Transcrevo aqui a íntegra do artigo "O lado holístico da comunicação", escrito por Eduardo Pugnali, colunista do Portal Imprensa. Essa visão, da qual compartilho, demonstra que os profissionais de comunicação precisam ir além, conhecer o todo, ter visão sistêmica e estratégica, ao invés de focar na especificidade. Vale a pena ler e refletir.
"A partir dessa semana vou começar a fazer alguns textos baseados em pequenas entrevistas que estou tendo com alguns profissionais de comunicação. Nessa lista estão incluídos desde executivos de comunicação de multinacionais, presidentes de agências, professores e gente renomada que tem algo para falar.
A grande pergunta que fiz para eles é: qual o diferencial de um profissional de comunicação hoje? Sem dúvida uma pergunta difícil e por isso fui buscar ajuda, pois tenho escrito bastante sobre isso nos últimos meses, algumas vezes de forma direta e outras indireta, mas senti que estava na hora de ouvir um pouco mais, para tentar achar uma direção e mais conteúdo.
O que precisamos saber para entregarmos um trabalho de primeira linha para um cliente ou empresa? Que formação precisamos ter? A tecnologia muda isso? Enfim, essas são algumas perguntas para as quais estou querendo resposta e por isso fui a campo.
Nessa primeira coluna, conversei com Yara Peres, sócia e vice-presidente do Grupo CDN, uma das mais importantes agências de comunicação do País. Formada em jornalismo, publicidade e propaganda, atua há 20 anos como consultora na área de comunicação corporativa. Além disso, ela mantém um blog muito interessante.
Muito simpática, ela me atendeu por telefone e após ouvir meus questionamentos foi muito enfática dizendo: "o que vou dizer não é um termo muito bonito, mas representa exatamente o que falta no mercado de comunicação de hoje, faltam profissionais holísticos no mercado". Agora, não se assuste. O que ela quer dizer não é nada zen ou de outra dimensão. Depois que conversei com ela, procurei uma exata explicação do termo (Santo Google!).
O termo vem do grego "holos", que é igual ao todo, Holístico é um termo que ao mesmo tempo indica uma tendência de ver o todo além das partes. Na pesquisa que fiz percebi que essa palavra tem ganhado cada vez mais áreas, que passam pela filosofia, teologia, educação, ecologia, economia, e demais domínios do conhecimento humano.
É óbvio que essa visão também tem que cair na comunicação, mas pelo visto poucos andam aplicando essa percepção macro. Ainda no bate-papo com a Yara, ela explicou melhor o que anda acontecendo, "os profissionais de hoje são muito bons em manusear ferramentas, um é bom para fazer newsletter, outro é bom no Excel, outro é bom em treinamento, mas todos cometem o mesmo erro: só sabem usar ferramentas, nunca enxergam além do que está à sua frente".
Para ela esse comportamento míope é conseqüência da falta de formação e solidez de cada um. "As universidades estão muito ruins, pois não há uma visão humanista que estude a psicologia, sociologia e outras áreas do conhecimento humano de forma profunda e ligada à comunicação", explica. O que ela diz aqui, agora na minha opinião, é o que separa os bons dentro do mercado, pois só quem tem uma visão mais profunda da dinâmica humana é capaz de entregar algo ao cliente além do que é demandando.
O que adianta produzir cem press-releases por mês, sendo que, por exemplo, a comunicação interna não está adequada dentro de uma empresa? E pior, sem o conhecimento de humanas, não é possível nem perceber os sutis e tênues movimentos políticos, comportamentais e sociais dentro de uma organização. Se um comunicador não tem esse faro, sua função torna-se meramente burocrática e mecânica. A pessoa torna-se uma máquina de executar tarefas, sem questionar ou melhorar seu desempenho.
Já no fim da conversa, ainda falando das questões humanistas e da parte de formação acadêmica, ela citou o termo comunicólogo para definir um profissional completo e não apenas aquele cidadão que se formou em Comunicação Social. Esse seria o ideal para aquele indivíduo que realmente exerce o seu saber de entender e comunicar duas pontas. Acho que vale pensar nesses termos e ver se realmente estamos honrando essa denominação que adquirimos depois de alguns anos na faculdade.
Para finalizar a coluna de hoje, a impressão que fica é que anda faltando gente usando tutano na hora de trabalhar. Que há profissionais bons isso há, mas são poucos que estão indo além. Tá na hora de refletir sobre isso e nos movimentarmos para mudar isso desde o início, lá nos bancos das escolas, para depois chegarmos com segurança na frente da mesa do cliente com uma bela solução de comunicação".
