Pular para o conteúdo principal

Na visão de Al Ries estratégias de massa estão obsoletas

Al Ries, uma das maiores autoridades mundiais do marketing em todos os tempos, participou nesta terça-feira (13/11) de um evento organizado pela Lamac (Latin American Multichannel Advertising Council), em conjunto com a ABA (Associação Brasileira de Anunciantes). Foi a primeira vez que as entidades uniram esforços para a realização de um evento e, em virtude das mudanças que estão acontecendo na atividade de comunicação, a pauta do encontro não poderia ser mais apropriado: “O poder da segmentação – atingindo quem importa”.

Para quem ainda tem dúvidas sobre a necessidade de se repensar as estratégias que vêm sendo adotadas para impactar o consumidor, Ries foi categórico ao defender que hoje é obsoleta a idéia de que é possível empregar uma grande campanha publicitária para alavancar resultados de massa no curto prazo. No passado, até existia essa possibilidade, porque tínhamos menos mensagens publicitárias e também menos concorrentes em todos os setores. Como argumentou o especialista, o desafio atual para os anunciantes e suas parceiras na área de comunicação, então, é atingir alguém que conta, ou seja, quem possa propagar a mensagem, uma vez que o meio que tem se mostrado mais poderoso no novo ambiente é o boca-a-boca. “As marcas hoje precisam de idéias que se transformem em recomendação, mas ninguém consegue defender algo com eficiência se não tiver foco”, salientou.

A necessidade de foco não é privilégio da área de comunicação. Na opinião de Ries, o conceito é fundamental também na definição do modelo de negócio. Para ilustrar, ele lembrou, entre outros, o caso das empresas de aviação norte-americanas, que em determinado momento acreditaram que poderiam “atirar” para todos os lados, atuando em vários segmentos. A situação hoje é bem ruim para praticamente todos os grandes players do setor, com exceção da Southwest, que direcionou seus esforços para um serviço específico.

Ries não acredita, igualmente, na estratégia de expansão das marcas, a não ser que se opte pela criação de uma segunda marca, única forma, na sua avaliação, de não enfraquecer a força e o poder de persuasão das marcas centrais.

Para quem considera que o ritmo frenético das mudanças no campo tecnológico deve ser empregado na gestão dos negócios, o especialista alertou: mais do que nunca, é preciso paciência no desenvolvimento das estratégias de marketing, uma vez que sucessos dependem de tempo, de trabalho consistente, realizado a longo prazo.

Em sua 25ª visita ao Brasil, país ao qual vem regularmente desde 1976, Ries deixou um alerta importante para nossos empresários, lembrando que não existe nação bem-sucedida economicamente sem a construção de marcas globais. Nesse terreno, o Brasil já perdeu excelentes oportunidades, como no caso do café, uma vez que não conseguiu fazer prevalecer sua posição de maior produtor para galgar espaços mais privilegiados no mercado internacional. “Há tempos defendo que deveria haver ações mais efetivas nesse sentido”, advertiu.


Fonte: Por Tania Trajano, in www.portaldapropaganda.com

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su...

Funcionários da Domino´s Pizza postam vídeo no You Tube e são processados

Dois funcionários irresponsáveis imaginam um vídeo “muito engraçado” usando alimentos e toda sorte de escatologia. O cenário é uma cozinha da pizzaria Domino´s. Pronto, está feito o vídeo que mais chamou a atenção da mídia americana na semana passada. Nele, os dois funcionários se divertem enquanto um espirra na comida, entre outras amostras de higiene pessoal. Tudo isso foi postado no you tube no que eles consideraram “uma grande brincadeira”. O vídeo em questão, agora removido do site, foi visto por mais de 930 mil pessoas em apenas dois dias. (o vídeo já foi removido, mas pode ser conferido em trechos nesta reportagem: http://www.youtube.com/watch?v=eYmFQjszaec ) Mas para os consumidores da rede, é uma grande(síssima) falta de respeito. Restou ao presidente a tarefa de “limpar” a bagunça (e a barra da empresa). Há poucos dias, Patrick Doyle, CEO nos EUA, veio a público e respondeu na mesma moeda. No vídeo de dois minutos no You Tube, Doyle ( http://www.youtube.com/watch?v=7l6AJ49xNS...

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De...