A idéia do C&CRM, Community and Custumer Relationship Management, conclusão do meu último artigo já está fazendo algum tipo de eco e muito positivo. Quando comento o assunto as pessoas falam espontaneamente que o marketing individual talvez já esteja ultrapassado e que o marketing para comunidades pode ser muito mais poderoso.
Alguns especialistas em comportamento do consumidor dizem que é muito mais rápido e fácil um indivíduo decidir pela compra quando ele tem por perto um influenciador.
O ser humano sente-se mais seguro quando tem semelhantes ao seu redor, não apenas de outros grupos de indivíduos, mas também de idéias e ele procura sempre estar junto de coisas e símbolos que representem a sua personalidade e crenças.
E ao meu ver essa é a mola propulsora da propaganda. Nós usamos símbolos para representar informações e mensagens relativas aos nossos produtos, os quais fazem sentido a grupos específicos de pessoas que se afiliam rapidamente à idéia e, muitas vezes, com confiança cega.
Acontece que as comunidades estão cada vez mais nos colocando,profissionais de marketing, em xeque. Elas estão se organizando em torno de nossas marcas e se antecipando em formar suas próprias percepções e opiniões a respeito delas e, às vezes, até de forma independente da influência da marca, por mais influência que tentemos colocar com nossos anúncios.
Estive recentemente nos Estados Unidos e passei uma tarde na internet à procura de um hotel para estudantes. Logo me interessei por um que parecia conveniente pela sua localização. O site mostrava fotos dos apartamentos e descrevia os serviços de forma bastante convincente e a relação entre custo e benefício era irresistível. Antes de ir ao local fechar negócio, resolvi por indicação de amigos americanos, entrar nas listas de discussões sobre hotéis em San Francisco para saber o que eles diziam desse especificamente. Os americanos são fanáticos por listas, não fazem nada sem antes pesquisar a experiência de outrem.
A lista apontava o hotel como ótimo em termos de localização, mas dizia que as fotos no site não condiziam com a realidade e que poderia haver carrapatos (fato comum nos hotéis estudantis de San Francisco), além de que alguns quartos recebiam um barulho infernal da rua. Achei aquilo incrível, pois fazia todo sentido, até pela questão do preço, local, etc. Resolvi comprovar.
Quando cheguei ao hotel, todas as informações da lista foram comprovadas. Nesse momento tudo que eu sempre pensei sobre propaganda passou a não fazer mais sentido. Naquele momento não me enxerguei mais comprando nada sem antes passar pelas listas.
Mesmo que o anúncio do produto me parecesse muito convincente, a questão não é que deixamos de confiar nas marcas e seus anúncios, mas sim que acreditaremos 100 vezes mais nas opiniões das comunidades. É inevitável!
Isto nos coloca, profissionais de marketing, definitivamente em xeque. Hoje são quase 500 milhões de pessoas em todo o mundo que visitam sites de relacionamento, 50% do internautas, sendo que no Brasil são quase 80% dos usuários em redes sociais.
O marketing precisa começar a ser feito para essas comunidades, elas formam opinião e influenciam positiva e negativamente. O marketing precisa quebrar paradigma da propaganda deja-vu, falar de forma simples e direta assim como é a linguagem das comunidades.
A idéia é passar a monitorar as listas, valorizar aquilo que o seu negócio tem de bom, melhorar aquilo que a comunidade está criticando e que de fato faz a diferença e não tentar tapar o sol com a peneira.
Se é comum ter carrapatos nos hotéis e os estudantes repudiam isto, foque nesse ponto, combata-os, diga no seu site e espalhe nas comunidades que além de uma ótima localização, seu hotel é o único da região com sistema 'anti-carrapatos', talvez o seu diferencial esteja aí e não na falsa ilusão do quarto super luxuoso. Estudantes querem praticidade, preço bom e segurança, além de rejeitarem os hotéis com carrapatos. E eu posso garantir que as comunidades elogiariam muito mais esse tipo de comunicação do que a feita no seu site e, é claro, transfeririam mais credibilidade a sua marca.
Para concluir, recentemente a Almap BBDO fez um anúncio na Veja dizendo que os profetas da atualidade que dizem que a propaganda vai morrer irão morrer antes da propaganda e que o formato atual dessa para sempre existirá. Concordo em partes. Mas se eu fosse a Almap, ficaria atenta, pois os profetas podem não ter contado diretamente em suas previsões 'pessimistas' com o poder das comunidades e dos carrapatos.