Fonte: Por Eduardo Pugnali, in portalimprensa.uol.com.br
"A partir dessa semana vou começar a fazer alguns textos baseados em pequenas entrevistas que estou tendo com alguns profissionais de comunicação. Nessa lista estão incluídos desde executivos de comunicação de multinacionais, presidentes de agências, professores e gente renomada que tem algo para falar.
A grande pergunta que fiz para eles é: qual o diferencial de um profissional de comunicação hoje? Sem dúvida uma pergunta difícil e por isso fui buscar ajuda, pois tenho escrito bastante sobre isso nos últimos meses, algumas vezes de forma direta e outras indireta, mas senti que estava na hora de ouvir um pouco mais, para tentar achar uma direção e mais conteúdo.
O que precisamos saber para entregarmos um trabalho de primeira linha para um cliente ou empresa? Que formação precisamos ter? A tecnologia muda isso? Enfim, essas são algumas perguntas para as quais estou querendo resposta e por isso fui a campo.
Nessa primeira coluna, conversei com Yara Peres, sócia e vice-presidente do Grupo CDN, uma das mais importantes agências de comunicação do País. Formada em jornalismo, publicidade e propaganda, atua há 20 anos como consultora na área de comunicação corporativa. Além disso, ela mantém um blog muito interessante.
Muito simpática, ela me atendeu por telefone e após ouvir meus questionamentos foi muito enfática dizendo: "o que vou dizer não é um termo muito bonito, mas representa exatamente o que falta no mercado de comunicação de hoje, faltam profissionais holísticos no mercado". Agora, não se assuste. O que ela quer dizer não é nada zen ou de outra dimensão. Depois que conversei com ela, procurei uma exata explicação do termo (Santo Google!).
O termo vem do grego "holos", que é igual ao todo, Holístico é um termo que ao mesmo tempo indica uma tendência de ver o todo além das partes. Na pesquisa que fiz percebi que essa palavra tem ganhado cada vez mais áreas, que passam pela filosofia, teologia, educação, ecologia, economia, e demais domínios do conhecimento humano.
É óbvio que essa visão também tem que cair na comunicação, mas pelo visto poucos andam aplicando essa percepção macro. Ainda no bate-papo com a Yara, ela explicou melhor o que anda acontecendo, "os profissionais de hoje são muito bons em manusear ferramentas, um é bom para fazer newsletter, outro é bom no Excel, outro é bom em treinamento, mas todos cometem o mesmo erro: só sabem usar ferramentas, nunca enxergam além do que está à sua frente".
Para ela esse comportamento míope é conseqüência da falta de formação e solidez de cada um. "As universidades estão muito ruins, pois não há uma visão humanista que estude a psicologia, sociologia e outras áreas do conhecimento humano de forma profunda e ligada à comunicação", explica. O que ela diz aqui, agora na minha opinião, é o que separa os bons dentro do mercado, pois só quem tem uma visão mais profunda da dinâmica humana é capaz de entregar algo ao cliente além do que é demandando.
O que adianta produzir cem press-releases por mês, sendo que, por exemplo, a comunicação interna não está adequada dentro de uma empresa? E pior, sem o conhecimento de humanas, não é possível nem perceber os sutis e tênues movimentos políticos, comportamentais e sociais dentro de uma organização. Se um comunicador não tem esse faro, sua função torna-se meramente burocrática e mecânica. A pessoa torna-se uma máquina de executar tarefas, sem questionar ou melhorar seu desempenho.
Já no fim da conversa, ainda falando das questões humanistas e da parte de formação acadêmica, ela citou o termo comunicólogo para definir um profissional completo e não apenas aquele cidadão que se formou em Comunicação Social. Esse seria o ideal para aquele indivíduo que realmente exerce o seu saber de entender e comunicar duas pontas. Acho que vale pensar nesses termos e ver se realmente estamos honrando essa denominação que adquirimos depois de alguns anos na faculdade.
Para finalizar a coluna de hoje, a impressão que fica é que anda faltando gente usando tutano na hora de trabalhar. Que há profissionais bons isso há, mas são poucos que estão indo além. Tá na hora de refletir sobre isso e nos movimentarmos para mudar isso desde o início, lá nos bancos das escolas, para depois chegarmos com segurança na frente da mesa do cliente com uma bela solução de comunicação".
Fonte: Por Eduardo Pugnali, in portalimprensa.uol.com.br
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