subsistência e existência. Essa teoria chama-se Dinâmica da Espiral e está sendo aplicada em empresas como Southwest Airlines e IBM, pois ajuda a fazer um diagnóstico da cultura da companhia e a mapear diferenças internas.
A Dinâmica da Espiral tem um mentor, o professor Don Edward Beck, um ph.D. de 71 anos, fundador do International Institute of Values and Culture e presidente do The Spiral Dynamics Group. Baseado na constatação de que existem padrões na evolução da consciência humana, Beck identificou oito valores que se tornaram a base da teoria e lhes atribuiu cores. Os mesmos princípios se aplicam para uma pessoa ou para toda uma sociedade.
O primeiro nível da espiral, segundo Beck, é o da subsistência e o segundo é o da existência em si, quando os problemas essenciais já estão resolvidos e nos lançamos num processo de colaborar com o mundo que nos cerca. Beck considera que, a partir disso, a espiral é infinita, e existem níveis de consciência que ainda estariam por vir, ligados ao futuro da humanidade.
As pessoas sobem ou descem nessa espiral da consciência, dependendo das crises pessoais que enfrentam e das crises sociais que afetam sua comunidade ou seu país. Assim, no primeiro nível, da subsistência, podemos ser beges (instintivos, preocupados apenas com a sobrevivência), roxos (tribais), vermelhos (impulsivos, egocêntricos e violentos), azuis (conservadores e organizados), laranjas (materialistas, racionais e competitivos) ou verdes (comunitários, igualitários e ecológicos). Já quando passamos para o segundo nível, o existencial, a escala de cores varia entre o amarelo (interativos e criativos, individualizados, mas com visão do todo) e o turquesa (holísticos, preocupados com a mente e o espírito). Segundo Beck, apenas o dalailama pode ser considerado hoje um turquesa legítimo.
No decorrer da vida, todas essas características vão sendo incorporadas, como nas matrioskas, as bonecas russas que guardam em si várias pequenas bonecas, uma dentro da outra. Podemos, assim, ser um verde que, subitamente, vira vermelho ao defender a segurança da família; ou um funcionário azul que, insatisfeito, resolve partir para carreira-solo, tornando-se laranja. Segundo a teoria, as melhores secretárias seriam as azuis, e os melhores managers, os laranjas. Publicitários amarelos seriam mais criativos.
O conceito básico da Dinâmica da Espiral está centrado no fato de que a natureza humana não é fixada quando nascemos. Pelo contrário. Temos a capacidade de construirnovos mundos conceituais. Baseada na teoria do desenvolvimento humano proposta pelo professor de psicologia Clare Graves, a Dinâmica da Espiral afirma que todos possuímos uma inteligência adaptável e complexa, que se desenvolve em resposta às condições de vida e aos desafios a ser enfrentados. Onde está o foco da vida, lá estarão também, latentes, os mecanismos e a inteligência coletiva, que Beck chama de mêmes. Esse termo foi cunhado pela primeira vez pelo biólogo e filósofo inglês Richard Dawkins. Como os genes, os vírus e as bactérias, os mêmes respondem ao princípio básico do Universo, que é a capacidade de renovação e regeneração. Cada même que se sucede contém um horizonte mais amplo, uma organização mais complexa, com novas prioridades, objetivos e bottom lines. Como um código genético, o même tem um DNA bio-psico-social-espiritual, que se espalha pelas culturas e tem um papel em todas as áreas de expressão, formando códigos de sobrevivência, modos de vida e sensos distintos de comunidade. As culturas, assim como os países, são formadas por mêmes, ou sistemas de valores.
Mas por que a teoria usa a forma de uma espiral? Do DNA às galáxias, tudo tem forma espiralada no Universo. Assim, a Dinâmica da Espiral determina que a evolução humana pode ser representada na forma de uma estrutura dinâmica, como uma espiral ascendente, que mapeia o sistema de pensamento conforme ele atinge cada vez mais altos níveis de complexidade.