Fonte: Por Valéria Jureidini, in www.gazetamercantil.com.br
Alguns especialistas em comportamento do consumidor dizem que é muito mais rápido e fácil um indivíduo decidir pela compra quando ele tem por perto um influenciador.
O ser humano sente-se mais seguro quando tem semelhantes ao seu redor, não apenas de outros grupos de indivíduos, mas também de idéias e ele procura sempre estar junto de coisas e símbolos que representem a sua personalidade e crenças.
E ao meu ver essa é a mola propulsora da propaganda. Nós usamos símbolos para representar informações e mensagens relativas aos nossos produtos, os quais fazem sentido a grupos específicos de pessoas que se afiliam rapidamente à idéia e, muitas vezes, com confiança cega.
Acontece que as comunidades estão cada vez mais nos colocando,profissionais de marketing, em xeque. Elas estão se organizando em torno de nossas marcas e se antecipando em formar suas próprias percepções e opiniões a respeito delas e, às vezes, até de forma independente da influência da marca, por mais influência que tentemos colocar com nossos anúncios.
Estive recentemente nos Estados Unidos e passei uma tarde na internet à procura de um hotel para estudantes. Logo me interessei por um que parecia conveniente pela sua localização. O site mostrava fotos dos apartamentos e descrevia os serviços de forma bastante convincente e a relação entre custo e benefício era irresistível. Antes de ir ao local fechar negócio, resolvi por indicação de amigos americanos, entrar nas listas de discussões sobre hotéis em San Francisco para saber o que eles diziam desse especificamente. Os americanos são fanáticos por listas, não fazem nada sem antes pesquisar a experiência de outrem.
A lista apontava o hotel como ótimo em termos de localização, mas dizia que as fotos no site não condiziam com a realidade e que poderia haver carrapatos (fato comum nos hotéis estudantis de San Francisco), além de que alguns quartos recebiam um barulho infernal da rua. Achei aquilo incrível, pois fazia todo sentido, até pela questão do preço, local, etc. Resolvi comprovar.
Quando cheguei ao hotel, todas as informações da lista foram comprovadas. Nesse momento tudo que eu sempre pensei sobre propaganda passou a não fazer mais sentido. Naquele momento não me enxerguei mais comprando nada sem antes passar pelas listas.
Mesmo que o anúncio do produto me parecesse muito convincente, a questão não é que deixamos de confiar nas marcas e seus anúncios, mas sim que acreditaremos 100 vezes mais nas opiniões das comunidades. É inevitável!
Isto nos coloca, profissionais de marketing, definitivamente em xeque. Hoje são quase 500 milhões de pessoas em todo o mundo que visitam sites de relacionamento, 50% do internautas, sendo que no Brasil são quase 80% dos usuários em redes sociais.
O marketing precisa começar a ser feito para essas comunidades, elas formam opinião e influenciam positiva e negativamente. O marketing precisa quebrar paradigma da propaganda deja-vu, falar de forma simples e direta assim como é a linguagem das comunidades.
A idéia é passar a monitorar as listas, valorizar aquilo que o seu negócio tem de bom, melhorar aquilo que a comunidade está criticando e que de fato faz a diferença e não tentar tapar o sol com a peneira.
Se é comum ter carrapatos nos hotéis e os estudantes repudiam isto, foque nesse ponto, combata-os, diga no seu site e espalhe nas comunidades que além de uma ótima localização, seu hotel é o único da região com sistema 'anti-carrapatos', talvez o seu diferencial esteja aí e não na falsa ilusão do quarto super luxuoso. Estudantes querem praticidade, preço bom e segurança, além de rejeitarem os hotéis com carrapatos. E eu posso garantir que as comunidades elogiariam muito mais esse tipo de comunicação do que a feita no seu site e, é claro, transfeririam mais credibilidade a sua marca.
Para concluir, recentemente a Almap BBDO fez um anúncio na Veja dizendo que os profetas da atualidade que dizem que a propaganda vai morrer irão morrer antes da propaganda e que o formato atual dessa para sempre existirá. Concordo em partes. Mas se eu fosse a Almap, ficaria atenta, pois os profetas podem não ter contado diretamente em suas previsões 'pessimistas' com o poder das comunidades e dos carrapatos.
Fonte: Por Valéria Jureidini, in www.gazetamercantil.com.br
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