GESTÃO LARANJA
Membro da American Psychological Association, Don Beck lidera um time de 26 colaboradores em dez países. Fundou, com o filósofo americano Ken Wilber, o Integral Studies Institute. Trabalha com instituições, empresas e governos que querem usar a teoria para interpretar e resolver problemas estruturais. Já prestou consultoria para o governo de Tony Blair, na Inglaterra, e colaborou com grandes bancos e empresas de energia, de tecnologia e agências governamentais. Quando esteve no Brasil ,Beck recomendou ao país perseguir empregos azuis e trabalhar par ter uma administração laranja com visão verde. “As escolas ensinam o que pensar, e não como pensar. Precisamos desenvolver uma inteligência que possa refletir a complexidade do mundo de hoje”, disse Beck a Época NEGÓCIOS. Ele formulou cinco ideais que servempara empresas, governos e pessoas. São eles: 1) ter propósito nobre em relação à vida; 2) buscar a elegância e a funcionalidade; 3) entender que lucro é, sim, importante; 4) não se descuidar da responsabilidade social; e 5)apostarnaecologia.
DINÂMICA DA ESPIRAL


Fonte: Por Mirna Grzich, in epocanegocios.globo.com
A Dinâmica da Espiral tem um mentor, o professor Don Edward Beck, um ph.D. de 71 anos, fundador do International Institute of Values and Culture e presidente do The Spiral Dynamics Group. Baseado na constatação de que existem padrões na evolução da consciência humana, Beck identificou oito valores que se tornaram a base da teoria e lhes atribuiu cores. Os mesmos princípios se aplicam para uma pessoa ou para toda uma sociedade.
O primeiro nível da espiral, segundo Beck, é o da subsistência e o segundo é o da existência em si, quando os problemas essenciais já estão resolvidos e nos lançamos num processo de colaborar com o mundo que nos cerca. Beck considera que, a partir disso, a espiral é infinita, e existem níveis de consciência que ainda estariam por vir, ligados ao futuro da humanidade.
As pessoas sobem ou descem nessa espiral da consciência, dependendo das crises pessoais que enfrentam e das crises sociais que afetam sua comunidade ou seu país. Assim, no primeiro nível, da subsistência, podemos ser beges (instintivos, preocupados apenas com a sobrevivência), roxos (tribais), vermelhos (impulsivos, egocêntricos e violentos), azuis (conservadores e organizados), laranjas (materialistas, racionais e competitivos) ou verdes (comunitários, igualitários e ecológicos). Já quando passamos para o segundo nível, o existencial, a escala de cores varia entre o amarelo (interativos e criativos, individualizados, mas com visão do todo) e o turquesa (holísticos, preocupados com a mente e o espírito). Segundo Beck, apenas o dalailama pode ser considerado hoje um turquesa legítimo.
No decorrer da vida, todas essas características vão sendo incorporadas, como nas matrioskas, as bonecas russas que guardam em si várias pequenas bonecas, uma dentro da outra. Podemos, assim, ser um verde que, subitamente, vira vermelho ao defender a segurança da família; ou um funcionário azul que, insatisfeito, resolve partir para carreira-solo, tornando-se laranja. Segundo a teoria, as melhores secretárias seriam as azuis, e os melhores managers, os laranjas. Publicitários amarelos seriam mais criativos.
O conceito básico da Dinâmica da Espiral está centrado no fato de que a natureza humana não é fixada quando nascemos. Pelo contrário. Temos a capacidade de construirnovos mundos conceituais. Baseada na teoria do desenvolvimento humano proposta pelo professor de psicologia Clare Graves, a Dinâmica da Espiral afirma que todos possuímos uma inteligência adaptável e complexa, que se desenvolve em resposta às condições de vida e aos desafios a ser enfrentados. Onde está o foco da vida, lá estarão também, latentes, os mecanismos e a inteligência coletiva, que Beck chama de mêmes. Esse termo foi cunhado pela primeira vez pelo biólogo e filósofo inglês Richard Dawkins. Como os genes, os vírus e as bactérias, os mêmes respondem ao princípio básico do Universo, que é a capacidade de renovação e regeneração. Cada même que se sucede contém um horizonte mais amplo, uma organização mais complexa, com novas prioridades, objetivos e bottom lines. Como um código genético, o même tem um DNA bio-psico-social-espiritual, que se espalha pelas culturas e tem um papel em todas as áreas de expressão, formando códigos de sobrevivência, modos de vida e sensos distintos de comunidade. As culturas, assim como os países, são formadas por mêmes, ou sistemas de valores.
Mas por que a teoria usa a forma de uma espiral? Do DNA às galáxias, tudo tem forma espiralada no Universo. Assim, a Dinâmica da Espiral determina que a evolução humana pode ser representada na forma de uma estrutura dinâmica, como uma espiral ascendente, que mapeia o sistema de pensamento conforme ele atinge cada vez mais altos níveis de complexidade.
GESTÃO LARANJA
Membro da American Psychological Association, Don Beck lidera um time de 26 colaboradores em dez países. Fundou, com o filósofo americano Ken Wilber, o Integral Studies Institute. Trabalha com instituições, empresas e governos que querem usar a teoria para interpretar e resolver problemas estruturais. Já prestou consultoria para o governo de Tony Blair, na Inglaterra, e colaborou com grandes bancos e empresas de energia, de tecnologia e agências governamentais. Quando esteve no Brasil ,Beck recomendou ao país perseguir empregos azuis e trabalhar par ter uma administração laranja com visão verde. “As escolas ensinam o que pensar, e não como pensar. Precisamos desenvolver uma inteligência que possa refletir a complexidade do mundo de hoje”, disse Beck a Época NEGÓCIOS. Ele formulou cinco ideais que servempara empresas, governos e pessoas. São eles: 1) ter propósito nobre em relação à vida; 2) buscar a elegância e a funcionalidade; 3) entender que lucro é, sim, importante; 4) não se descuidar da responsabilidade social; e 5)apostarnaecologia.
DINÂMICA DA ESPIRAL


Fonte: Por Mirna Grzich, in epocanegocios.globo.com
Comentários
Esta miscelânia de "mundos" e de "visões e expectativas" distintas confere ao nosso planeta múltiplas dimensões e desenhos da realidade humana.
O tema foi pela primeira vez abordado pelo professor de psicologia americano Clare W. Graves, nos anos 60, tendo sido posteriormente desenvolvido por Don Edward Beck e Christopher C. Cowan. Actualmente, nomes como Ken Wilber, uma das mentes mais brilhantes do nosso tempo, adoptaram o seu modelo de compreensão do mundo. Dois livros se destacam pelos seus contributos decisivos no seu esclarecimento e promoção: Spiral Dynamics, de Beck e Cowan (1996) e A Theory of Everything, de Ken Wilber (2002), publicados em Portugal respectivamente pelo Instituto Piaget e pela Editora Estrela Polar.
Os 9 estágios da evolução humana
Baseados no trabalho pioneiro de Clare Graves, Beck e Cowan propuseram um modelo de desenvolvimento humano que, devido à sua configuração, recebeu o nome de Dinâmica da Espiral. Este modelo tem sido validado e não refutado por diferentes pesquisas. Segundo este modelo, o ser humano nasce no estádio 1 e pode evoluir até ao estádio 9 dependendo essa evolução de múltiplos factores psicológicos, culturais e sociais. Escreveu Graves: "é um processo espiralado, emergente, oscilante, marcado por uma progressiva subordinação de sistemas de comportamento mais antigos e de ordem inferior a sistemas mais recentes, de ordem superior, que ocorre à medida que os problemas existenciais de um indivíduo se alteram".
A existência humana, segundo Graves, contem numerosos, provavelmente infinitos, modos de ser, enraizados precisamente nos imensos potenciais do cérebro hierarquicamente estruturado da humanidade. Mas a dinâmica humana faz com que diferentes indivíduos estejam a viver em diferentes níveis de percepção, visões do mundo e estilos de vida. Num mesmo país, numa mesma rua, encontramos indivíduos cujo estádio de desenvolvimento se distingue dos seus vizinhos, se bem que a tendência seja para se agruparem em função da partilha dos mesmos sistemas de crenças, valores e níveis de existência.
Assim, cada um dos sucessivos estádios, ondas ou níveis de existência é uma condição pela qual as pessoas passam no seu percurso rumo a estádios de existência distintos, com psicologias próprias e ajustadas a cada nível: sentimentos, motivações, ética e valores, bioquímica, grau de activação neurológica, sistema de aprendizagem, sistemas de crenças, conceito de saúde mental, conceitos e preferências relativamente a negócios, educação, economia e teoria e prática políticas (Graves,1984).
www.rosangelacastro.psc.br
se você quiser saber mais sobre o assunto.